quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Coleta de amostras de solos

Coleta de amostras de solos

Nas recomendações de adubação e calagem é importante que os resultados da análise do solo representem corretamente o quadro de fertilidade do solo. Uma coleta de solo mal feita vai se traduzir numa análise incorreta mostrando números irreais nos teores de nutrientes e pH do solo da área onde foi retirada a amostra. As áreas plantadas são extensas e apenas 500 g de solo vai ser uma representação da fertilidade em toda a sua extensão. Em 1 ha de terra temos 10.000 m² ou 1.000.000 dm²; em 10 ha teremos 10.000.000 dm².
Considerando uma camada de solo 0-10 cm, teremos 10.000.000 dm³ que serão representados por uma amostra de solo de 0,5 dm³ e da qual será analisada 0,05 dm³; numa camada 0-20 cm teremos 20.000.000 dm³. Portanto, vejam o porquê da necessidade de coletar uma amostra média que seja representativa e que definirá, com exatidão, a real fertilidade do solo no momento da coleta. Determinar uma amostra que indique a fertilidade do solo é mais problemático no sistema de plantio direto do que no convencional; a permanência das linhas de adubação, de resíduos de culturas na superfície, e das aplicações de adubos e corretivos contribuem para agravar o problema.
A coleta de amostra de solo pode ser feita em qualquer época do ano. Nas culturas anuais, as amostras devem ser coletadas de 3 a 6 meses antes do plantio; no caso de pastagens, 2 a 3 meses antes do maior desenvolvimento vegetativo; em culturas perenes, as amostras devem ser retiradas após a colheita.
A lavoura deve ser dividida em glebas homogêneas; para isto levar em conta o tipo de solo, topografia e vegetação. O tipo de solo é determinado pela cor, textura e profundidade do mesmo. Lavouras onde existem "manchas" com diferença de desenvolvimento, de formação de grãos e frutos, de produção, devem ser divididas, e retirada uma amostra média representativa de cada uma delas; áreas no plano ou  em meia encosta devem, também, serem divididas e coletadas amostras de cada uma.
O que se deve buscar, na obtenção de uma amostra representativa da área, é que haja homogeneidade entre todos os pontos das áreas onde foram coletadas as amostras.Nas áreas adubadas com fosfatos naturais as amostras não devem ser misturadas com as das áreas adubadas com fosfatos solúveis.
Nas culturas anuais, a amostra deve ser coletada na camada 0-20 cm. Nas culturas perenes, a coleta deve ser nas camadas 0-20 e 20-40 cm antes do plantio; após o plantio, coletar amostra na camada 0-20 com a finalidade de uma reavaliação da fertilidade do solo. O número de amostras coletadas deve ser de 10-20 por área homogênea, misturadas bem, e dando como resultado final uma amostra média representativa de 500g.
No Sistema de Plantio Direto - SPD, a pá-de-corte é a ferramenta mais apropriada para retirar amostra do solo, seja na adubação a lanço ou em linha; o trado de rosca não é o mais indicado, pois em solos secos há uma perda da camada superficial de 1-2 cm onde os teores de matéria orgânica e nutrientes são maiores; autores citam uma perda de até 30% nos teores de nutrientes, o que serve para induzir a erros na interpretação da fertilidade do solo.
Na instalação do SPD, a partir de lavouras convencionais ou de campo natural com revolvimento do solo, coletar amostras na camada 0-20 cm.; no caso de campo natural sem revolvimento ou em sistema consolidado, coletar na camada 0-10 cm.
No caso de lavouras adubadas em linha, a retirada de amostras de solo deve ser feita da seguinte maneira:

1) procurar na lavoura as linhas de adubação;
2) remover toda a vegetação (limpar bem) no local onde vai retirar a amostra;
3) fazer uma "cova" onde a largura é o espaçamento entre as linhas e de maneira que a linha de aplicação do adubo fique no meio da cova;
4) com a pá cortar uma fatia de solo de 3 a 5 cm de espessura uniforme em toda a parede da cova: na fase de instalação usar a camada 0-20 cm; na fase consolidada, usar a camada 0-10 cm;
5) colocar a amostra coletada em um balde limpo;
6) repetir tudo em até 20 pontos da lavoura homogênea;
7) misturar bem a terra contida no balde e colhida dos 20 pontos;
8) separar 500g do solo, colocar num saco plástico limpo, preencher o formulário de informações, e remeter a um laboratório credenciado.
Em lavouras onde o espaçamento entre as linhas é maior, como no caso do milho, o volume coletado vai ser muito grande o que dificultará a mistura homogênea das subamostras. Neste caso proceder assim:
1) coletar a amostra em um ponto, colocar num balde e misturar bem. Retirar 300g do solo;
2) colocar os 300g do solo em um segundo balde limpo;
3) repetir o processo em todos os pontos de coleta de amostra da área homogênea;
4) no final, se forem coletados 20 pontos, teremos 300g de cada ponto que dará um total de 6,0 kg de solo no segundo balde. Misturar bem estes 6 kg e retirar uma amostra média representativa de 500g que será encaminhada ao laboratório de solos credenciado.

Em lavouras adubadas a lanço, fazer a coleta das amostras de solo com o auxílio de uma pá de corte; abre-se uma cova em forma de cunha, retira-se uma fatia central com 3-5 cm de espessura e 7-10 cm de largura. Percorre-se a lavoura em zig-zag e coleta-se, ao acaso, de 10 a 20 amostras de solo.
Na coleta de amostras do solo deve-se tomar uma série de cuidados para não contaminar a amostra; usar baldes e sacos plásticos limpos, sem resíduos de fertilizantes e corretivos. Não expor as amostras ao sol, pois o aquecimento provoca um aumento na taxa de decomposição da matéria orgânica e dos resíduos, o que podem alterar o pH do solo; espalhar a amostra úmida sobre uma lona e deixar secar a sombra e num local bem ventilado. Se a amostra for entregue imediatamente ao laboratório, não há necessidade de proceder a secagem da mesma; preencha corretamente o formulário com as informações solicitadas, e tome o cuidado para não colocá-lo em contato com a terra úmida.

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