PROTEÍNAS:
São compostos por unidades denominadas de aminoácidos. Esses têm grupamento amina (NH2) e água OH. Nas proteínas encontramos cerca de
Aminoácidos essenciais: são aqueles que o organismo não sintetizam. Nos ruminantes essa síntese se dá no rumem. Os ruminantes consomem uréia na sua alimentação, o N esta contido na uréia. Então a partir do N da uréia os microorganismos vão sintetizar proteína microbiana. Uma proteína ruim pode tornar-se numa boa proteína por meio do processo de fermentação ruminal. E vice-versa. O hospedeiro está beneficiado neste processo a partir da digestão dos microorganismos no duodeno. Esses aminoácidos terciários variam de espécie para espécie, ou seja, tem espécie que um aminoácido é considerado essencial e não é considerado essencial para outra espécie.
Para a maioria das espécies os aminoácidos essenciais são numa soma de 10: arginina, istidina, leucina, isoleucina, lisina, metionina (pode ser substituída pela cistina), fenilalanina (pode ser substituída em parte pela tirosina), a treonina, triptofano, e valina.
Aminoácidos não-essenciais: o organismo é capaz de sintetizar. Os principais são: alanina, acido aspartico, fitrolina, cisteína, ácido glutâmico, glicina, prolina, hidroxiprolina, cerina, tirosina e diiodotironina. As proteínas fibrosas são ricas em prolina, hidrociprolina, que por sua vez são insolúveis, ou seja, de baixa qualidade. Elas são encontradas nos tendões, nas paredes das artérias. Então são proteínas de baixa digestibilidade.
A disponibilidade de proteínas nos alimentos está condicionada a relação entre proteína e energia, ou seja, numa dieta é recomendado uma relação ideal de proteína com energia, se assim não for a proteína é perdida por falta de energia. Essa relação é expressa em forma de NDT. Essa exigência varia de acordo com a categoria e o peso vivo do animal.
A disponibilidade de proteínas é comprometida com o aparecimento de reação de bronzeamento ou reação de Maillard, é outra situação comum das proteínas. Essa reação se processa entre os grupamentos amino (NH3 dos aminoácidos) e grupamento aldeído dos açúcares, principalmente redutores, o que chamamos de complexo aminoaçúcar, o que faz a proteína (N) indisponível. A reação de Maillard tem dois aspectos, ela é positiva para a tecnologia de alimentos e negativa para a nutrição animal. Por exemplo: é por conta dessa reação que o pão torrado engorda menos que o pão fresco (tecnologia de alimentos – positiva). No caso dos animais ocorre da seguinte forma: quando se pretende fazer silagem, deve ser feita de forma rápida para que não ocorra reação aeróbica de modo que utilize os nutrientes que estão na silagem, em vez de serem preservados para o consumo animal. A perda de nutrientes é feita de duas maneiras: pela atuação de microorganismos aeróbicos ou pelo aquecimento, é o que acontece quando se enche o silo e enfia o braço para conhecer a temperatura e de fato é mais elevada, isso por conta da atividade microbiana aeróbica que desprende calor da utilização dos nutrientes e o calor vem justamente da utilização desses nutrientes da silagem e se o microorganismo utilizar os nutrientes no lugar dos ruminantes, na verdade os nutrientes estão em desvantagem em termo nutrientes, pois chegam ao seu alcance, já que foi utilizado pelos microorganismos. O que queremos dizer com esse processo é que nele ocorre a reação de Maillard (calor + água = reação de Maillard). Quanto mais intenso o aquecimento e maior a atividade de água maior a possibilidade de ocorrer esta reação, consequentemente indisponibiliza a proteína (N) ao animal. A indisponibilidade desses nutrientes, em função da reação de Maillard, pode ser quantificada através do NIDA (Nitrogênio Insolúvel em Detergente Ácido).
FDA – coloca a amostra no béquer, ferve, o que é solúvel na água por ação do aquecimento, e o que não solubilizou (fibra) permanece na amostra. Coloca no cadinho, filtra, o que é insolúvel (FDN) fica retido no cadinho. FDN retido no cadinho é representado por carboidratos estruturais (lignina e celulose). Quando ocorre a reação de Maillard, como o N se complexa com o radical aldeído dos carboidratos, parte do N ou proteína torna-se insolúvel. Quando for feito a determinação de FDN a proteína (N) não será solubilizada na solução do FDN, mas será computada como resíduo de FDN. Então quando se faz a metodologia de determinação de proteína, no resíduo de FDN o N aumenta, por conta da insolubilidade causada pela reação de Maillard, onde pode expressar o N na forma de NIDA ou Percentual do N Total.
Se o valor tiver acima de 12% do N total, significa que está acontecendo a reação de Maillard.
Na variação de quantidade do volumoso (silagem ou feno) o indicador do NIDA indica que uma grande ou pequena fração da proteína está disponível ou indisponível.
VALOR BIOLÓGICO DA PROTÉINA (VB):
Valor Biológico é a medida direta da proteína absorvida que efetivamente foi retida no organismo animal. O que foi retido pode ser utilizado, principalmente por anabolismo, que é a síntese de novos compostos ou eventualmente para catabolismo, que pode ser utilizado como fonte de energia.
A função principal da proteína é a síntese de substancias orgânicas e síntese de novos tecidos.
As proteínas fibrosas são insolúveis e possuem baixa digestibilidade. O animal as consome e as secreta através das fezes.
No caso do valor biológico da proteína tem-se:
Em relação ao N retido / N absorvido.
%VBP= Nretido x100
Nabsorvido
Ou seja, aquele N que não aparecer nas fezes, quer dizer que, parte dele foi absorvido. Para relacionarmos isto com o VB, precisamos relacionar a retenção daquilo que não apareceu nas fezes com o N retido pelo organismo. Quando o N é retido no organismo será utilizado em situações de anabolismo ou eventualmente de catabolismo. A medida desse N retido será o N que não foi expulso pela urina. A proteína na dieta tem um determinado perfil de aminoácido. Esta proteína será digerida pelo animal, não aparecerá nas fezes, será absorvido, e no sangue terá absorção de aminoácidos, pois a proteína grande não é absorvida. Esses aminoácidos são utilizados para síntese de proteína animal. A preocupação em fazer uma dieta, baseada nas exigências nutricionais é que para elaboração daquela proteína que o animal vai formar, o mesmo precisa estar consumindo uma proteína parecida com aquela que ele vai formar. Isto está relacionado com o VB da proteína.
Quanto mais próxima for a proteína que o animal está ingerindo, em termos de qualidade e quantidade da proteína que vai ser formada, mais elevado será o VB da proteína.
Por Exemplo: para fazer uma ração para cachorro a fonte de proteína que ele deve consumir é carne de cachorro;
Se a proteína tem função de sintetizar novos tecidos porque o animal adulto precisa de proteína?
Para manter, como exemplo, a utilização de aminoácidos para produção de energia, as enzimas que são proteínas que são secretadas pelo processo digestivo, muda de pêlos, crescimento de chifres, perda de células e tecidos no trato intestinal, na pele, tudo isso demanda de proteína na dieta.
A determinação do VB pode ser feito pela mensuração dos diferentes compostos. Ex: ingestão de energia. Quantifica-se o que o animal está comendo (NDT, energia bruta), e depois calcula a quantidade de energia que está saindo no leite. Não raro para que as vacas que tem alta produtividade de leite, significa que pelo menos 5% do peso vivo em leite por dia. Então podemos ter balanços energéticos positivo, neutro ou negativo.
Balanço Energético Negativo: quando o animal exporta mais energia, via leite, do que está consumindo, ou seja está exportando mais energia para a produção de leite do que aquilo que ela está comendo.
E como isto é possível?
Por conta da reserva corporal de energia. Quanto ao balanço de N, faz-se medindo a quantidade de N que está sendo ingerida. Então temos o Ningerido, Nfecal, Nurinário e Nleite que conseguimos fazer o balanço do N.
E como é medida a quantidade de N que é dado ao animal?
Se tivermos dando N ao animal no coxo, pesamos o alimento retiramos uma amostra em N, medimos o N na forma de proteína bruta (PB) e multiplicamos esse valor percentual (%) de PB pela quantidade do alimento na matéria seca que o animal está ingerindo. Se for outro alimento pesado ou fornecido (colocado no coxo) - as sobras = ao ingerido.
Nfornecido – Nsobra = Ningerido
O Nfecal é quantificado colhendo o material e medindo a quantidade de N que está saindo nas fezes;
O Nurinário é preciso coletar a urina para conhecer o volume de urina que está saindo, pegar uma alíquota e determinar o N desta urina, esse processo vale para o leite também;
Com isso conseguimos fazer o balanço do N. O importante disso é determinar se o balanço energético está sendo positivo. Pois se o N consumido, não está saindo nas fezes, mas sai na urina significa que o N que foi absorvido, grande parte está sendo retido, está sendo eliminado pela urina. Se está sendo eliminado pela urina quer dizer que o perfil de proteína que está sendo fornecido não é muito compatível com o perfil de proteína que está sendo formado ou eventualmente está ocorrendo um desbalanceamento grande nesta dieta.
%VBP= Nretido x100 ou Nfornecido – Nsobra = Ningerido
Nabsorvido
Se o VB tiver muita perda conclui-se que o perfil de aminoácidos em termos de quantidade, proporção e qualidade está inadequado. Quantidade 0,5%/0,6%, proporção é quantidade do animal em relação a seus pais e qualidade é em relação aos aminoácidos essenciais, então tudo isso deve ser atendido para que se tenha um valor biológico alto, consequentemente VB positivo. Esse valor pode torna-se negativo também por conta da energia na dieta inadequada.
Nretido – Ningerido na dieta – Nfecal + Nurinário ==> Ningerido – Nfecal x 100
No Nfecal tem-se o Ndietético não digerido e Nfecal metabólico (endógena – proveniente das células do intestino e dos M.O.). Quando diferimos aquilo que é aparente daquilo que é real, distinguimos o que é endógeno e o que é dietético. O aparente não expurga a parte endógena e o real expurga a parte endógena. A mesma coisa refere-se ao N urinário, neste tem-se o componente endógeno e não endógeno (dietético que vem do N metabólico). O N urinário trata-se daquilo que foi absorvido, então aquele N que está sendo excretado pela urina já foi absorvido pelo intestino, então parte dele tem origem dietética e parte dele tem mobilização do próprio tecido do organismo animal, por ser mobilizado ingere N e é excretado via urina na forma de uréia o acido úrico.
N metabólico fecal são as células de escamação do intestino e algumas enzimas e alguns microorganismos, então as próprias enzimas saem nas fezes também, são computadas como N, e tem que fazer a diferenciação.
Se na formula acima descontarmos os componentes endógenos tem-se então as seguintes formulas:
VBreal= Ningerido – Nfecal – Nmetabólico + Nurinário – Nurinário endógeno
Ningerido – Nfecal – Nmetabólico fecal
Nas Fezes:
Naparente= Ningerido - Nfecal
Nreal= Ningerido – Nreal – Nmetabólico fecal
A Digestibilidade Real será mais elevada que a digestibilidade aparente. O Balanço de N leva em consideração o que o animal está ingerindo, o que está excretando (via urina, fezes e leite). O N após ser absorvido é o único que acaba sendo excretado em termos de elementos através da urina. Então para determinar se o valor biológico de uma proteína é mais ou menos elevado lança-se mão do balanço de nitrogênio.
Digestibilidade dos nutrientes ou da matéria seca de uma ração é levada em consideração a perda fecal. O que quer dizer que o animal está ingerindo não está sendo transformado como produto final para si próprio.
Digestibilidade: é a fração do alimento consumido ou ingerido e que não é recuperado nas fezes.
Daparente PB = PBingerida – PBexcretada
PBingerida
%CD = MSingerida – MSexcretada x 100
Msingerida
%CD= coeficiente de digestibilidade;
O real e o aparente são diferenciados por meio da presença ou ausência de componentes endógenos, e se houver componentes endógenos para determinar aquilo que é real precisamos expurgar ou tirar o cálculo dos componentes endógenos. No caso das fezes tem-se o N metabólico fecal que é composto por células de escamação, MO, enzimas, e no N metabólico urinário é a urina (composto pela mobilização daqueles aminoácidos que já estavam na musculatura do animal foram mobilizadas e contribuíram com o N presente na urina). Isso para o N.
No caso da MS, foi expurgada a água e sobram componentes orgânicos e inorgânicos. Nos componentes orgânicos temos o N presente na PB na MS. Se processarmos a digestibilidade da MS, se expurgarmos a contribuição do N metabólico fecal, contabilizamos sempre a Daparente e não a Dreal.
%CD do FDN não tem diferença daquilo do que é real e que é aparente, porque todo FDN (Fibra
Cálculo da Digestibilidade Aparente:
Discriminação | kg | % contida no feno | % contida no feno |
Fornecido | 2 (feno) | 80 MS | 8 PB |
Sobras | 0,2 (feno) | 70 MS | 6 PB |
Excrementos | 3 (fezes) | 25 MS | 5 PB |
Total Ingerido | 2 x 0,8 = 1,6kg MS | ||
Sobras | 0,2 x 0,7 = 0,14kg MS | ||
Fezes | 3 x 0,25 = 0,75kg MS | ||
%CD da MS | 1,46 – 0,75 x100 = 48,6% daquilo que ele ingeriu 1,46 não apareceu nas fezes |
MSingerida = MSfornecida – Sobras = 1,6 – 0,14 = 1,46g MS
Total de PB fornecido = 1600g x 0,08 = 128g PB
Sobras = 140g x 0,06 = 8,4g PB
Fezes = 750g x 0,05 = 37,5g PB
PBingerida = PBfornecida – Sobras = 128 – 8,4 = 119,6g PB
%CD = PBingerida – PBexcretada x 100 = %CDPB = 119,6 – 37,5 x100 = 68,6%
PBingerida 119,6
Por que no CDMS o resultado foi 48,6%?
Por que na MS não há apenas proteínas, mas tem fibra, etc.
No CDPB a %CD para cada componente é diferente, isto é a quantidade de PB que o animal ingeriu e não apareceu nas fezes. Uma parte dos 37,5% das fezes é endógena. Se expurgássemos esse valor (37,5%) o valor da PB iria diminuir e consequentemente o valor da digestibilidade iria aumentar, o que podemos inferir que esse valor é aparente.
MS Digestível = 1,46 (consumido) x 0,486 (%CDMS) = 0,70g
PB Digestível = 119,6 x 0,686 (%CDPB) = 82,04g
%NDT = PBdigestível + ENNdigestível + FDN + 2,25
As sobras foram diferentes do fornecido por conta da digestibilidade, saliva. As sobras foram menores por conta da seletividade exercida pelo animal ao comê-lo. As fezes foram maiores do que o conteúdo ingerido por causa da água ingerida que aumenta o volume.
AVALIAÇÃO DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS:
Balanço de N - PB, envolve perdas fecais e urinários;
Digestibilidade – perdas fecais;
Método in-vivo – são empregados necessariamente nos animais. Tem-se o balanço do N, digestibilidade aparente, realizado como mostrado anteriormente (coleta total das fezes). Coleta todas as fezes, pesa-as e analisa-as. Essa coleta é feita pelas gaiolas metabólicas. Quando os animais estão à pasto usa-se os indicadores que são substancias indigeríveis e podem ser: externos e internos.
Indicadores Internos: quando já contidos nos alimentos;
Ex: lignina, fibra indigerível, cinza insolúvel em detergentes ácidos;
Indicadores Externos: são colocados na dieta dos animais para permitir o cálculo de digestibilidade.
Ex: óxido de cromo, óxido de titânio, lipe (fibra de eucalipto).
O método in-vivo tem por objetivo avaliar o balanço de N (através da urina), e determinar a produção de proteínas microbianas por meio de indicadores na urina (medir, a partir de derivados da purina partes da eficiência microbiana).
%Daparente = 100 – (100 x %indicador alimento x %nutrientes nas fezes)
%indicador nas fezes %nutrientes alimento
Método in-situ – é trabalhado diretamente com os animais portadores de cânula ruminal, acoplada na parede do rumem, cuja vantagem é avaliação, principalmente de alimentos volumosos, isto porque 80% da digestão de alimento ocorre no rumem.
O tempo de colonização é aquele tempo que o material da sacolinha não é degradado, ou seja é o tempo que os M.O. se aderem a partícula, depois tem uma fase rápida de degradação e no final tem uma fase onde a degradação não aumenta mais.
Tem como objetivo avaliar a degradabilidade do alimento. Esse material é colocado no canto do rumem para que seja umedecido pelo fluido ruminal e as bactérias fiquem agindo durante um tempo de incubação.
Método in-vitro – são feitos no laboratório e tem como vantagem do controle e rapidez. Esse método simula uma condição in-vivo no laboratório. Utiliza um tubo de ensaio onde é colocado o fluido ruminal, que contem M.O. que vão fazer a digestão do material, o tampão ou saliva artificial, serve para evitar uma grande quantidade de acido que possa influenciar negativamente no crescimento dos M.O. O CO2 serve para produzir condições de anaerobiose e os elementos minerais. O tubo é lacrado e incubado a 39ºC para pode simular a temperatura do rumem. A 2ª etapa é feita com tratamento pela pepsina para simular a digestão que ocorre no abomaso, ou para poder fazer a análise do FDN (digestão de M.O.).
Tem a vantagem de mostrar a cinética do processo fermentativo ao longo do tempo com maior precisão.
DIGESTÃO E ABSORÇÃO DAS PROTEÍNAS NOS RUMINANTES:
A proteína dietética pode ser constituída de N protéico ou N não protéico, quando esta proteína cai dentro do rumem, pode-se ter a transformação. Os M.O. vão produzir a partir das proteínas, polipeptídios (unidades menores que as proteínas), estes são simplificados ainda mais pelas proteínas em aminoácidos, peptídeos, amônia e CO2. Os aminoácidos e a amônia podem ser utilizadas diretamente para a formação de novas proteínas pelos MO ou fermentação desses aminoácidos. Esse por sua vez darão origem a ácidos graxos voláteis AGVs (isobutirato, metilbutirato, isovalerato, acetato). Os MO podem sintetizar seus próprios aminoácidos a partir da amônia, por isso que nos ruminantes esses conceito de aminoácido essencial não se aplica como nos monogástricos.
Uma terceira via é a proteína dietética não ser fermentada nem metabolizada, ela vai para o rumem, o que chamamos de proteína com baixa digestibilidade no rumem. Esta proteína dietética pode ser fermentada no rumem ou não fermentada no rumem, se não for fermentada no rumem só estará disponível no abomaso, e a fermentada estará no rumem que atenderá aos MO e ao hospedeiro. O N fornecido para esses categorias mencionadas é na forma de aminoácidos e na forma de amônia. Atende ao hospedeiro porque os MO serão digeridos pelo hospedeiro quando houver passagem desse material já fermentado no rumem para os próximos compartimentos do trato digestivo.
Se houver uma proteína de péssima qualidade é bom que seja degradada no rumem, pois aumenta de qualidade a medida que for fermentada pelos MO, e cria possibilidade de geração de aminoácidos essenciais e da melhoria do VB desta proteína. Uma proteína de baixa qualidade degradada no rumem dará origem a amônia e aminoácidos, os MO ao fermentar esta proteína, aumenta a qualidade da proteína. Proteína de baixa qualidade é aquela de baixo VB. Caso contrário interessa que seja menos degradada no rumem e seja mais absorvida como tal no intestino delgado. A maioria das proteínas terá a condição de ser fermentada no rumem e não fermentada no rumem. Existem os extremos aqueles 100% degradada no rumem como é o caso da uréia e 100 não degradada no rumem. A soja é cerca de 35% não degradada no rumem. Quanto maior o desempenho do animal maior a necessidade de proteína não degradável no rumem. Já com os monogástricos as preocupações são com os aminoácidos essenciais, digestibilidade das proteínas. No caso do cavalo precisa-se preocupar-se com os aminoácidos essenciais por conta da existência de câmaras de fermentação posterior.
A dieta, constituída, concentrado ou volumoso, ao ser consumida pelo animal, se degradada no rumem dará origem aos aminoácidos, se não for degradada no rumem para como proteína para o intestino, e neste comportamento será digerida, dando origem as enzimas (endopeptidases, ectopeptidases, etc;), nas fezes será encontrado N não digerido e o N bacteriano (também não digerido), encontram-se também o N endógeno e o N dietético não digerido que irão compor as duas frações do N presente nas fezes. Se esta proteína for digerida no rumem dará origem aos aminoácidos, e se tiver uréia (N não protéico) dará origem a amônia. A uréia dever ser utilizada dentro do rumem e junto com uma fonte de energia, a qual dará origem a proteína microbiana, e será absorvida no rumem.
É desejável que a NH3 (amônia) junte-se com a energia proveniente dos carboidratos, dentro do rumem, para que haja possibilidade de transformação da amônia em proteína microbiana, se no entanto a energia não estiver disponível na dieta, como por exemplo se fornecer uréia sem fonte ao animal a uréia dentro do rumem dará origem a amônia. A uréia pode ser absorvida no rúmem como NH3, ocasionando, e houver quantidade grande, intoxicação, ocasionando a morte ou não do animal. A uréia, transformada em amônia, pode passar pelo fígado e novamente ser transformada em uréia (transformada pelo próprio animal = uréia endógena), a uréia vendida é a uréia dietética, em que é consumida nos coxos. A uréia endógena pode ser secretada juntamente com a saliva, pode ser encaminhada para os rins e ser secretada na urina.
Os aminoácidos são utilizados pela glândula mamaria na síntese no leite, além de gerar novos tecidos, repor novas células.
A uréia em excesso ocasiona a intoxicação por esta acontecer na célula que forma um composto denominado de carbamato de amônia.
URÉIA:
Ao ser ingerida pelo animal e instalada no rúmem, dará origem por sua vez a amônia, para o fornecimento de N para a síntese de proteína, o restante da proteína é proveniente do esqueleto carbônico. A uréia é comparada a uma proteína de baixa qualidade. Não pode ser chamada de proteína, pois proteína por definição de aminoácidos. É portanto um composto inorgânico.
A uréia tem 45% de N, transformada em PB
45 x 6,25 = 281g de PB
200g uréia/dia x 281g de PB = 562g de PB
40kg de cana com 20% de MS
40 x 0,20 = 8g de MS x 2% = 160g de PB
Limitações da Uréia:
- Desprovida de energia;
- Desprovida de elementos minerais, por isso acrescenta-se sulfato de amônia que contém S, para constituição dos aminoácidos sulfurados (metionina, cistina, cisteína);
- Requer período de adaptação (período mínimo 1 semana);
- Pode levar a intoxicação;
- Não pode ser utilizado para animais jovens;
Vantagens:
- Economia;
- Fornece N para o crescimento microbiano para aumentar a eficiência do processo fermentativo;
A energia provém das forragens secas, que é utilizada com uréia, se não tiver energia, a uréia poder ser perdida pela urina ou intoxicar o animal. As forragens novas contêm um teor de proteína bruta de 5%, para que ocorra a fermentação adequadamente, é necessário no rúmem um teor mínimo de 7% de PB (fornecido pela dieta).
UTILIZAÇÃO PRÁTICA DA URÉIA:
Uréia + cana:
Vantagens da cana-de-açúcar:
- Apresenta alta produtividade (80-100ton/ha à título de cálculo);
- Amadurece mais rápido enquanto a outras gramíneas estão com valor nutritivo mais baixo. Na época da seca quando a cana está com um valor nutricional mais elevado as gramíneas e as pastagens estão frescas, quantitativamente e qualitativamente tem-se um baixo aproveitamento dessas gramíneas em função do período da seca;
- Conservação. Não exige conservação especial pois está, por si conservada no campo. Mais barato do que a cana é a pastagem ingerida;
Desvantagens:
- Exige corte diário para alimentar os animais, tendo como alternativa o tratamento da cana com a cal, em que evita a fermentação do material, além de corte e moída todos os dias;
- Transporte. É viável que o canavial fique próximo do coxo para que não haja transtornos maiores com o transporte. O ideal em cortar a cana é não levar a palhada, que por sua vez deve ficar no campo;
- Vida útil de 5 anos. A cada ano deve-se refazer 20% do canavial, e as produtividades são decrescentes a cada ano;
Teor de PB bastante baixo, cerca de 3%,assim como baixo teor de mineral. Quando fornecer a cana ao bovino, a quantidade de sal mineral/dia aumenta bastante em função disso. Chega a comer 170g de sal mineral por dia, sendo que o normal é consumir 70-80g de sal mineral/dia por cada UA;
Utilização da uréia com a cana:
Numa dieta de cana tem-se quantidade muito grande de protozoários que se multiplicam, e estes consomem muitas bactérias, e isto faz com que poucos protozoários e poucas bactérias passem do rúmem para o intestino delgado, então a quantidade de proteína microbiana que é muito grande dentro do rúmem, fiquem neste compartimento e não passem para o trato digestivo inferior, ao fornecer o concentrado esta relação é equilibrada.
Outra forma de fornecer esta uréia aos animais é por meio do sal mineral. Na proporção de
A uréia pode ser usada também na silagem, com o mesmo objetivo, aumentar o teor de proteína bruta, e isso se faz durante a ensilagem, que numa proporção em torno de
A uréia é usada no concentrado na proporção de 1-3%. Barateia o concentrado porque a uréia contribui com 5,6% na matéria seca ou mais, economizando dessa forma o alimento protéico.
CUIDADOS COM A UTILIZAÇÃO DA URÉIA:
1. Respeitar as quantidades e os períodos de adaptações da uréia. A quantidade máxima de uréia está em torno de 50g por 100kg de peso vivo. Se a vaca consumir 40kg de cana com 1% de uréia ela está consumindo 400g de uréia. Se a vaca tem 500kg, 250g consumido seria a quantidade máxima. Nesta condição não intoxica;
2. Não fornecer a uréia para animais famintos, estressados, depauperados, fome aguda, ou extrema magreza;
3. Evitar a molhação do material tratado com uréia, pois pode concentrar a uréia toda e o animal pode se intoxicar;
4. Evitar fornecer a animais de 4 meses de idade;
5. Homogeneizar bem a uréia antes do fornecimento;
6. Se for necessário interromper o fornecimento da uréia por mais de 2 dias, adaptar o animal ou grupo de animais novamente;
INTOXICAÇÃO DA URÉIA:
A uréia se não for utilizada corretamente, é capaz de causa intoxicação aguda ( morte rápida ) no animal em poucas hora, dependendo da quantidade que o animal consome. O animal intoxicado pela uréia se comporta apresentando:
- Andar cambaleante;
- Inquietação;
- Salivação excessiva;
- Enrijecimento da musculatura, conhecido como tetania;
- Respiração dificultosa, conhecida como dispnéia;
- Convulsão;
- E morte, nesta ordem.
Eventualmente o que pode ser usado como tratamento para intoxicação com uréia é o ácido acético (vinagre) na proporção de
LIPÍDIOS:
Os lipídios se constituem no segundo componente de energia nas dietas para os animais domésticos. O primeiro é o carboidrato.
Lipídios Simples: estão nesta categoria os óleos que são gorduras liquidas a temperatura ambiente. A diferença entre estas gorduras, é que as gorduras são sólidas. Mas ambos são constituídos por triglicerídeos (3 ácidos graxos e 1 molécula de glicerol = o álcool), triglicerídeos (2 ácidos graxos + OH) ou monoglicerídeos (1 ácido graxo + OH).
A cara é a combinação de ácidos graxos com outro álcool diferente do glicerol, e não têm valor nutricional, diferente dos ésteres do colesterol que possui. Colesterol + ésteres = cera.
Lipídeos Compostos: fosfolipídios e glicolipídeos (glicídios ou carboidratos). Ex: glicerofosfolipídeos, fingobianinas, (está na bainha da giberelina resvetindo o axônio);
Os ácidos graxos com maior número de C são graxos insaturados (cadeias duplas ou triplas), e ácidos graxos com menor número de C são ácidos (cadeias simples).
A principal função dos lipídeos na dieta é gerar energia.
Os ruminantes não podem consumir grandes quantidades de gordura como consomem os suínos e aves. O limite é de 6% para as aves e suínos 10%. Pois pode atrapalhar a digestão microbiana no rumem dos ruminantes.
Além disso os lapídeos tem função de equilibrar o valor da dieta, que muitas vezes não se consegue balancear essa dieta com apenas alimentos concentrados energéticos, o que chamamos de goma.
Esses lipídeos líquidos encontramos principalmente em alimentos de origem vegetal.
O índice de Iodo é uma medida em que diz: quanto maior o grau de insaturação das gorduras. A tendência do animal é sempre formar gorduras saturadas, que por sua vez são mais estáveis. Na dieta quanto maior a quantidade de ácidos graxos insaturados maior a possibilidade desta gordura rancificar. Se a dieta contiver mais ácido graxo insaturado ela será mais instáveis.
Existem dois tipos de colesterol o HDL (Lipoproteína de Alta Densidade) e o LDL (Lipoproteína de Baixa Densidade), os de baixa densidade contem mais gordura do que os de alta densidade, e estes contêm maior teor de proteína. O animal domestico (suíno e ave) forma gordura semelhante à que ele ingere. No ruminante ocorre a biohidrogenação das gorduras, ou seja, quando a gordura, principalmente insaturada, chega no rúmem tem a possibilidade de ser reduzida, isto é, virar saturada, como o ambiente do rúmem é altamente redutor, as ligações triplas são reduzidas.
Lipídeos Saturados (sólidos a temperatura ambiente) = butírico, capróico, caprílico, cáprico, láurico, meríntico, palmítico;
Outra função dos lipídeos é formar gorduras de reservas. O organismo animal tende a armazenar o excesso de energia na forma de gordura numa maior proporção e glicogênio, numa proporção, ou seja, tanto carboidratos, proteínas quanto a própria gordura em excesso são transformados em gorduras, que é a forma que o organismo animal armazena. Essa energia armazenada apresenta algumas funções, tais como exemplo, o urso quando hiberna aproveita a gordura de reserva e a água metabólica resultante da oxidação dessa gordura para sobreviver durante o período de 4 meses.
Período Fase I após o parto – chamado pico de produção de leite, que irá acontecer por volt do 40º ao 50º dia após o parto, e neste período ocorre redução fisiologicamente do consumo de alimentos, ou seja, existe uma discrepância no pós parto em relação as curvas de produção de leite que aumentam até o 50º dia depois decresce drasticamente e o consumo de alimentos que após o parto decresce e depois só a partir do 90º ao 120º se estabiliza novamente. Para que haja efetivamente a produção de leite é preciso que haja o consumo de alimentos, partindo do pressuposto que o alimento que está sendo consumido é transformado pelo animal para que possa haver a produção de leite, carne, etc. Se existe uma curva inversa do consumo de alimento em relação a produção de leite desencadeia um problema químico proporcional à distancia das duas curvas.
Período Seco: neste período e no final da lactação anterior é possível colocar uma condição corporal na vaca para que a mesma possa enfrentar o período d fase I onde ocorre um decréscimo no consumo de alimento e um aumento na produção de leite, que possa passar o período da fase I através de suas reservas. Então garante-se o animal antes do parto colocando condição corporal no mesmo preferencialmente no período final da lactação (incidência de energia maior que no período seco) de modo que se consiga um balanço energético positivo (no final da lactação e no período seco, ou seja, está consumindo mais alimento do que está exportando através do leite ou que está perdendo através da urina, fezes). Quando a vaca pare, então, entra no balanço energético negativo a depender da situação do momento e a produção de leite.
Uma vaca não pode parir dando leite, pois se assim for, a próxima lactação é prejudicada, é por isso que tem este período seco (desmamar o bezerro, deixar de tirar leite da vaca). E tem que parar de dá leite 70 dias antes do parto previsto.
Como deixar a vaca numa condição que não a torne prejudicada na amamentação, no sentido de oferecer alimento ruim?
O que acontece se a vaca não estiver numa condição corporal boa, parir e ter produção de leite alta?
1. Produção e leite baixa: Tanto maior é o prejuízo quanto pior for a alimentação que ela receber no pós parto;
2. Diz respeito ao aspecto reprodutivo. Quando a vaca não apresenta condição corporal adequada e não lhe é oferecida uma alimentação correta, tende a cair em intervalos entre partos maiores, por não apresentar cio, consequentemente seu ovário fica pequeno, cíclico, afuncional por carência de comida. Se o ovário é o órgão que libera o óvulo responsável pelo aparecimento do cio, não estão funcionando, as fêmeas não entram no cio cedo, consequentemente os intervalos de partos serão maiores.
Como pode ser avaliada o grau de cobertura de gordura de reserva numa vaca ECC (Escori de Condição Corporal)?
Como avaliar se a mesma está numa ECC ruim ou boa?
Através da inspeção (observação visual) e palpação (tato), na inserção da calda e na bacia (ílio, ísquio e púbis) do animal, além de na altura do vazio do animal, que se situa abaixo da região lombar onde se observa as apófises transversas das vértebras lombares.
Essa ECC varia de
1 muito magra
5 muito gorda
Esse julgamento é importante para os animais que estão no período de lactação e que vão parir. Esses animais não devem parir numa condição inferior a 3,25. Acima de
Outra função dos lipídios é o funcionamento de ácidos graxos essenciais, dentro do mesmo conceito de aminoácidos essenciais, ou seja o organismo não consegue sintetizar esses ácidos graxos, eles têm funções especificas no organismo como por exemplo, participação da membrana celular que é fosfolipoproteíca e precisam ser sintetizadas na dieta. Esses ácidos graxos essenciais são insaturados, e teoricamente o ruminante fatura todos os ácidos graxos que entram na dieta, mas quantidade desses ácidos graxos são infinitamente pequenas que parte dessa gordura escapa do processo de biohidrogenação e consegue fornecer esses ácidos graxos essenciais que o ruminante necessita. Esses ácidos graxos são linoléico, linolênico e o aracdônico.
Linoléico: dentre os citados anteriormente, é o considerado realmente essencial e a deficiência é rara de ocorrer, pois a partir deste é possível sintetizar o aracdônico e i linolênico.
Também é importante na absorção de vitaminas lipossolúveis. Essas vitaminas são solúveis nas gorduras. Estão presentes na dieta junto com as gorduras, por isso quando o animal absorve gordura ingere também todas as substancias solúveis
As gorduras também exercem o papel de proteção dos órgãos vitais, atua como isolante térmico, é fonte de água metabólicas são associadas a alguns hormônios como os steróis.
METABOLISMO DAS GORDURAS:
Para os ruminantes existe o processo de biohidrogenação, em que consiste em saturar a grande maioria dos ácidos graxos insaturados. Nas forragens encontram-se
- Quando ocorre-a emulsificação atuam as lípases que fazem a hidrólise dos triglicerídeos no metabolismo das gorduras atuam as lípases pancreáticas, as fosfatases pancreáticas e esterases pancreáticas. As micelas surgem por conta da emulsificação das gorduras. Essas micelas são extremamente pequenas, o que lhes permite invaginar pela mucosa do intestino, ou seja, é absorvida no intestino delgado. Essas micelas vão conter ácidos graxos livres, monoglicerídeos, glicerol, fosfolipídeos, estéres de colesterol, vitaminas lipossolúveis, sendo todas absorvidas na forma passiva pela mucosa intestinal.
Uma vez absorvida pela mucosa intestinal ela sai da luz intestinal para o interior do organismo. Quando ela sai da luz intestinal, através da absorção passiva da micela para o interior do organismo, ocorre o processo de resíntese de ácido graxo, então são hidrolisados para serem absorvidos e depois resintetizados. Após isso ocorre o transporte dessas gorduras por meio da linfa. Uma vez reesintetizados a gordura absorvida não vai diretamente para o sangue, mas sim para o sistema linfático. Este ocorre paralelo ao sistema sanguíneo, mas em vez de carrear sangue carreia a linfa. Numa determinada localidade esse sistema linfático se comunica com o sistema circulatório sanguíneo na altura do dunco toráxico, então a gordura que estava na linfa sai desta e se dirige ao sistema circulatório.
Se a gordura é pouco miscível em água como pode ser transportada pelo sangue?
É transportada na forma de conjugação das gorduras com as proteínas o que chamamos de kilomicron (proteínas ligadas com as gorduras, que é a forma através do qual aumenta a solubilidade das gorduras no sangue que permite o transporte das gorduras pelo sangue),
Qual o destino da gordura produzida? Preferencialmente pode ser utilizada para produção de energia, ou seja, será oxidada e originará energia para o organismo. Também para a formação da gordura corporal, cuja função é utilizar como energia de reserva, além de compensar o balanço energético negativo, etc. Existem situações onde a mobilização de gordura é tão intensa que provocam outras doenças, ou seja, provoca uma degeneração hepática por excesso de mobilização de gordura corporal, o flgado fica amarelo, e a vaca morre. Uma pequena porção desta gordura é transportada junto com o sangue. As gorduras uma vez armazenadas serão oxidadas pelo processo de (1-oxidação. Na vaca em lactação que precisa de energia para produção de leite, mobiliza essas reservas corporais, por meio da (1 — oxidação, e assim como a glicólisevai produzir energia na célula. Enquanto a glicose produz uma quantidade bem menor de ATP (
É importante considerarmos a gordura do leite, pois ela, apesar de existir um componente genético que determina seu percentual de gordura, existe a possibilidade de emasculação desse percentual de gordura no leite por meio da dieta. Em relação a genética, a raça determina maior quantidade de gordura no leite. Por exemplo a Jérsaei (> % de gordura no leite), A riqueza de gordura pode ser avaliada de duas maneiras sob o ponto de vista percentual, e sobre a quantidade de gordura absoluta que é produzida. O gado zebu produz mais gordura do que o gado europeu, e embora produz um leite mala gordo, a quantidade de leite em si é baixa, ou seja o valor absoluto do total de gordura secretada será um valor menor. Uma vaca holandesa produz uma quantidade de gordura menor, e alta quantidade de leite (valor absoluto de gordura secretada maior).
Por que então é importante considerar a gordura do leite? Para objetivar os produtos cujos destinos serão escolhidos em fun das raças que produzem menos ou mais leite. Quando a dieta tem uma concentração alta de alimentos concentrados na matéria seca (próximo de o%) muda a proporção dos ácidos graxos que são produzidos no rúmen, ou seja, a quantidade folar de ácido acético e ácido butírico diminui em relação a percentagem molar do ácido propiônico e aumento. O ácido acético continua sendo produzido em maior quantidade, no entanto, proporcionalmente o acético e o butírico diminui, pois ao alimentar o animal com uma quantidade grande de concentrado a microbiota ruminal é alterada, fazendo com que os microrganismos que se perpetuam no rúmen produzam menos acético e butírico e mais propiônico que estão acostumados com pH mais baixo, conseqüentemente tanto o C2 quanto o C4 são precursores da síntese de gordura no leite. A síntese de gordura é origem da síntese de ácidos graxos absorvidos. Numa dieta com alta quantidade de concentrado diminui a gorduras do leite, diferente de uma dieta com alta quantidade de volumoso, aumentando assim o percentual de gordura no leite. Em função de uma dieta desbalanceada, com concentrado, pode-se acrescentar gordura protegida, que é uma gorduras incapaz de ser hidrolisada no rúmen, sendo disponibilizada no intestino. Essa gordura pode ser natural ou artificial. Este último de dá por meio de uma saponificação das gorduras por sais de cálcio, o que impede a atuação das lípases microbianas. Aquela por sua vez são materiais que naturalmente têm uma baixa degradabilidade no rúmen e que contém gordura, ex o caroço de algodão (é uma gordura natural que vai disponibiliza mais gordura no duodeno).
A gordura que está presente nos grãos é os triglicerídeos e na forragem são os glicolipídeos, ou seja é um lipídeo composto (galactose + lipídeos).
O β—hidroxibutirado + ácido acético = gordura do leite
VITAMINAS :
A quantidade vitamina que o animal necessita é infimamente pequena, e são fundamentais no metabolismo, e sua ausência pode provocar distúrbios metabólicos. As vitaminas B, praticamente todos os animais domésticos sintetizam. Quem não sintetizam são: o homem, o macaco e a cobaia.
Vitamina B — tiamina — atua de forma específica no metabolismo dos carboidratos e metabolismo anti-neurítito.
Vitamina D — atua na absorção de cálcio e fósforo no intestino.
Quando se consista a deficiência de vitaminas no animal, o seu nível de produção estava comprometido há muito antes, isto é, a deficiência não assume conotação primária dentro deste contexto, mas sim secundária.
As vitaminas foram descobertas no início do século XX, por volta de 1910, 1912 e ao serem descobertas eram denominadas por letras. A 1ª vitamina a ser descoberta foi a A, logo a B e assim sucessivamente.
Ás vitaminas não são relacionadas quimicamente entre si e por isto ser verdade o mecanismo utilizado para identifica-las e classificá-las lança-se mão do mecanismo de solubilidade. Essas vitaminas são divididas em dois grupos: as que são solúveis em gorduras (lipossolúveis) e solúveis em água (hidrossolúveis). No primeiro grupo estão presentes as vitaminas A, D, E e K. No segundo grupo estão presentes as vitaminas do complexo B e vitaminas C.
Particularidades dos grupos de vitaminas:
Excreção — o excesso de vitaminas hidrossolúveis é excretado por meio da urina. Ex: a vitamina C ao ser ingerida em grande quantidade, o que não consegue ser aproveitada é eliminada através da urina. Enquanto que as vitaminas lipossolúveis a excreção do excedente é feita via fezes e através da bile.
Toxidez — as vitaminas hidrossolúveis são pouco tóxicas ou não tóxicas. Ao contrário das vitaminas lipossolúveis, que seu excesso é tóxico. Ex: o excesso de vitamina D causa calcificação aberrante, esta ocorre em tecidos moles como o coração, o pulmão, etc. A vitamina A (ácido retinóico) ao ser exposta ao sol inflama, queimando. É o caso de cremes a base de ácido retinóico.
Com relação a sintomatologia da deficiência em função da funcionalidade de cada uma delas, é mais específica para as lipossolúveis e menos específicas para as hidrossolúveis. Por exemplo a vitamina E exerce uma função bastante específica no processo de coagulação sanguíneo. Se houver algum tipo de processo que impeça a absorção das vitaminas E não haverá coagulação do sangue, já que ela é específica neste processo. Ao contrário o que acontece com a maioria das vitaminas hidrossolúveis, principalmente as do complexo B. Por exemplo a vitamina B3 (piridoxina) participa no metabolismo das proteínas e dos carboidratos. A participação da grande maioria do complexo B é como co-fator do metabolismo dessas vitaminas. Como elas são requeridas de pequenas quantidades a demonstração da deficiência dessas vitaminas é muito menos específica do que as especificadas anteriormente, no caso da vitamina A, pois está ligada ao metabolismo geral do animal. Então o que se observa na grande maioria em caso de deficiência de vitamina do complexo B são diminuições do desempenho do animal e pode ser melhorado ao ser reposta a vitamina, logo não terá uma sintomatologia específica, como a da vitamina A, que a sua ausência provoca cegueira. No caso dos suínos e das aves é preciso oferecer essas vitaminas através da ração, e os alimentos que a compõe são farelos de milho e farelo de soja.
As fábricas fazem um pacote que chamamos de núcleo em que contém vitaminas, minerais, aditivos, etc. O que chamamos de comdities.
Composição química:
Apresenta composição química bastante heterogênea. Algumas vitaminas contêm elementos minerais que a compõe. Por exemplo a vitamina B12 é muito importante para os ruminantes, cujo nome é a cianocobalamina. Esta vitamina contém um elemento mineral que é fundamental para que a mesma possa formada ou sintetizada. Os ruminantes sintetizam as vitaminas do complexo B. Para que a microbiota do rúmen consiga sintetizar a vitamina B12 é necessário um elemento mineral que faça parte desta vitamina que é o cobalto, e a quantidade desse elemento é obrigatória na suplementação do animal. A quantidade exigida é pouca, cerca de o,5ppm/kg de matéria seca/dia. Por exemplo se o animal come 10kg de matéria seca, é necessário 5ppm de cobalto (5mg de cobalto/dia).
A grande maioria dessas vitaminas é absorvida no intestino. As vitaminas A, D, E e K não são sintetizadas.
As vitaminas lipossolúveis são absorvidas passivamente, juntamente com a micela que é formada no intestino por atuação da bile quando cai no processo de emulsificação das gorduras. Já as vitaminas hidrossolúveis são absorvidas de duas formas: passivamente, juntamente com nutro nutriente, ou ativamente. Estas vitaminas participam no processo de formação de tecidos ósseo e nervoso. A vitamina O está envolvida na formação do tecido ósseo, pois promove o aumento da absorção intestinal do cálcio e do fósforo, 99% do cálcio e 80% do fósforo estão presentes nos ossos e nos dentes. No sistema nervoso entra a vitamina A, B. A colina é uma vitamina do complexo B- e participa da síntese de acedi colina (substância neurotransmissor).
As vitaminas. lipossolúveis tem armazenamento principalmente no fígado do que as hidrossolúveis. Para os suínos e aves essas vitaminas têm que ser todas suplementadas, com exceção da vitamina C. A principal função desta vitamina é promover a deposição da matriz protéica nos ossos.
A tiamina ou vitamina B, pode ser destruída no rúmen do animal pelos clostridium através das enzimas tiaminases.
Vitamina A (ácido retinóico ou retinol) — é destruída pela luz solar ou pela luminosidade. O feno exposto a luminosidade do sol perde vitamina A. Quanto maior o tempo que fica exposto maior a probabilidade de perder vitaminas. Não encontramos a vitamina A nos alimentos, por sua vez ela é convertida em vitamina no fígado. Nos alimentos encontramos o procaroteno, onde é transformado em vitamina no fígado e na mucosa intestinal. A função da vitamina A está relacionada a dois aspectos: mecanismo da visão e proteção dos epitélios. Quando esse epitélio está desprotegido eles perdem sua características normal e as células que revestem esse epitélio podem necrosar (morrer). Por exemplo cada tecido do organismo animal tem um epitélio, um tipo de célula específica de acordo com a função de cada um. A organização do rim tem uma constituição de células capas de filtrar o sangue para formar a urina, O fígado da mesma maneira. Então a vitamina A protege a integridade dessas células. Se a célula morre o que vem no lugar da mesma é o tecido cicatricial ou tecido conjuntivo, é um tipo de célula totalmente diferente da célula hepática. Então cirrose hepática significa a substituição da célula hepática com função altamente específica e apropriada dela que faz o organismo funcionar. Com relação a vitamina A na visão, ocorre da seguinte forma: no fundo do olho existem células que permitem ao animal enxergar com pouca luz, e nestas células tem proteínas que formam essas células que está conjugada a vitamina A, logo a deficiência dessa vitamina tem como seqüela a cegueira noturna (cerocalmina).
A vitamina D (ergosterol) está presente no organismo animal e vegetal, também tem armazenamento hepático, e ela vai receber o nome do organismo animal de 7-deidrocolesterol irradiado, irradiado porque foi transformado, ou seja o colicolesterol foi transformado em 7-deidrocolesterol. E nos vegetais é o calciferol irradiado. Então a vitamina D assim como a A estão presentes na forma de precursor, esse transformação de precursor em vitamina se dá na pele dos animais.
A primeira função básica da vitamina D é promover a absorção intestinal do cálcio e do fósforo, atuando no seu metabolismo, além disso promove a reabsorção óssea, pois o cálcio e o fósforo estão intimamente regulados por mecanismos hormonais. Tem-se então dois mecanismos hormonais que realizam esse processo, o primeiro é o PTH (paratormônio) e a calcitonina que atuam antagonicamente um ao outro, cuja função básica é manter os níveis de cálcio no sangue dentro de uma estrita faixa normal. Mesmo se o animal tiver uma dieta baixíssima em cálcio o nível de cálcio no sangue estará normal. Se o nível de cálcio no sangue estiver alterado o animal tem distúrbios graves no seu metabolismo a exemplo é o que ocorre na febre do leite. Essa febre no leite é causada por uma queda abrupta no nível de cálcio sanguíneo que é provocado pelo início do processo de lactação. Então a glândula mamária para a síntese do leite utiliza o cálcio do sangue, então o nível de cálcio cai mais rápido e o mecanismo hormonal muitas vezes não consegue acompanhar a velocidade da queda do nível de cálcio, como conseqüência disso aparece a febre do leite (hipocaicemia parturiente, calcemia da lactação). Então esses dois hormônios atuam neste processo e a vitamina D atua com ele. O PTH aumenta a calcemia e a calcitonina diminui a calcemia (nível de cálcio do sangue). A vitamina D aumenta a calcemia por conta da absorção de cálcio e fósforo.
Então a vitamina D absorve cálcio do intestino, mobiliza cálcio do osso, e diminui a excreção renal de cálcio.
A parte ativa da vitamina D no organismo é 1,25 diidroxicolicalciferol.
A vitamina K é conhecida como vitamina antihemorrágica, pertence ao grupo das quinonas. A vitamina K1 é encontrada nas plantas verdes tem nome de filoquinona. A vitamina K2 é encontrada em produtos de origem animal é chamada de menaquinona. A vitamina K3 que é sintética é chamada de menadiona. Essa vitamina (K) é sintetizada pelos microrganismos do rúmen. Essa vitamina tem função de atuar no processo de coagulação do sangue, na integridade dos epitélios dos tecidos, e no metabolismo. A carência dela provoca hemorragia.
No caso dos diabéticos, por uma deficiência genética os mesmos não conseguem sintetizar fatores da coagulação. A coagulação sanguínea necessita de fatores que permite a transformação do fibriogênio em fibrina, para que a vitamina K chegue ao seu apogeu. A fibrina é a formação do coágulo propriamente dito. Na ausência de uns dos fatores da coagulação o mecanismos de transformação é prejudicado. A protombrina transforma-se em trombina, esta catalisa a transformação do fibriogênio em fibrina que é o coágulo propriamente dito. Antes da reação da trombina existe uma reação
Vitamina E (tocoferol) o mais difundido dele é o α-tocoferol, a principal função está relacionada ao efeito sinérgico que essa vitamina exerce com o elemento mineral selênio, ou seja ambos atuam sinergicamente no sentido de promover ou evitar a formação do peróxido, logo os dois têm efeito anti-oxidante. Na maioria das dietas para suínos e aves, existe adição de anti-oxidante sintético, além da adição de vitamina E cujo objetivo é evitar a rancificação das gorduras (evitar a formação dos peróxidos que é o resultado do processo de rancificação oxidativa), no organismo animal tanto o selênio quanto a vitamina E exercem a mesma função, os quais são direcionados à integridade da membrana celular. O efeito desse anti-oxidante visa preservar a gordura das rações, quanto mais óleo tiver a ração, maior a necessidade de adição de anti-oxidante, mais vitamina E, mais selênio. Tem-se dois exemplos de anti-oxidante sintético, a etoxiquina e DPPD. Uma das principais evidências de deficiência de selênio nos animais é uma situação conhecida com distrofia muscular, que causa, principalmente nos animais jovens dificuldade de locomoção, mangueira, e essa deficiência é causada pela destruição de parte das estruturas musculares, ou seja, de musculatura estriada. No processo de distrofia muscular as estrias transversais da musculatura estriada (l(MpIn’duI, fa’i’n(lo com que o animal não tenha a mesma rigidez muscular que tinha antes, por conta disso tem dificuldade di lcicciiiioçêc. Esta vitamina E está presente, em grande quantidade, nos grãos de oleagionosas, nos fenos e forragens verdes.
B (Tianiina) — participa do metabolismo no cérebro, na coversão do ácido pirúvico em CoA, na conversão do acetaglutarico no ciclo de krebs, conversão do acetil coA em acetil colina que é um neutrotransmissor. Sua deficiência causa necrose cérebro cortical e polineurite (inflamação generalizada dos nervos). É uma vitamina que pode ser destruída no rúmen do animal, através da ação dos microrganismos do gênero clostridium ao produzir uma enzima chamada tiaminase destruindo esta vitamina e consequentemente apresenta a sintomatologia de necrose cérebro cortical.
B (Riboflavina) -, participa na formação do FAD (Flavina — Adenina — denucleotideos), é uma flavoproteína que atua como transportador de elétrons. A deficiência desta vitamina está relacionada ao metabolismo dos carboidratos. A niacina . A niacina participa do transportador de elétrons NAD e NADP(nicotinamina — adenina — dinucleotídeo... phosphato), pode ser sintetizada a partir do triptofano.
E6 (Piridoxina) — ligada ao metabolismo das proteínas
B, (Cianocobalamina) — o cobalto é o precursor para a síntese desta vitamina, sua função está relacionada a participar da conversão ácido propiônico em glicose no fígado (neoglicogenese). Essa vitamina precisa ser suprida numa quantidade de 0,5 ppm/dia para que esse processo possa tornar-se realidade.Caso contrário a enzima que depende dessa proteína não funciona de forma que é completamente excretada pelo rim, não ocorre a transformação. Isso para os ruminantes. Nos não ruminantes essa vitamina é conhecida como fator antianémico. Ela está presente nas carnes. Os alimentos vegetais, a maioria deles, é pobre de vitamina R. A sua ausência provoca a anemia perniciosa.
Colina — outra vitamina do complexo E tem ação lipotrófica, pode ser sintetizada a partir da metionina
Ácido fólico — participa da transformação de dois aminoácidos cerina e glicina, degradação da histidina, síntese de purina e também é um fator antianêmico. A deflciênica está ligada a anemia, redução de células brancas, plaquetas, ligado ao metabolismo das proteínas (por causa dos aminoácidos e purina)
Ácido pantotênico — constituinte da CoA. Os participantes da COA SO tiamina — colina — e o próprio ácido pantotênico, também ligado ao metabolismo dos lipídios por conta da CoA
Biotina — vitamina do complexo B. Exige quantidades infimamente pequenas, participa da desaminação doa aminoácidos, carboxilação da acetil CoA, conversão do piruvato e oxaloacetato, síntese de proteínas. Sua deficiência está ligado a problemas de pele, hematite, falta de apetite, crescimento retardado.
- Vitamina C — não tem grande importância para os animais domésticos. Sua principal função é formação da matriz protéica dos ossos e dos dentes.
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