Equipamento de irrigação desenvolvido pelo Centro Nacional de Difusão de Tecnologias Sociais Mandalla é alternativa para produtores sem acesso à energia elétrica
O administrador de empresas Willy Pessoa é um homem de boas idéias. À frente do Centro Nacional de Difusão de Tecnologias Sociais Mandalla, em Cuité, PB, ele já levou a centenas de pequenos produtores inventos simples, baratos e funcionais. Exemplo mais evidente disso é a Mandalla, um sistema de produção em canteiros concêntricos formados ao redor de uma fonte de água. Mas sua imaginação não pára por aí.
No ano passado, Willy desenvolveu juntamente com Jordinouro Barbosa Pereira, o Capitão Neno, uma adaptação da chamada bomba rosário, equipamento simples que usa roda velha de bicicleta e vários círculos de borracha, formando um rosário. Do aperfeiçoamento nasceu a Bomba de Elevação Mandalla ou simplesmente "jiriquita", apelido dado por Pessoa, um equipamento de irrigação.
O sistema é simples: ao pedalar a bomba, o agricultor move uma corda com os círculos de borracha, chamado rosário, que carrega a água por meio de um cano de PVC até quatro metros e meio de altura. Essa água é transferida para um outro tubo fechado na base e com uma pequena torneira.
Quando cheia, essa coluna tem pressão suficiente para irrigar uma área de 100 metros quadrados. Além de dispensar energia elétrica e capturar água do poço que irá servir para a lavoura, a jiriquita também exercita a musculatura das pernas de quem a maneja. Pessoa diz que o valor médio para montá-la é de 300 reais.
Material
• 1 bicicleta velha; • 2 rodas de bicicleta pequena (velocípede) com eixo; • 2 rodas de bicicleta grande com eixo, aro 16; • 3 roldanas número 12; • 1 cano de 150 milímetros, com três metros de comprimento; • 1 cano de 40 milímetros, com três metros de comprimento; • 1 cano de 40 milímetros, com 4,5 metros de comprimento; • 1 T de 75 milímetros, com redução para 40 milímetros; • 1 curva de 75 milímetros; • 50 centímetros de cano de 75 milímetros; • 1 redução excêntrica de 75 milímetros para 150 milímetros; • 2 hastes de metal com cinco centímetros de largura e 1/2 metro de comprimento; • 1 corda de seda de oito milímetros de espessura e 12 metros de comprimento; • 1 pedaço de madeira de cinco metros de comprimento com 15 centímetro de diâmetro; • 4 caibros de quatro metros cada; • 10 pares de chinelos (podem ser usados); • 15 parafusos com porcas e arruelas de 8 milímetros com 10 centímetros de comprimento; • 1 tábua de madeira com três centímetros de espessura, 15 centímetros de largura e • 30 centímetros de comprimento; • 1 estaca de dois metros de comprimento e 15 centímetros de diâmetro; • 1 quilo de arame 16; • 500 gramas de prego para caibro; • 1 chula de 1/2 polegada; • 1 torneira de 1/2 polegada; • Massa epóxi; • Mangueira de 1/2 polegada. |
Esta estrutura deve ser montada sobre uma cisterna ou outro tipo de reservatório. |
*Vide esquema no final da página |
1 - Pegue três caibros e finque-os no solo ao redor do reservatório, deixando-os inclinados para formar uma pirâmide. Fixe no meio deles, na posição vertical, o pedaço de madeira de cinco metros que servirá de base ao equipamento. Com um prego e um parafuso, coloque uma roldana na extremidade inferior desta ripa, que deverá estar sempre imersa na fonte de água para que a bomba funcione.
2 - A meio metro acima desta roldana e a dez centímetros de distância da madeira, coloque uma das rodas pequenas. Para isso, faça pedaços em forma de "L" com o caibro que restou e pregue-os, de um lado à base da madeira e de outro ao centro da roda. Para colocar a outra roda pequena repita a operação, colocando a uma distância de um metro da primeira.
3 - Retire a roda da frente da bicicleta. Com auxílio de parafusos, fixe o garfo do veículo à estaca de madeira de dois metros, que deve ser fincada ao solo para dar sustentação e estabilidade.
4 - Pregue no eixo traseiro da bicicleta um pedaço de caibro e fixe-o à madeira de cinco metros. O pneu ficará encaixado entre as rodas pequenas, a uma distância de dez centímetros de cada uma e também da base da madeira.
5 - Na extremidade superior da madeira de cinco metros, prenda verticalmente com parafusos e uma haste de metal a roda que foi retirada da bicicleta, deixando-a girar livremente. A 50 centímetros abaixo de seu eixo, fixe horizontalmente na madeira outra haste metálica com uma roldana presa em cada lado.
6 - Prenda o pedaço de cano de 40 milímetros de espessura e três metros de comprimento à madeira utilizando arame. Deixe-o sempre imerso na água. Coloque o tubo entre uma das roldanas fixadas na parte de cima e a roda pequena superior.
7 - Fixe o cano de 4,5 metros entre a outra roldana superior e a que está fixada na parte inferior da madeira de cinco metros. Deixe este tubo a uma distância máxima de 20 centímetros da base. Coloque na extremidade superior deste cano o T, encaixando na saída vertical desta peça 1/2 metro de cano de 75 milímetros. No lado horizontal do T, fixe a curva de 75 milímetros, que ficará presa ao tubo de PVC de 150 milímetros por meio da redução excêntrica. Vede o final deste cano com massa epóxi para evitar que a água vaze. Faça um orifício de 1/2 polegada a dez centímetros da base deste cano vedado. Fixe uma torneira neste buraco com a ajuda de uma chula de 1/2 polegada. Prenda à torneira uma mangueira de 1/2 polegada para transportar a água até o local desejado.
Como fazer o rosário
Faça 60 círculos de 2,5 centímetros de diâmetro cada utilizando as chinelas velhas ou outro material de borracha. Fure o centro de todas elas e passe a corda de seda, dando um nó entre cada rodinha e deixando um espaço de 30 centímetros entre elas.
Para encaixar o rosário à bomba, passe uma ponta da corda de seda por baixo da roldana inferior e pela parte de dentro da roda pequena inferior. Em seguida, passe-a pelo lado de fora da roda grande e depois por dentro da roda pequena superior, como se fosse um ziguezague. Feito isso, o rosário passa por dentro do cano de 40 milímetros de três metros e também no interior da roldana que está na ponta do tubo até percorrer o exterior do pneu superior. A corda segue o caminho, passando por dentro da segunda roldana horizontal e do cano de 75 milímetros até descer pelo tubo de 40 milímetros de 4,5 metros e encontrar sua outra ponta. Amarre bem para deixar o rosário esticado.
Texto Gustavo Laredo
Ilustrações Francisco da Costa
Revista Globo Rural
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Publicado em: 2007-01-19 (5424 visualizações)
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