quarta-feira, 10 de agosto de 2011

COMO CRIAR Galinha D'Angola ou Capote

Galinha D'Angola ou Capote


Escrito por Alexander Kohler  

 FONTE: http://www.apostilasgratuitas.info/apostilas/criacao-de-aves/54-criacao-de-galinha-dangola-ou-capote
Introdução
Originária da África, a galinha d’angola, também conhecida na região nordeste como capote, foi levada pelos portugueses para a Europa e posteriormente para o Brasil. Na verdade existem várias espécies africanas conhecidas pelo nome de galinha d’angola. A espécie trazida para o Brasil foi Numida meleagris galeata, originária do arquipélago de Cabo Verde.
Ao longo dos anos esta espécie sofreu processos de melhoramento, como ocorre com todos os animais domésticos. Particularmente na França, onde também é criada com fins comerciais e sua carne é tão valorizada como a dos faisões, sendo considerada um prato nobre, a galinha d’angola foi selecionada gerando variedades domésticas de maior porte e com um índice de postura mais elevado, se comparada com sua ancestral selvagem.
São conhecidas atualmente, pelo menos trinta e duas variedades de galinhas d’angolas, que podem ser diferenciadas pelo porte ou pela coloração da plumagem. Em nosso país as variedades mais comuns são: Branca, Cinza comum, Malhada, Azul (que é a mais rara e freqüentemente utilizada como ave ornamental) e a Francesa (que é a mais pesada e com maior postura de ovos, sendo portanto, a mais indicada para criações comerciais, embora no Brasil a variedade Branca seja ainda a mais comum nesses criatórios).
A galinha d’angola pode viver até sete anos, porém sua produtividade em um criatório é de no máximo quatro anos. Sua postura começa normalmente por volta do oitavo mês de vida e ocorre no período da primavera e verão. Quando criadas soltas e em bandos, perde-se boa parte das posturas, pois geralmente todas as fêmeas colocam seus ovos em um único ninho, formando várias camadas e em seguida entram no período de choco, de modo que normalmente só nascem os pintainhos dos ovos da última camada, os demais não são chocados e o desperdício é muito grande.
Diferenciar o sexo dessas aves não é muito fácil quando ainda são jovens, porém nos adultos podemos perceber que os machos, além de um pouco maiores e “abrutalhados”, possuem a crista ou casquete do alto da cabeça (também chamado de chifre) maior que o das fêmeas, bem como as barbelas, que aparecem lateralmente na base do bico, são maiores e mais avermelhadas que a das fêmeas. Finalmente uma característica diferencial, muito conhecida popularmente, é a vocalização das fêmeas. Normalmente traduzida pelo povo como “tô fraco-tô fraco”. Esta vocalização é exclusiva das fêmeas.
Na natureza, as galinhas d’angolas selvagens, vivem em bandos liderados por um macho, alimentando-se de sementes, folhas, frutos, insetos e outros invertebrados e até mesmo pequenos vertebrados, como lagartinhos, pequenas cobras e camundongos.
A galinha d’angola possui hábitos diurnos e adapta-se a praticamente todos os climas brasileiros, podendo assim ser encontrada de norte a sul do país. Apesar dos séculos de domesticidade, conservam muitos hábitos selvagens, sendo normalmente bastante ariscas... no entanto, podem ser criadas juntamente com outras aves típicas de granjas, como patos e galinhas, por exemplo.
São aves polígamas, isto é, um macho cruza com várias fêmeas, sendo o número ideal em uma criação, quatro fêmeas para cada macho. Apesar de parecerem estar sempre nervosas e alertas, não são agressivas, convivendo bem umas com as outras e ainda com outras aves domésticas.
SAUDE
Limpeza e higiene são essenciais para a boa saúde das aves. Por isso, a cada seis meses é necessário fazer uma boa limpeza nos galpões, rastelando toda a área. Além disso, o produtor deve fornecer diariamente água limpa e comida aos animais. Esse tipo de ave é muito resistente às doenças, no entanto, é importante manter a vacinação em dia e consultar sempre um veterinário.
Apesar de serem bastante rústicas e resistentes, as galinhas d’angola podem ser acometidas por algumas doenças típicas das aves, principalmente devido ao manejo inadequado ou umidade excessiva no ambiente. Entre as principais doenças que acometem estas aves, podemos citar:

Coccidiose – causada por um parasita interno, ataca as aves em quase todas as idades, quando há excesso de umidade, porém é mais comum nos filhotes e em aves mal alimentadas. As aves doentes apresentam as penas arrepiadas, asas caídas, aspecto triste e costumam ficar amontoadas em um canto do viveiro. Existe medicamento específico, coccidiostático, para o tratamento.
Bouba – esta enfermidade é mais comum em galinhas d’angolas criadas junto com outros galináceos. É transmitida por insetos ou pelas fezes de outras aves já contaminadas. O índice de postura e de eclosão dos ovos das aves doentes cai, aparecem “pipocas” na cabeça das aves (principalmente nas narinas e em volta dos olhos). A prevenção pode ser feita através de vacinação das aves aos trintas dias de vida e o tratamento das aves doentes deve ser realizado com o acompanhamento de um veterinário.
Doença de Newcastle – causada por um vírus específico, que pode atacar as aves em todas as idades. Esta doença é muito grave e pode dizimar um plantel inteiro em pouco tempo. As aves doentes apresentam corrimento nasal, tristeza, olhos vermelhos e com corrimento (alguns desses sintomas podem ser confundidos com a Coriza, que no entanto, é uma doença mais branda). Para o tratamento o médico veterinário é indispensável e urgente, no entanto há vacina preventiva e que deve ser utilizada em qualquer criatório de aves, evitando-se assim sérios prejuízos.
Coriza – causada por uma bactéria específica, ataca sobretudo as aves jovens, porém também pode ocorrer em aves adultas. As aves doentes apresentam-se como se estivessem gripadas com corrimento nas narinas e olhos avermelhados. Mesmo não sendo tão grave e contagiosa quanto a Doença de Newcastle, se não for tratada rapidamente as aves acometidas de Coriza emagrecem, diminuem a postura e podem ficar cegas. Existe vacina específica para prevenir esta doença.
REPRODUÇÂO
Na época de acasalamento, utilize a proporção de um macho para três fêmeas. A galinha tem uma boa postura, que começa aos seis meses de vida e termina com um ano e meio de idade, chegando a botar oitenta ovos por ano. Mas é preciso que haja muita atenção do criador, pois a Angola é péssima chocadeira. Por isso, o sistema extensivo não é recomendável para sua criação porque costumam vingar apenas os ovos que estão em cima do ninho.
Você sabia: a galinha d'angola, chamada cientificamente de Numida melagris galeata, é parente dos faisões. Gosta de viver em grupos e é muito barulhente. Quando se sente ameaçada, apresenta uma característica marcante e diferente de outras aves: prefere correr a voar.
Para que não haja perda, o criador deve recolher os ovos diariamente e utilizar chocadeiras e incubadoras artificiais. O tempo de incubação fira em torno de 28 dias. Ao nascerem, os filhotes devem ser colocados em viveiros de crescimento com temperatura regulada por aquecedor.
Para a criação em sistema de confinamento, é necessário um espaço de três metros quadrados por ave, ou seja, pode-se criar cerca de cem galinhas d’angola em um viveiro com as medidas de dez por trinta metros. Para a engorda pode se reduzir este espaço para menos de um metro quadrado por ave... a proporção entre machos e fêmeas pode ser de um para um, porém é possível criá-las na proporção de um macho para cinco fêmeas.
Na França, onde se localizam os maiores criatórios de galinha d’angola do mundo, foram feitas experiências com mais de oitocentas mil aves criadas em regime de confinamento ou semi-confinamento. Estes experimentos mostraram que não se deve manter mais do que quinhentas aves em um único viveiro ( acima desse número a produtividade diminui) .
O viveiro deve ser construído com tela de uma polegada, com base de alvenaria, evitando a entrada de predadores. As instalações devem ter uma altura de pelo menos dois metros e no meio deve haver uma cobertura de telha ou outro material equivalente, que será utilizada para o abrigo das aves e para a colocação da ração e da água...é freqüente que as fêmeas coloquem seus ovos sob os comedouros, já que é um dos poucos locais abrigados.
De um modo geral o manejo da galinha d’angola é muito simples, desde que sejam bem alimentadas e instaladas em um local tranqüilo e com pouca umidade, as aves não costumam ter problemas, apresentando-se sempre sadias, iniciando a postura entre o final de setembro e o início de outubro, estendendo-se até o final de janeiro.
Em média uma galinha d’angola bota entre cinqüenta e até cem ovos por temporada, normalmente a postura fica entre sessenta e setenta ovos e nascem de cinqüenta a sessenta e cinco crias por fêmea ( quando bem manejadas o índice de mortalidade dos filhotes é baixo).
A ração deverá ser a mesma, pois trocas constantes de ração causam estresse na s aves, facilitando a ocorrência de doenças, prejudicando a postura e muitas vezes provocando uma muda de penas fora de época. Se houver necessidade de troca de ração, esta deverá realizar-se de forma gradativa, substituindo dez por cento da ração por dia, de modo que em dez dias a troca estará completa evitando-se o estresse da troca repentina da ração.
A temperatura ambiental ideal no período reprodutivo encontra-se entre dezoito e trinta graus. As temperaturas muito baixas aumentam o consumo de ração e as temperaturas muito altas diminuem, estas variações afetam o tamanho dos ovos, além de diminuir a produção.
Para que haja uma boa fertilização dos ovos o macho deve ser colocado junto com as fêmeas já a partir do mês de junho e no início de julho as matrizes devem ser alimentadas com ração de postura. A relação macho e fêmea não deve ser superior a quatro ou cinco fêmeas por macho. As aves doentes, machucadas ou que apresentem algum tipo de comportamento agressivo com as demais devem ser isoladas do plantel e só poderão ser reintroduzidas caso o problema tenha sido definitivamente sanados.
Os ovos deverão ser colhidos uma ou duas vezes ao dia, de preferência no horário de alimentação das aves, já que o manejo constante pode causar estresse prejudicando a produção. Após colhidos os ovos devem ser lavados em uma solução de dois mililitros de formol para cada litro de água e guardados em local fresco e escuro, com a ponta para baixo e abrigados do vento.
A temperatura ideal para se guardar os ovos destinados a incubação é entre doze e dezesseis graus, com umidade relativa do ar de setenta por cento. Enquanto os ovos não estiverem sendo incubados deverão ser rotacionados uma vez ao dia e levados para a incubadora no mínimo vinte e quatro horas após serem colhidos e lavados e no máximo em sete dias após a postura.
A incubação poderá ser artificial ou natural, neste último caso deve ser feito por uma galinha comum, que pode chocar até dezesseis ovos . Na incubação artificial a temperatura ideal é de trinta e sete graus e meio, com umidade de oitenta e seis por cento. Dois dias antes da data prevista para o nascimento os ovos devem ir para o nascedouro. Se a incubadora não for automática deve-se parar de virar os ovos e aumentar a umidade para noventa por cento. Tanto na incubação natural quanto na artificial, o local deve ser calmo, livre de barulhos e trepidações... o tempo de incubação dos ovos é de vinte e seis a vinte e oito dias.
Os filhotes já nascem bem espertos e devem ser transferidos logo para um ambiente aquecido a trinta e oito graus, ficando sem nenhuma alimentação por vinte e quatro horas, durante esse período consumirão os nutrientes existentes no saco vitalino dos recém-nascidos.
Após esse período receberão como primeira alimentação ração específica para pintinhos e água fresca a vontade, podendo ser colocado nessa primeira água um coccidiostático, cuja a dosagem deverá ser recomendada por um veterinário. Os pintos deverão receber calor artificial até os trinta dias de vida e essa temperatura deve ser diminuída gradualmente em dois graus por semana, até igualar-se a temperatura ambiente dos viveiros. Só então poderão ser transferidos para um local sem calor artificial....durante esse período deve ser evitado a todo custo que os pintinhos recebam vento encanado, frio ou umidade excessiva.
A alimentação das galinhas d’angola é basicamente a mesma utilizada para galinhas comuns, porém os pintinhos deverão receber ração inicial durante seis semanas com vinte e quatro por cento de proteína, a partir de então a ração será mudada para a de crescimento com cerca de vinte por cento de proteína durante mais dois meses. Após esse período pode-se fornecer a ração de manutenção normal, ou a manutenção de acabamento no caso das aves que serão abatidas.
A partir de julho deverão receber ração de postura... uma galinha d’angola come em média cem gramas por dia e para a formação de matrizes o alimento e a água devem ser fornecidos a vontade. 

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