Terraceamento |
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A erosão hídrica está entre os mais relevantes processos determinantes da degradação das terras na agricultura brasileira, o que torna a adoção de práticas adequadas para seu controle um dos grandes desafios para a sustentabilidade da produção de grãos no Brasil. O terraceamento da lavoura é uma prática de combate à erosão fundamentada na construção de terraços com o propósito de disciplinar o volume de escoamento das águas das chuvas. Essa prática deve ser utilizada concomitantemente com outras práticas edáficas (são formas de manejo ou tratos ou manipulação do solo), como por exemplo, a cobertura do solo com palhada (Figura 1), calagem e adubação fertilizante balanceadas, e com práticas de caráter vegetativo, por exemplo, rotação de culturas com plantas de cobertura e cultivo em nível ou em contorno. A combinação dessas práticas de controle da erosão compõe o planejamento conservacionista da lavoura.
O terraceamento consiste na construção de uma estrutura transversal ao sentido do maior declive do terreno. Apresenta estrutura composta de um dique e um canal e tem a finalidade de reter e infiltrar, nos terraços em nível, ou escoar lentamente para áreas adjacentes, nos terraços em desnível ou com gradiente, as águas das chuvas. A função do terraço é a de reduzir o comprimento da rampa, área contínua por onde há escoamento das águas das chuvas, e, com isso, diminuir a velocidade de escoamento da água superficial. Ademais, contribui para a recarga de aquíferos. Plantio Direto sem terraço não evita erosão Em solos sob plantio direto a presença de palha contribui para aumentar a rugosidade do terreno, estabilizar os agregados do solo e impedir a desagregação das partículas pelo contato direto com as gotas de chuvas, o que resulta em maiores taxas de infiltração e diminuição do volume de escoamento da água pela enxurrada. Mesmo em solos sob plantio direto, a enxurrada pode ser expressiva principalmente com chuvas de alta intensidadee é agravado em terrenos com rampas longas ou de declividade acentuada. Nessas situações, pode até mesmo ocorrer a remoção da palhada pela enxurrada, o que agrava a perda de água e de matéria orgânica, mesmo que se perca pouco solo. Por isso, há um grande equívoco em se afirmar que lavouras sob sistema plantio direto não necessitam de terraceamento. Argumenta-se, erroneamente, que a palha que recobre o solo retém a enxurrada, quando na verdade, a palha aumenta a velocidade de infiltração e diminui a desagregação do solo, mas não reduz completamente a enxurrada. A eliminação dos terraços em sistema de plantio direto também é motivada pela maior facilidade na operação de implementos agrícolas destinados à semeadura, pulverização de agrotóxicos e colheita dos grãos. Contudo, não há dados científicos que auxiliem no estabelecimento de critérios para a retirada total de terraços em lavouras sob sistema plantio direto. A maior rugosidade do terreno e menor desagregação dos agregados do solo sob sistema plantio direto contribuem para o maior espaçamento entre terraços, mas não para sua eliminação.Adicionalmente, o terraceamento contribui para o manejo das águas das estradas e para o retardamento e a contenção do aporte de agroquímicos aos mananciais hídricos. Em sistema plantio direto isso é ainda mais relevante, já que os corretivos, fertilizantes e herbicidas tendem a permanecer um maior tempo na superfície do solo, e os torna mais predispostos à movimentação pela enxurrada e, dessa forma, aumenta o risco de poluição de rios e lagos. Terraceamento agrícola Consiste na distribuição de terraços em áreas agrícolas. Os terraços são distribuídos de acordo com as características da chuva, como quantidade, duração e intensidade, e da paisagem, comprimento da rampa, rugosidade do terreno, profundidade e permeabilidade do solo, e práticas de manejo agrícola, como plantio convencional, cultivo mínimo, plantio direto. O terraço é composto de duas partes: a) canal coletor, de onde é retirada a massa de solo e; b) camalhão ou dique, construído com a massa de solo movimentada do canal (Figura 2).
Fonte consultada: Alegre, 287p. Classificação dos terraços Quanto à função
Quanto à construção
Tipo Manghum Na sua construção, movimenta-se uma faixa mais larga de solo que a do terraço tipo
Nichols. A massa de solo é deslocada tanto da faixa imediatamente superior como da
inferior ao camalhão, ora num sentido da aração, ora noutro, em passadas de ida e volta
com o trator. Esses terraços podem ser construídos com terraceadores em terrenos de
menor declividade. Quanto à dimensão da estrutura e volume de movimentação de terras, os terraços podem
ser de base estreita, média ou larga (Figura 6).
Os terraços de base larga e nivelados devem ser construídos em Latossolos e Neossolos Quartzarenicos, solos arenosos. Têm a vantagem de permitir o cultivo em praticamente toda a sua superfície e de facilitar sua manutenção com as operações normais de preparo do solo. Os terraços de base média são indicados para pequenas ou médias propriedades onde há maquinaria suficiente para os implementos recomendados, com declividade do terreno de até 15%.
Dimensionamento dos terraços Consiste em determinar o espaçamento entre terraços e sua secção transversal. Os principais fatores a serem considerados são:
O espaçamento entre terraços é calculado de acordo com a capacidade de infiltração de água no solo, a resistência que o solo oferece à erosão e o uso e manejo do solo. Vale ressaltar que a metodologia de cálculo utilizada é a mesma para terraços em nível e para terraços em desnível. Existem vários modelos para a determinação do espaçamento entre os terraços. O mais apropriado é baseado nos valores toleráveis de perda de solo obtidos com o uso da Equação Universal de Perdas de Solo Revisada (RUSLE). Entretanto, seu emprego para as condições brasileiras tem restrições em razão dos limitados bancos de dados para estimar os fatores considerados no modelo, bem como informações de pesquisa de campo nas várias regiões. Face a essas limitações, pode-se utilizar metodologia proposta por Lombardi Neto, com adaptações para o sistema de plantio direto. Como regra geral, e uma vez considerado iguais as variáveis relativas a classe de solo e tipo de cultivo, o espaçamento vertical entre os terraços é determinado de acordo com o manejo do solo e dos restos culturais, na seguinte proporção: E = ev x n, onde: E = espaçamento vertical entre os terraços ev = espaçamento vertical entre os terraços em sistemas de preparo do solo com grade aradora ou grade pesada ou enxada rotativa, e com incorporação ou queima dos restos culturais. n = fator de distanciamento dos terraços de acordo com o preparo do solo e o manejo dos restos culturais, conforme Tabela 1 .
Fonte consultada: 287p. Conhecido o espaçamento vertical, que é a diferença de cotas entre dois terraços consecutivos, pode-se então determinar o espaçamento horizontal (EH) entre os terraços e, dessa forma, determinar a área de captação pluvial, para que finalmente, sejam dimensionados os terraços, canais em nível ou em desnível, ou seja, calcular as secções mínimas dos terraços. As dimensões dos canais dos terraços vão variar de acordo com a situação destes, se em nível ou desnível. FONTE: AGENCIA DE INFORMAÇÃO EMBRAPA ARROZ |
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Terraceamento
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