terça-feira, 25 de outubro de 2011

ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS E OUTRAS CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS E OUTRAS CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

RELAÇÃO SILTE/ARGILA: 
É calculada dividindo-se os teores de silte pelos de argila, obtidos da análise granulométrica. Esta relação serve como base para avaliar o estádio de intemperismo presente em solos de regiões tropicais. É empregado em solos de textura franco arenosa ou mais fina. Indica baixos teores de silte e, portanto, alto grau de intemperismo, quando apresenta, na maior parte do horizonte B, valor inferior a 0,7 nos solos de textura média ou inferior a 0,6 nos solos de textura argilosa ou muito argilosa. Essa relação é utilizada para diferenciar horizonte B latossólico de B incipiente, quando eles apresentam características morfológicas semelhantes, principalmente para solos cujo material de origem é derivado de rochas cristalinas, como as rochas graníticas e gnáissicas.

MUDANÇA TEXTURAL ABRUPTA
Consiste em um considerável aumento no teor de argila dentro de uma pequena distância na zona de transição entre o horizonte A ou E o horizonte subjacente B. Quando o horizonte A ou E tiver menos de 200 g de argila/kg de solo o teor de argila do horizonte subjacente B, determinado em uma distância vertical ≤ 7,5 cm, deve ser pelo menos o dobro do conteúdo do horizonte A ou E. Quando o horizonte A ou E tiver 200 g/kg de solo ou mais de argila, o incremento de argila no horizonte subjacente B, determinado em uma distância vertical ≤ 7,5 cm, deve ser pelo menos de 200 g / kg a mais em valor absoluto na fração terra fina (por exemplo: de 300g/kg para 500 g/kg, de 220g/kg para 420 g/kg).

RELAÇÃO TEXTURAL
É uma das características utilizadas para caracterizar o horizonte B textural. É calculda
pela divisão da média aritmética do teor de argila total do horizonte B (excluído o BC) pela média de argila do A, de conformidade com os itens que se seguem:
a) se o horizonte A tem menos de 15 cm de espessura, considerar uma espessura máxima de 30 cm a partir do topo do horizonte B (inclusive BA) para o cálculo da média de argila do B (exclusive BC)
b) se o horizonte A tem 15 cm ou mais, considerar uma espessura, a partir do topo do horizonte B (inclusive BA), que seja o dobro da espessura de A para cálculo da média de argila no B (exclusive BC)

GRAU DE FLOCULAÇÃO (GF)
 Relação entre argila naturalmente dispersa (AN) e a argila total (AT), obtida após dispersão.  Indica a proporção da fração argila que se encontra floculada, informando sobre o grau de estabilidade dos agregados. É obtida pela seguinte equação:

GF= 100.(AT-AN)/AT

 MATERIAL ORGÂNICO
O material do solo será considerado como orgânico quando o teor de carbono for igual ou superior a 80g kg-1 avaliado na fração TFSA.
 A matéria orgânica do solo tem sido determinada indiretamente através da determinação do teor de carbono orgânico. Utiliza-se por base o teor médio de carbono orgânico de 58% presente na matéria orgânica humificada. O que leva ao emprego da seguinte expressão: MO% = C% x 1, 724

MATERIAL MINERAL
 Refere-se a material de solo constituído essencialmente por compostos inorgânicos, em graus variáveis de intemperização, misturados a material orgânico em proporções variadas, porém em quantidades inferiores a 80 g kg-1.

ATIVIDADE DA FRAÇÃO ARGILA
 Refere-se à capacidade de troca de cátions (T) correspondente à fração argila. Atividade alta designa valor igual ou superior a 27 cmolc/kg de argila e atividade baixa, valor inferior a esse, sem correção para carbono. Para distinção de classes de solos por este critério, é considerada a atividade da fração argila no horizonte B, ou no C, quando não existe B. Não se aplica a materiais de solo das classes texturais areia e areia franca.

T corrigido= T*1000/Teor de argila (g/kg)
ou 
T corrigido= Tx100/Teor de argila (%)

Onde
Tcorrigido – valor de T corrigido para 100 gramas de argila
T – valor de T obtido pela análise
Argila – valor obtido pela análise em g kg-1

SATURAÇÃO POR BASES (V)
Refere-se à proporção de cátions básicos trocáveis em relação à capacidade de troca determinda a pH 7. É amplamente utilizada em classificação de solos, na definição e conceituação de horizontes diagnósticos e classes de solos, bem como nas interpretações para fins agrícolas. O valor de V determina os caracteres distrófico e eutrófico. Distrófico especifica solos com saturação por bases inferior a 50% e eutrófico, solos com saturação por bases igual ou superior a 50%.  Para a distinção entre classes de solos por este critério é considerada a saturação por bases no horizonte diagnóstico subsuperficial (B ou C). Na ausência destes horizontes a aplicação do critério é definida para cada classe especifica.

 V%= S/T*100

Onde
S - Soma de bases trocáveis = Ca + Mg+ K + Na
T - Capacidade de troca de cátions = (Ca+Mg+K+Na+H+Al)

CARÁTER ÁCRICO
Refere-se à soma de bases trocáveis mais alumínio extraível por KCl 1 mol L-1 em quantidade igual ou inferior a 1,5 cmolc kg-1 e que preencha pelo menos uma das seguintes condições:
1) pH em KCl 1 mol L-1 igual ou superior a 5; ou
2) ∆pH positivo ou nulo (∆pH = pHKCl – pH H2O)
O pH determinado em KCl apresenta valores mais baixos que os determinados em H2O, salvo no caso de solos extremamente intemperizados. A diferença entre ambos ΔpH (pH KCl - pH H2O) expressa o balanço de cargas elétricas dos colóides do solo, e quando positiva ou nula, é característica distintiva de solos com caráter ácrico.

PERCENTAGEM DE SATURAÇÃO POR ALUMÍNIO (m)
Refere-se à proporção de alumínio trocável (Al) em relação à soma de bases (S), que quando maior ou igual a 50%, é indicada pelo termo álico.
 Sat. alumínio= 100Al/Al+S

CARÁTER ALUMINICO
Refere-se à condição em que o solo se encontra em estado dessaturado e é caracterizado por teor de alumínio extraível ≥ 4 cmolc kg-1 de solo, associado à atividade de argila <20 cmolc kg-1 de argila e saturação por alumínio ≥ 50% e/ou saturação por bases < 50%.
Para distinção de solos mediante este critério é considerado o teor de alumínio extraível no horizonte B, ou no horizonte C na ausência de B.

CARÁTER ALÍTICO
Refere-se à condição em que o solo se encontra dessaturado e apresenta teor de alumínio extraível ≥ 4 cmolc kg-1 de solo, associado à atividade de argila ≥20 cmolc kg-1 de argila e saturação por alumínio ≥ 50% e/ou saturação por bases < 50%.
Para distinção de solos mediante este critério é considerado o teor de alumínio extraível no horizonte B ou no horizonte C quando o solo não tem B ou no horizonte A quando o solo apresenta sequência A, R.

CARÁTER ÊUTRICO
Usado para distinguir solos que apresentam pH (em H2O) ≥ 5,7, conjugado com valor S (soma de bases)  ≥ 2,0 cmolc kg-1 de solo dentro da seção de controle que define a classe.



PERCENTAGEM DE SATURAÇÃO POR SÓDIO
 É o cálculo da proporção de Na+ extraível em relação à capacidade de troca de cátions.
 Sat. Sódio= 100*Na/T

CARACTER SÓDICO
É usado para distinguir horizontes ou camadas que apresentem saturação por sódio ≥ 15%, em alguma parte da seção de controle que define a classe.

CARÁTER SOLÓDICO
 É usado para distinguir horizontes ou camadas que apresentem saturação por sódio variando de 6% a < 15%, em alguma parte da seção de controle que defina a classe.

CARÁTER SALINO
Propriedade referente à presença de sais mais solúveis em água fria que o sulfato de cálcio (gesso), em quantidade que interfere no desenvolvimento da maioria das culturas, indicada por condutividade elétrica do extrato de saturação igual ou menor que 4dS m-1 e menor que 7dS m-1 (a 25 graus centígrados), em alguma época do ano.

CARÁTER SÁLICO
Propriedade referente à presença de sais mais solúveis em água fria que o sulfato de cálcio (gesso), em quantidade tóxica à maioria das culturas, indicada por condutividade
elétrica no extrato de saturação igual ou maior que 7dS m-1 (a 25 graus centígrados), em alguma parte do ano.

RELAÇÃO SÍLICA/ALUMÍNIO E SÍLICA/SESQUIÓXIDOS
As relações moleculares Ki (SiO2/Al2O3) e Kr (SiO2/Al2O3 +Fe2O3) são utilizadas no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos para estabelecimento de limites de classes e na avaliação do grau de intemperismo químico dos solos.
Devido ao fato do índice Ki da caulinita corresponder a 2,0, esse valor foi estabelecido
como limite entre solos muito intemperizados (Ki < 2,0) e pouco intemperizados (Ki > 2,0). É um dos referenciais empregados na definição de horizonte B latossólico (Ki < 2,2).



TEOR DE ÓXIDOS DE FERRO
O emprego do teor de óxidos de ferro (expresso na forma Fe2O3 e obtido por extração com ataque sulfúrico) possibilita uma melhor separação das classes de solo.  Considerando-se os teores de óxidos de ferro, pode-se separar:

1) solos com baixo teor de óxido de ferro: teores < 80 g kg-1 de solo (hipoférrico)
2) solos com médio teor de óxidos de ferro: teores variando de 80 a < 180 g kg-1 (mesoférrico).
3) solos com alto teor de óxidos de ferro: teores de 180 g kg-1 a < 360 g kg-1 de solo (férrico);
4)solos com muito alto teor de óxidos de ferro: teores ≥ 360 g kg-1 de solo ( perférrico)



Descrição Geral
PERFIL 26
DATA – 17/11/2004
CLASSIFICAÇÃO – CAMBISSOLO HÁPLICO Alumínico gleico, textura argilosa,
A moderado.
LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS – Comunidade Guanabara III, município de Benjamin Constant, estado do Amazonas, Janela 1. Perfil distante 40 m do ponto de coleta 3 em direção ao ponto 4.
SITUAÇÃO, DECLIVE E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL – Sopé de vertente, com 2% declive. Localizado entre 2 igarapés. Perfil descrito sob floresta.
LITOLOGIA – Siltito.
FORMAÇÃO GEOLÓGICA – Formação Solimões.
CRONOLOGIA – Terciário.
MATERIAL ORIGINÁRIO – Produto de alteração da rocha supracitada.
PEDREGOSIDADE – ausente.
ROCHOSIDADE – ausente.
RELEVO LOCAL – plano.
RELEVO REGIONAL – suave ondulado e ondulado.
EROSÃO – não aparente.
DRENAGEM – imperfeitamente drenado.
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – Floresta Equatorial Perenifólia.
USO ATUAL – sem uso.
CLIMA – Af.
DESCRITO E COLETADO POR – Maurício Rizzato Coelho e Fabiano de Oliveira Araújo

Descrição Morfológica
A 0-10 cm, bruno (10YR 4/3, úmido); argilo-siltosa; forte, pequena e média, granular; firme, ligeiramente plástica e pegajosa; transição plana e clara.

BA 10-24 cm, bruno - amarelado (10YR 5/4, úmido); argilo-siltosa; forte, média e pequena, blocos subangulares; firme, ligeiramente plástica e pegajosa; transição plana e clara.

Bi1 24-36 cm, bruno-amarelado-claro (10YR 6/4, úmido); argilo-siltosa; forte, grande e média, blocos subangulares; muito firme, ligeiramente plástica e pegajosa; transição plana e clara.

Bi2 36-52 cm, coloração variegada, composta de bruno-amarelado-claro (10YR 6/4, úmido) e cinzento-claro (10YR 7/1, úmido); argila; forte, média e pequena, blocos subangulares; muito firme, ligeiramente plástica e pegajosa; transição plana e gradual.

CBg 52-88 cm, coloração variegada, composta de bruno - amarelado (10YR 6/6, úmido) e cinzento-claro (10YR 7/1, úmido); mosqueado abundante, médio e grande, proeminente, amarelo-brunado (10YR 6/8, úmido); argilo-siltosa; maciça que se desfaz em forte, média e pequena, blocos subangulares; muito firme, ligeiramente plástica e pegajosa.

Crg 88-160 cm+, cinzento (5Y 6/1, úmido); mosqueado abundante, médio e grande, proeminente, vermelho-amarelado (5YR 5/8, úmido); argilo-siltosa; maciça; estrutura original da rocha; muito firme, ligeiramente plástica e pegajosa.




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