sexta-feira, 10 de outubro de 2008

IDENTIFICAÇÃO DE INSETOS (Parte 4)

INTRODUÇÃO

Os danos causados pelos insetos às plantas são muito variáveis, chegando a atingir toda a planta. O ataque depende da espécie e da densidade populacional da praga, do estádio de desenvolvimento e da estrutura vegetal atacada e da duração do ataque.

Os insetos podem causar danos diretos quando ataca o produto a ser comercializado, ou indiretos quando atacam as estruturas vegetais como folhas e raízes que não serão comercializados, mas que alteram os processos fisiológicos, provocando queda no produção.

Os insetos são transmissores de muitas doenças, especialmente vírus, facilita a proliferação de bactérias e o desenvolvimento de fungos e outros patógenos, ou injetam substâncias tóxicas durante o processo alimentar.

O Brasil por ser um país tropical e com extensas áreas cultivadas apresenta sérios problemas de pragas. Várias delas levaram a extinção de grandes culturas no país, como o ataque do pulgão Toxoptera citricica, transmissor do vírus da “tristeza”, em 1939 que arrasou os pomares paulistas. A cafeicultura também teve sérios problemas com a presença da broca Hypothenemus hampei, em 1924 causando grandes prejuízos principalmente no estado de São Paulo.

Muitas técnicas e/ou métodos estão sendo usados para o controle destes insetos considerados pragas, já que as perdas causadas atingem o nível de dano econômico. No caso da “tristeza” dos citros, a recuperação da lavoura só foi possível com o desenvolvimento de porta-enxertos resistentes.

De modo geral qualquer praga pode ser controlada desde que se tenha conhecimento do inseto, da planta e dos vários métodos disponíveis. Muitas vezes uma simples adubação ou qualquer outro método cultural, como aração do solo, capina, poda pode ter um efeito tão significante quanto à aplicação de um defensivo com elevado custo e que traz perigo à saúde humana e ao ambiente.

Atualmente tem-se dado muita atenção ao controle biológico, onde os inimigos naturais são usados para controlar a densidade populacional do inseto-praga, reduzindo o uso de produtos químicos.Temos como exemplo os predadores, joaninhas, vespas e bichos lixeiro (Chrysoperla spp.), e alguns parasitóides da família Hymenoptera, dentre outros. O controle biológico é um fenômeno natural e um dos componentes de programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP), ao lado de medidas de controle de insetos e/ou ácaros. Considerado como peça fundamental nos programas modernos de controle de pragas, juntamente com o nível de controle, amostragem e taxonomia, pois os inimigos naturais mantêm as pragas em equilíbrio, sendo um dos responsáveis pela mortalidade natural no agroecossistema.

O MIP surgiu visando à minimização dos problemas causados com o uso sistemático de produtos químicos em culturas de importância agrícola.

As técnicas de engenharia genética também estão sendo muito usadas para criar plantas trasgênicas com genes para resistência a insetos, sendo os mais conhecidos e estudados até o momento, aqueles que expressam as proteínas da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), os inibidores de proteinases, os inibidores de alfa-amilase e as lectinas.

Um outro método de controle que está sendo muito estudado e empregado é o uso da técnica do inseto estéril, onde as pragas são utilizadas contra os membros da mesma espécie com o objetivo de reduzir o potencial reprodutivo das mesmas, sendo asssim conhecido como controle autocida. Esta técnica está sendo utilizada no manejo de algumas pragas, como no caso da mosca-das-frutas Ceratitis capitata.

BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS:

BORROR, D. J.; DELONG, D. M. Introdução ao Estudo dos Insetos. Rio de Janeiro: Programa de Publicações Didáticas. 1969. 653p.

CARRERA, M. Entomologia para você. São Paulo: Nobel, 1980. 185p.

FORTI, L. C.; BOARETTO, M. A. C. Formigas cortadeiras: biologia, ecologia, donos e controle. Botucatu – SP, 1997.61p.

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 949P.

MARICONI, F. A. M. Inseticidas e seu Emprego no Combate às pragas. Vol. II. São Paulo: Nobel, 1976.

PARRA, J.R.P.; OLIVEIRA, H.N.; PINTO, A.S. Guia Ilustrado de Pragas e Insetos Benéficos dos Citros. Piracicaba: A.S. Pinto. 2003. 140p.

PINTO, A. S.; PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.Guia ilustrado de pragas e insetos benéficos do milho e sorgo. Ribeirão Preto: A. S. Pinto, 2004. 108p.

SANTOS, W. J. dos. Monitoramento e Controle das Pragas do Algodoeiro. Piracicaba, SP. Potafos. 1999. 133 a 179p.

ZUCCHI, R. A., SILVEIRA NETO, S., NAKANO, O. Guia de Identificação de PragasAgrícolas. Piracicaba: Ed. “FEALQ”, 1993. 139p.

Abacaxi. Fitossanidade/ editor técnico José Emilson Cardoso; Embrapa Informação Tecnológica, 2002. 47p.

Coco.Fitossanidade/ editor técnico Joana Maria Santos Ferreira; Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE). – Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2002. 136p. (Frutas do Brasil; 28)

Graviola. Fitossanidade/ editor técnico José Emilson Cardoso; Embrapa Informação Tecnológica, 2002. 47p.

RELAÇÃO DOS INSETOS

Hemiptera

1- Quesada gigas – cigarra

2- Leptoglossus zonatus – percevejo

3- Leptoglossus gonagra –

4- Thyanta perditor

5- Aetalium reticulatum

6- Membrancis foliata

Lepidóptera

7- Eumorpha vitis

8- Thyrinteina arnobia

9- Diloboderus abderus Coleóptero

10- Paradiophorus crenatus

11- Oncideres slandei

12- Trachyderes thoracicus

13- Polidonata sórdida

14- Phoracantha semipunctata

15- Astylus variegateis

16- Eriopis connexa – predador

17- Anthonomus grandis

18- Cycloneda sanguinea –predador

19- Diabrotica speciosa

Hymenoptera

20- Atta laevigata

Orthoptera

21- Neocurtella hexadadyla

Díptera

22- Ceratitis capitata

Neuroptera

23- Crysoperla externa

VIDROS

24- Zabrotes sp – caruncho

25- Sophorae brasolis – Lepidoptera

26- Pectinophora gossypiella – lagarta-rosada

27- Selenothrips rubrocinctus

28- Ceroplastes spp

29- Toxoptera citricida

30- Sintermes spp

Nº 01

Nome da praga: Quesada gigas

Nome comum: Cigarra

Ordem: Hemiptera

Local da coleta: Café - UESB

Data da coleta: 10/05/2005

Cultura que ataca: Café

Descrição e biologia: as cigarras possuem coloração escura, verde-oliva a marrom; as asas são transparentes com algumas manchas escuras. Os machos possuem órgãos emissores de sons que atraem as fêmeas. A fêmea coloca os ovos no interior da casca dos ramos do cafeeiro por intermédio do seu ovipositor em disposição linear, é uma postura endofítica em ramos vivos ou mortos, medem de 12 a 15mm e a maior 45mm de envergadura. Após a eclosão surgem as formas jovens que penetram no solo, fixando-se nas raízes, onde sugam a seiva da planta. Terminando o período ninfal, abandonam as raízes que sugam e, por orifícios circulares, saem do solo, fixando-se em seguida no tronco das plantas durante algum tempo. Em seguida rompe-se o tegumento na região dorsal do tórax e emergem os adultos, deixando a exúvia.

Danos causados: devido a esta sucção de seiva pelas ninfas, as plantas apresentam uma clorose nas folhas da extremidade dos ramos, semelhante a deficiências nutricionais. Perdem folhas com queda precoce de flores e frutos; as extremidades dos ramos secam, causando sensível diminuição da produção. São registradas, em ataques intensos, até 400 ninfas por cova, o que pode levar a planta a morte.

Métodos de controle: é feito através da utilização de granulados sistêmicos indicados para o bicho-mineiro, aumentando-se a dosagem em 20 a 30 %. A poda, após o controle em altas infestações, pode favorecer a recuperação da planta.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

ZUCCHI, R. A., SILVEIRA NETO, S., NAKANO, O. Guia de Identificação de PragasAgrícolas. Piracicaba: Ed. “FEALQ”, 1993. 139p.

Nº 02

Nome da praga: Leptoglossus zonatus

Nome comum: Percevejo-do-milho

Ordem: Hemiptera

Local da coleta: urucum - UESB

Data da coleta: 12/05/2005

Cultura que ataca: milho

Descrição e biologia: esses percevejos de 2 cm têm coloração marrom-escura, com duas manchas circulares amarelas no pronoto, além de uma expansão foliácea nas tíbias posteriores. As fêmeas são geralmente maiores do que os machos. Hemiélitro com uma faixa transversal amarela em zigue-zague. Seus ovos são colocados em linha sobre as folhas e deles nascem as ninfas alaranjadas, que ficam em grupo quando nasce, até o terceiro ínstar, quando então se dispersa. O ciclo de ovo a adulto é de 40 dias, em média. Ocorre da fase de grãos leitosos até a colheita.

Danos causados: tanto os adultos com as ninfas sugam os grãos da espiga, provocando seu murchamento e apodrecimento. O problema é mais grave em campos de produção de sementes. Em sorgo, essa praga se alimenta dos grãos em enchimento e, menos freqüentemente, de outras partes da panícula. Causam a diminuição do peso dos grãos, reduzindo também a germinação e vigor das sementes.

Métodos de controle: seu controle é feito com pulverização com inseticidas fosforados, adicionando-se sal de cozinha ou uréia para reduzir a dose.

Bibliografía consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

PINTO, A. S.; PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.Guia ilustrado de pragas e insetos benéficos do milho e sorgo. Ribeirão Preto: A. S. Pinto, 2004. 108p.

Nº 03

Nome da praga: Leptoglossus gonagra

Nome comum: percevejo

Ordem: Hemiptera

Local da coleta: urucum - UESB

Data da coleta: 12/05/2005

Cultura que ataca: citros, goiaba, cucurbitáceas e outras.

Descrição e biologia: O adulto é um percevejo de coloração geral marrom-escura, que mede cerca de 20 mm de comprimento. As pernas posteriores, mais largas, apresentam a tíbia provida de expansões laterais, à semelhança de uma pequena folha, com manchas claras no lado interno. Apresenta, ainda, listras alaranjadas na cabeça e uma linha transversal amarela no pronoto, próxima aos olhos. Ataca além das plantas já citadas, o melão-de-são-caetano.

Danos causados: ocorre de março a junho. Tanto na forma adulta quanto na forma jovem, essa praga ataca os ramos e os frutos ainda novos, sugando-lhe a seiva. Em conseqüência, as plantas ficam depauperadas e os frutos mostram sintoma de empedramento na região da picada e ficam depreciadas para o consumo. Ao sugarem as plantas, introduzem substâncias tóxicas, prejudicando ainda mais a cultura.

Métodos de controle: aplicação de inseticidas fosforados, tais como paration metílico, fention, triclorfon ou piretróides, todos em pulverização.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

PARRA, J.R.P.; OLIVEIRA, H.N.; PINTO, A.S. Guia Ilustrado de Pragas e Insetos Benéficos dos Citros. Piracicaba: A.S. Pinto. 2003. 140p.

Nº 04

Nome da praga: Thyanta perditor

Nome comum: percevejo

Ordem: Hemiptera

Local da coleta: urucum - UESB

Data da coleta: 04/06/2005

Cultura que ataca: aveia, trigo, cevada, crotalária.

Descrição e biologia: são percevejos quando adultos medem de 9 a 11 mm de comprimento, apresenta coloração verde (fêmea) ou parda (macho), com duas expansões laterais no pronoto.

Danos causados: as ninfas e adultos sugam seiva, sendo mais importante na fase de grãos em massa mole, onde reduzem o poder germinativo das sementes. Em crotalárias, sugam a seiva das plantas, diminuindo sensivelmente a produção das vagens.

Métodos de controle: é feito com pulverizações com fosforados, carbamatos, piretróides ou reguladores de crescimento e endosulfan.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

Nº 05

Nome da praga: Aetalion reticulatum

Nome comum: Cigarrinha-das-frutíferas

Ordem: Hemiptera

Local da coleta: nas grevíleas que sombreiam a plantação de café - UESB

Data da coleta: 10/03/2005

Cultura(s) que ataca: abacateiro, laranjeira e outros citros, algodoeiro, ameixeira, amoreira, amêndoa, cacaueiro, cafeeiro, caquizeiro, cajueiro, dália, eucalipto, jacarandá, jaqueira, magnólia, mangueira, videira, figueira, tamarindeiro, etc.

Descrição e biologia: são insetos sugadores que medem cerca de 10 mm de comprimento, de coloração marrom-ferrugínea, com as nervuras das asas salientes e esverdeadas. As fêmeas colocam os ovos em grupo de 100 nos ramos e nos pedúnculos dos frutos envoltos por uma substância coletérica de cor marrom-acinzentada. Elas protegem os ovos durante todo o período de incubação que dura cerca de 30 dias. O período ninfal dura 45 dias e as ninfas sugam ativamente a seiva da planta e tem uma coloração acinzentada com estrias vermelhas. Dão 3 gerações por ano e seu ciclo evolutivo completo equivale a 110 dias. São ovíparos, vivendo, principalmente, nos brotos novos, encontrando-se, também, nas folhas e ramos das plantas cítricas.

Danos causados: São insetos sugadores de seiva e, por suas picadas sucessivas causam elevado dano, enrolando as folhas, retorcendo os brotos; colonizam os pedúnculos dos frutos atrasando assim o seu desenvolvimento e inclusive pode provocar a queda destes. Se a sua infestação for intensa, os ramos secam e a produção do ano pode ser gravemente reduzida. Devido à excreção do “honeydew” formigas são atraídas e favorecem o desenvolvimento de fumagina que prejudica o desenvolvimento normal da planta. Através de suas picadas penetram microrganismos que poderão causar doenças nas plantas. Em período favorável de brotação e ambiente, a infestação é sempre mais intensa e, em conseqüência, os prejuízos são maiores. Causa uma super brotação na planta.

Métodos de controle: normalmente, não é necessário. Em condições excepcionais, as medidas podem ser as seguintes:

1 – Poda e destruição dos galhos com ootecas

2 - Pulverizações com inseticidas fosforados, clorofosforados e carbamatos, como: paratiom a 0,02% ou malatiom a 0,08% (200 g PM a 10% do 1º ou 320 g PM a 25% do 2º, em 100 L de água).

3 – Alguns micro-himenópteros vivem à custa dos ovos. É de grande interesse introduzir nos pomares esses parasitas tão úteis.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

MARICONI, F. A. M. Inseticidas e seu Emprego no Combate às pragas. Vol. II. São Paulo: Nobel, 1976.

Nº 06

Nome da praga: Membrancis foliata

Nome comum: viuvinha e/ou soldadinho.

Ordem: Hemiptera

Local da coleta: amendoeira

Data da coleta: 12/04/2005

Cultura que ataca: gravioleira, amendoeira, cacaueiro

Descrição e biologia: são bastante comuns em gravioleira. Vivem gregariamente nos galhos, sobre pedúnculos e frutos. Quando se tenta apanha-los, eles deslocam-se geralmente, em torno do galho, procurando se esconder. As formas adultas quando perseguidas, soltam e voam imediatamente. Os ovos são colocados e recobertos por uma massa pegajosa e branca. Os adultos possuem três faixas brancas.

Danos causados:

Métodos de controle: Não foram registrados procedimentos para o controle dessa praga em graviola.

Bibliografia cinsultada:

Graviola. Fitossanidade/ editor técnico José Emilson Cardoso; Embrapa Informação Tecnológica, 2002. 47p.

Nº 07

Nome da praga: Eumorpha vitis

Nome comum: lagarta das folhas (mandarová)

Ordem: Lepidoptera

Local da coleta: citrus - UESB

Data da coleta: 10/03/2005

Cultura(s) que ataca: videira

Descrição e biologia: são mariposas de 100mm de envergadura e o corpo de coloração parda. Asas anteriores escuras com faixas claras e as posteriores com desenhos verdes e pretos, sendo as bordas internas avermelhadas. Suas lagartas são verde-claras, medem 80mm de comprimento e apresentam uma faixa oblíqua amarela na margem dos espiráculos.

Danos causados: destroem as folhas das videiras

Métodos de controle: pulverizações com inseticidas fosforados, carbamatos, piretróides, reguladores de crescimento ou biológicos, estes dois últimos para lagartas pequenas.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

Nº 08

Nome Cientifico: Thyrinteina arnobia

Nome comum: lagarta mede-palmo

Ordem: Lepidoptera

Local da coleta: pastagens - UESB

Data da coleta: 04/03/2005

Cultura que ataca: Eucalipto

Descrição e biologia: são mariposas cujas fêmeas apresentam asa brancas, com pontuações esparsas; na anterior existem duas linhas escuras que dividem as asas em três partes. As antenas são filiformes e curtas. Os machos apresentam asas de coloração castanha e antenas pectinadas, além de serem menores que as fêmeas. A postura geralmente é feita circundando ramos finos e cada fêmea oviposita cerca de 1.000 ovos. O período de incubação é de 10 dias , após eclodirem as lagartas são do tipo mede-palmo, finas e de coloração geralmente preta. As lagartas apresentam duas saliências cônicas na cabeça, separadas por um sulco; quando bem desenvolvidas chegam a medir 50 mm de comprimento e são de coloração castanho-escura, o que as confundem com galhos secos. São também conhecidas como “lagarta de cor parda” ou “lagarta-parda”. O período larval é de cerca de 25 dias, e o pupal, de 10 dias. Transformam-se em pupa nas folhas, dobrando-se para sua proteção.

Danos causados: causam muitos prejuízos pois comem as folhas, podendo deixar as árvores totalmente desfolhadas; o ataque só é percebido quando a maioria está nos últimos ínstares devido ao aumento de desfolhamento e pelo ruído da queda de suas fezes, podendo deixar as árvores totalmente desfolhadas. Quando os surtos se repetem, podem paralisar o crescimento das plantas pelas desfolhas sucessivas.

Métodos de controle: biológico: os parasitóides têm-se mostrando bastante eficiente no controle de lagartas como Archytas sp., Deopalpus sp., Lespesia affinis, Patelloa similis (Díptera, Tachinidae). Inseticidas biológicos à base de Bacillus thuringiensis têm sido usado com sucesso. Apresentam a vantagem de serem específicos para lagartas, preservando, desta forma, os inimigos naturais. As viroses específicas também são muito eficiente.

Químico: a aplicação de piretróides pode ser recomendada, devido à baixa ação tóxica desses produtos ao homem.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

ZANUNCIO, J. C, coord. Lepidoptera desfolhadores de eucalipto: biologia, ecologia e controle / IPEF / SIF, 1993.

Nº 09

Nome da praga: Diloboderus abderus

Nome comum: “bicho-bolo” ou coró-das-pastagens

Ordem: Coleoptera

Local da coleta: milho - UESB

Data da coleta: 18/03/2005

Cultura(s) que ataca: milho, trigo, aveia, cevada, centeio, pastagens.

Descrição e biologia da praga: são besouros cujas larvas tem o corpo esbranquiçado, em forma de C com três pares de pernas torácicas e cabeça marrom; a ponta do abdome é escura, brilhante e transparente: o conteúdo interno do corpo pode ser visualizado através da pele, vivem no solo, entre 10 a 19 cm de profundidade, de fevereiro a novembro e adultos, de novembro a abril. Os adultos, no entanto são bem diferentes entre si, medem de 20 a 25 mm de comprimento e são de coloração quase preta. Apresenta dimorfismo sexual evidente, tendo os machos um corno cefálico curvo e um corno torácico de extremidade bífida. Entretanto são mais importantes em áreas anteriormente ocupadas por pastagens ou que permaneceram sem cultivo.

Danos causados: As larvas se alimentam das raízes, podendo afetar a densidade da planta. Causam o tombamento das plantas pela destruição das raízes, podendo levar à morte em caso de altas infestações. Seu ataque é geralmente em reboleiras. Causam prejuízos por destruição das raízes das plantas.

Métodos de controle: além do tratamento de sementes, recomenda-se o controle quando são encontradas mais de 4 larvas/m², com aplicações de inseticidas de solo a base de Carbossulflan, Imidacloprid, ou Tiodicarb. A aração do solo concorre para a diminuição da infestação, bem como a rotação de cultura que reduz a disponibilidade de palha no período de oviposição dos córos. O fungo Metarhizium anisopliae ocorre naturalmente e deve ser protegido pela aplicação de produtos fitossanitários seletivos.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

Nº 10

Nome da praga: Paradiophorus crenatus

Nome comum: Broca-do-colo-do-abacaxi

Ordem: Coleoptera

Local da coleta: café - UESB

Data da coleta: 12/05/2005

Cultura que ataca: abacaxi

Descrição e biologia: o adulto é um besouro de tamanho variável de 22 a 25 mm de comprimento e de coloração preto brilhante. A cabeça é prolongada e para frente, em um rostro típico da família, e os élitros apresentam sulcos largos e profundos. As fêmeas, para oviposição, fazem orifícios na região do coleto, onde depositam os ovos. As larvas abrem galerias cujo diâmetro vai aumentando até atingir 15 mm. Antes de transformarem-se em pupas, as larvas seccionam a planta, na porção situada pouco abaixo da superfície do solo, onde tecem um casulo em cujo interior se transformam em pupas e, posteriormente, em adultos.

Danos causados: as plantas atacadas têm a formação dos frutos muito prejudicada, podendo até ficar secos. Essas plantas, devido a falta de apoio, quebram-se com extrema facilidade.

Métodos de controle: como não existem ensaios de controle dessa praga na literatura, sugere-se testar os produtos aconselhados para controle da broca-do-fruto, que é feito por meio de três pulverizações espaçadas de 15 dias, desde o aparecimento da inflorescência no “olho” da planta, aproximadamente aos 45 dias após a indução floral, até o fechamento das últimas flores cerca de 40 dias depois, com um dos seguintes produtos: carbaril (sevin 850 PM – 150g/100 L de água), fenitrotion (Sumithion 500 CE – 150 ml/100 L de água), triclorfon (Dipterex 500 CS – 300 ml/100 L de água), gastando-se 30 ml de calda por planta. Pode-se usar também o produto microbiano B. thuringiensis ( Dipel PM – 600g/há), em pulverizações semanais.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

Abacaxi. Fitossanidade/ editor técnico José Emilson Cardoso; Embrapa Informação Tecnológica, 2002. 47p.

Nº 11

Nome da praga: Oncideres slandeni

Nome comum: serra-pau

Ordem: coleoptera

Local da coleta: eucalipto - UESB

Data da coleta: 20/05/2005

Cultura que ataca: eucalipto

Descrição e biologia: são besouros que medem cerca de 30 mm de comprimento, de coloração parda. Os élitros têm pontuações preta e amarelada por toda à parte. As larvas são ápodas, esbranquiçadas e vivem no lenho de madeira morta. As fêmeas serram e fazem incisões, onde colocam ovos. Os serradores necessitam, para efetuar a postura, de madeira rica em seiva, portanto, recém-cortada. Dessa maneira, iniciam o corte dos ramos ou hastes, os adultos alimentam-se da casca verde das pontas dos ramos. As fêmeas fazem incisões na parte cortada e introduzem os ovos sob a casca, às vezes vários dezenas em um mesmo ramo; caindo o ramo no chão os insetos continuam ainda o trabalho da desova, por alguns dias. Após a eclosão, as larvas alimentam-se do lenho, se caracterizam por apresentar uma placa esclerosada rígida, branca, na parte dorsal do primeiro segmento do tórax.

Danos causados: os ramos serrados que secam e caem, prejudicam consideravelmente a planta.

Métodos de controle: seu controle cultural consiste em inspeções periódicas da plantação, a fim de eliminar as plantas atacadas ainda vivas, ou mortas, e também os ramos que se acham no chão. As partes eliminadas devem ser queimadas. Já no seu controle químico usa-se fosfina em pasta, na razão de 0,5 cm por orifício.

Bibliografía consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

Nº 12

Nome da praga: Trachyderes thoracicus

Nome comum: Broca-dos-ramos

Ordem: Coleoptera

Local da coleta: citros

Data da coleta: 03/04/2005

Cultura que ataca: citros, goiabeiras, araçazeiros.

Biologia e descrição: é um besouro que mede cerca de 34mm de comprimento por 12mm de largura, coloração verde-escura possui antenas longas com 11 artículos. As fêmeas fazem a postura nos ramos mais finos abrindo uma cavidade na casca onde depositam o ovo, secretam uma substância adesiva que protege a postura. Decorridos cerca de 15 dias, nasce a larva, e começa a abrir uma galeria em direção ao tronco de cima para baixo. A larva alimenta-se de partes da madeira desintegrada com suas mandíbulas, e a outra parte, que é serragem, é expelida pelos orifícios que abrem de espaço a espaço no ramo. O ciclo evolutivo completo é de cerca de 1 ano.

Danos causados: nos pomares mal cuidados as coleobrocas causam prejuízos consideráveis, sendo geralmente nesse caso a infestação mais intensa, e, pelo ataque dessa pragas, quer no tronco, quer no ramos, construindo galerias, as plantas podem ser parcial ou totalmente destruídas.

Método de controle: no controle cultural, em citros, quando o ataque se verifica nos ramos mais finos nota-se a presença da serragem que vai sendo depositada nas folhas logo abaixo, observa-se, ainda em média a cada 20 cm “janelas”. Dessa maneira, pode se localizar a larva cortando-se o ramo próximo a última “janela”, isto é, aquela que se encontra mais próxima do tronco. Nos ramos grossos não se pode adotar essa medida, pois pode prejudicar a planta e estragaria a sua arquitetura. No caso de larvas estarem no tronco e possuírem hábitos subcorticais, pode-se levantar a casca com um canivete, e, após localiza-las procedi-se a sua eliminação. Em goiabeiras, o controle cultural é feito eliminando-se os ramos atacados ou esmagando-se as larvas no interior das galerias, quando se encontram no tronco. Usa-se Metarhizium anisopliae em pó, no controle microbiano, injetando nos orifícios. Para o controle químico tanto em goiabeiras quanto em citros, é usado fosfina em pasta na base de 1,0 cm/orifício, causado pelo inseto, tapando-os com o mesmo material. Para brocas que vivem entre a casca e o lenho, pincelar carbofuran 350 SC, preparando uma calda a 10%, no local de ataque, sobre a casca. .

Bibliografía consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

PARRA, J.R.P.; OLIVEIRA, H.N.; PINTO, A.S. Guia Ilustrado de Pragas e Insetos Benéficos dos Citros. Piracicaba: A.S. Pinto. 2003. 140p.

N º 13

Nome da praga: Pelidnota sordida

Nome comum: besouro da roseira

Ordem: Coleoptera

Local da coleta: citros - UESB

Data da coleta: 18/03/2005

Cultura(s) que ataca: roseiras

Descrição e biologia: o adulto mede cerca de 25 a 30 mm de comprimento. Tem coloração amarelo-esverdeada, cabeça e pronoto mais escuros. Pernas bem desenvolvidas, de coloração parda. Suas larvas são brancas, alongadas, atingindo até 35 mm de comprimento. Fazem galerias longitudinais nos ramos, abrindo orifícios de espaço a espaço para eliminação da serragem. Pupam no interior da galeria, fazendo uma câmara pupal com a serragem. Têm ciclo aproximado de um ano, aparecendo os adultos no verão.

Danos causados: alimentam-se de folhas e flores, podendo um só indivíduo destruir diversas flores por dia.

Métodos de controle: fazer aplicação de inseticidas fosforados e carbamatos e piretróides em pulverizações ou polvilhamento.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

Nº 14

Nome da praga: Phoracantha semipunctata

Nome comum: broca-dos-eucalipto

Ordem: Coleoptera

Local da coleta: eucalipto - UESB

Data da coleta: 22/05/2005

Cultura que ataca: eucalipto

Descrição e biologia: são besouros com 16 a 30 mm de comprimento, coloração marrom-avermelhada, élitros com duas marcas amareladas em zigue-zague na parte proximal e duas manchas amarelas ovais distalmente; são pontuados na metade anterior e lisos na parte posterior, com um par de espinhos no ápice. Nas fêmeas as antenas são de comprimento semelhante ao do corpo; nos machos são mais longas com um espinho na parte interna de cada antenômero. Protórax com um par de espinhos. As larvas são ápodas, esbranquiçadas, com cerca de 30 mm de comprimento; pupa com cerca de 25 mm. Ovos de coloração amarelada, com formato de grão de arroz, medindo de 2 a 6 mm. É uma praga introduzida, originária da Austrália.

Danos causados: as larvas bloqueiam o tronco do eucalipto, destruindo a planta, parcial ou totalmente.

Métodos de controle: Cultural: o ponto mais importante do controle consiste nas inspeções periódicas da plantação, a fim de eliminar as plantas atacadas ainda vivas, ou mortas, e também os ramos que se acham no chão. As partes eliminadas devem ser queimadas. Recomenda-se o uso de árvores-armadilhas que apósa oviposição da praga devem ser retiradas do plantio e queimadas.

Químico: uso de fosfina em pasta, na razão de 0,5 cm por orifício.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

Nº 15

Nome da praga: Astylus variegatus

Nome comum: Angorá

Ordem: Coleoptera

Local da coleta: milho - UESB

Data da coleta: 22/05/2005

Cultura que ataca: milho e sorgo

Descrição e biologia: os adultos alimentam-se de pólen e suas larvas (também chamadas peludinhas) vivem no solo, sendo de coloração marrom escura pêlos esparsos pelo corpo. Os adultos medem em torno de 8 mm, tendo os élitros amarelos com pintas pretas. Possui cabeça triangular e pernas e abdome negros, cobertos por pequenos pêlos. Os adultos vivem cerca de 150 dias e se alimentam do pólen de diversas plantas. Os ovos são colocados em grupos no solo, em cavidades ou sobre folhas secas. A larva recém-eclodida medem cerca de 1,3 mm e tem coloração alaranjada, com cabeça e pernas transparentes. Passa por dez ou 11 ínstares e, quando bem desenvolvida, mede cerca de 14 mm, tem coloração cinza-escura e o corpo inteiramente recoberto por longos pêlos marrons (daí o nome angorá). Alimenta-se de sementes, antes a após a germinação, e de raízes. Dura cerca de 300 dias. O ciclo de ovo a adulto é de cerca de 360 dias. A pupa é de coloração alaranjada, com cerdas escuras, e dura cerca de 20 dias. Ocorre de janeiro a junho.

Danos causados: ataca sementes e estruturas florais. As larvas, por se alimentarem do embrião das sementes, esporadicamente causam diminuição da densidade de plantas na lavoura. Esse problema ocorre sobretudo quando as sementes permanecem no solo por períodos maiores que os normais, especialmente em anos secos. Também podem prejudicar a emergência das plantas, danificando suas raízes. Quando as plantas estão maiores, as raízes suportam o ataque da praga.

No sorgo, os adultos, por se alimentarem do pólen, podem acarretar danos aos órgãos florais, causando perdas de cerca de 5% na produção de grãos.

Métodos de controle: o tratamento das sementes através do controle desta praga, é através de inseticidas como: carbofuran (Furadan 350 TS), carbosulfan (Marshall TS), foratiocarb (Promet 400 CS), entre outros.

Bibliografía consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

PINTO, A. S.; PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.Guia ilustrado de pragas e insetos benéficos do milho e sorgo. Ribeirão Preto: A. S. Pinto, 2004. 108p.

N° 16

Nome do predador: Eriopis connexa

Nome comum: joaninha

Ordem: Coleoptera

Local da coleta: algodão - Anagé

Data da coleta: 03/06/2005

Pragas que predam: pulgão, cochonilhas, moscas-brancas, psilídios e ácaros.

Biologia e descrição: apresenta o corpo comprido e medem cerca de 5 mm de comprimento. Tem coloração preta com manhas brancas e avermelhadas. Exercem importante papel regulador na população de insetos-pragas em pomares de laranjas e outros citros. Para se defenderem de seus predadores, principalmente formigas, liberam uma substância amarelada de sabor desagradável.

Bibliografia consultada:

PARRA, J.R.P.; OLIVEIRA, H.N.; PINTO, A.S. Guia Ilustrado de Pragas e Insetos Benéficos dos Citros. Piracicaba: A.S. Pinto. 2003. 140p.

Nº 17

Nome da praga: Anthonomus grandis

Nome comum: Bicudo do algodão

Local da coletada: algodão - Anagé

Data da coleta: 03/06/2005

Cultura que ataca: algodoeiro

Descrição e biologia: é a principal praga dos algodoeiros nas Américas. É um besouro de 7 mm de comprimento, coloração cinza ou castanha, com o rostro bastante alongado, correspondendo à metade do comprimento do corpo. Apresenta dois espinhos no fêmur do primeiro par de pernas. Os primeiros adultos migram para a cultura por ocasião do florescimento e atacam inicialmente os botões florais, que, após o ataque, apresentam as brácteas abertas e, posteriormente, caem. O adulto oviposita em botões florais, (preferencialmente), flores e maçãs. Para a postura, a fêmea coloca um ovo por orifício, feito através do seu rostro, sendo a cavidade posteriormente fechada por uma secreção gelatinosa, que permite a diferenciação dos orifícios de alimentação do inseto. P período de incubação é de 3 a 4 dias, sendo que as larvas são brancas, ápodas, com 5 mm de comprimento e passam a fase de pupa após 7 a 12 dias, em câmaras construídas nas próprias estruturas atacadas. As pupas são brancas e, após 3 a 5 dias, transformam-se em adultos que apresentam longevidade de 20 a 40 dias, colocando em média 100 a 300 ovos. Terminando o ciclo da cultura, parte da população migra para abrigos naturais e aí permanece em diapausa, por períodos variáveis de 150 a 180 dias até um novo ciclo da cultura.

Danos causados: As flores atacadas ficam com o aspecto de balão (“flor em balão”), devido a não abertura normal das pétalas. Provocam queda anormal de botões florais e flores, destruindo-as internamente, pois uma única estrutura pode abrigar várias larvas. As maçãs apresentam perfurações externas, decorrentes do hábito de alimentação e oviposição do inseto, sendo que internamente as fibras e sementes são destruídas pelas larvas, que impede sua abertura normal

(“carimã”), deixando-as enegrecidas. Devido ao ataque do bicudo, a lavoura de algodão perde a carga, apresenta grande desenvolvimento vegetativo, fica bem enfolhada, mas sem produção.

Métodos de controle: num programa de manejo é de fundamental importância o reconhecimento das pragas-chaves e seus inimigos naturais.

Cultural: para o plantio deve-se observar a época recomendada, principalmente, em regiões onde existe um zoneamento ecológico para a cultura. Devem-se usar cultivares recomendados no espaçamento e densidade adequados. Plantas-iscas: deve-se plantar em faixas de contenção de 10 m nas bordaduras do local de plantio e instalar a cultura-isca nas baixadas ou próximas às matas. Eliminação dos restos de cultura e de plantas hospedeiras: após a colheita deve-se arrancar e queimar os restos da cultura, visando à diminuição da população das pragas. Tal medida, obrigatória , deve ser tomada até o dia 15 de julho de cada Ana. A manutenção de soqueira-isca também auxilia no controle do bicudo, desde que pulverizada e arrancada na época correta.

Uso de feromônios sexuais: pode-se utilizar o feromônio grandulre, por meio do tubo “mata-bicudo” (TMB), que consiste num tubo de papelão de 90 cm tratado com melation a 32,7%, atrativos alimentares, coloração atrativa (amarela) e um dispensor de feromônio(grandlure a 0,57% ) que libera 1 mg/dia (correspondente a 200 bicudos) com alcance de 50 m, distribuídos no perímetro da lavoura, usando 1 TMB a cada 45 m, 10 dias antes do plantio e com reaplicação 35 dias após. No período crítico do ataque, ao atingir o nível de controle, fazer 3 conjuntos de aplicações espaçadas de 5 dias durante o ciclo, e em local de alta infestação e cultura constante fazer uma aplicação no final, após a colheita (170 dias).

Químico: o controle é indicado quando através do monitoramento com armadilhas contendo feromônio sexuais, o nível de controle atinja 1 adulto/armadilha; ou através de amostragem semanais de botões florais, o nível de controle corresponda a 10% de botões atacados. Pode-se utilizar inseticidas organo-fosforados até os 80 dias e piretróides após os 80 dias. A estas medidas podem ser acrescentados os manejos de rebanho bovinos no aproveitamento dos restos culturais, com sua retirada aos 30 a 40 dias antes das chuvas, seguindo-se a realização de poda e destruição dos restos culturais. Entre os produtos eficientes para o controle do bicudo estão o endosulfam (Thiodan 350 CE – 200L/ha), e os piretróides deltametrina (Decis 4 UVB – 2,50 L/ha e Decis 50 SC – 0,20 L/ha) e betaciflutrina (Bulldock 125 SC – 0,09 L/ha), entre outros.

Como tecnologia complementar para o controle do bicudo, pode-se utilizar os tubos “mata bicudo” (TMB) instalados no momento da semeadura e próximos às áreas de refúgio da praga. Os TMBs têm demonstrado eficiência para o controle de bicudos sobreviventes de entre-safra, concentrando a praga nas bordaduras e retardando a infestação em área total, ao final do ciclo da cultura.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

SANTOS, W. J. dos. Monitoramento e Controle das Pragas do Algodoeiro. Piracicaba, SP. Potafos. 1999. 133 a 179p.

N º 18

Nome do predador: Cycloneda sanguinea

Nome comum: Joaninha vermelha

Ordem: Coleoptera

Local de coleta: urucum - UESB

Data da coleta: 04/04/2005

Cultura que ocorre: citros, urucum, algodão, milho.

Pragas que atacam: pulgões

Descrição e biologia: adulto é de coloração preta com élitros vermelhos brilhantes, com 5 mm de comprimento e dorso convexo. Sua larva é campodeiforme, de coloração preta com manchas alaranjadas. Os adultos colocam ovos em grupos sobre as folhas; tais ovos têm a forma elíptica e são amarelos. Seu período larval é de cerca de 15 dias e o pupal de 9 dias.

Outras informações: chegam a predar 20 pulgões por dia. Predadora de pulgões de várias espécies. Inimigo natural de Taxoptera citricida (praga do citros), as larvas e adultos da joaninha Cycloneda sanguinea alimentam-se dos pulgões jovens e adultos.

Bibliografia consultada:

PINTO, A. S.; PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.Guia ilustrado de pragas e insetos benéficos do milho e sorgo. Ribeirão Preto: A. S. Pinto, 2004. 108p.

Nº 19

Nome da praga: Diabrotica speciosa

Nome comum: larva-alfinete, vaquinha patriota ou brasileirinho.

Ordem: Coleoptera

Local da coleta: milho - UESB

Data da coleta: 13/04/2005

Cultura que ataca: feijão, batatinha, ervilha, fava, soja, milho, girassol, algodão, roseiras, bananeira, tomate, berinjela, pimentão, melancia, melão, pepino, abóbora e outras cucurbitáceas.

Descrição e biologia: é um besourinho de coloração verde com 5 a 6 cm de comprimento, de cabeça castanha, tendo em cada élitro três manchas amareladas. Os adultos causam danos as plantas porque se alimentam de folhas e as larvas que possuem hábitos subterrâneos atacam os tubérculos, perfurando-os. A fêmea realiza a postura no solo, sendo que as larvas completamente desenvolvidas, medem cerca de 10 mm de comprimento, com coloração branco-leitosa, e possuem no último segmento abdominal uma placa de coloração castanho-escura, quase preta.

Danos causados: os estragos são mais intensos nas épocas secas. Os adultos colocam os ovos no solo, preferencialmente onde se planta milho e em terra mais escura, com matéria orgânica. As larvas atacam a região de crescimento das raízes do milho, causando a morte de plantas recém-germinadas. Quando atacam as raízes adventícias causam um crescimento irregular das plantas, que se tornam recurvadas. Esse sintoma é conhecido como “pescoço de ganso” ou “milho ajoelhado” e ocorre entre 1 e 2 meses da semeadura, sendo mais freqüentes em áreas irrigadas.

Métodos de controle: algumas curcubitáceas como Lagenaria vulgaris (purunga ou cabaça), são usadas para controlar a vaquinha, pedaços de fruto verde tratados com carbaril atraem os adultos. Outras cucurbitáceas são usadas como iscas por conterem uma substância atraente chamada cucurbitacina. É o caso da tajujá das espécies: Ceratosanthes hilarina (raiz) ou Cayaponia martiana (ramos). Essas plantas são usadas como iscas (20 iscas/ ha) quando colocadas em estacas com a parte da planta tratada com o inseticida cartap, por exemplo. Sua atratividade é de 30 dias.

Uso de inseticidas fosforados granulados sistêmicos através de pulverizações com clorpirifós, na base das plantas.

Bibliografia consultada:

PINTO, A. S.; PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.Guia ilustrado de pragas e insetos benéficos do milho e sorgo. Ribeirão Preto: A. S. Pinto, 2004. 108p.

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

Nº 20

Nome da praga: Atta laevigatta

Nome comum: saúva cabeça-de-vidro

Ordem: Hymenoptera

Local da coleta: eucalipto – UESB

Data da coleta: 20/05/2005

Cultura que ataca: pastagens, florestas cultivadas (eucalipto), cana-de-açúcar.

Descrição e biologia: possui três pares de espinhos no dorso do tórax. Os soldados dessa espécie são os maiores que se encontram, tendo a cabeça lisa e brilhante, com uma reentrância rasa na parte central, e quando esmagadas não exala odor de folhas de limão. Cortam de preferência as dicotiledôneas. Apresentam ninhos com menor número de olheiros, localizados no centro das crateras mais ou menos largas e mais baixas, às vezes rodeadas de gravetos secos, possuindo um monte de terra solta de forma convexa, com terra espalhada, dando a impressão de estar bem compactada. Estes ninhos são encontrados tanto em lugares ensolarados como sombreados. Nas trilhas podemos observar formigas transportando tanto plantas dicotiledôneas como gramíneas.

Danos causados: podem causar danos consideráveis, cortando continuamente folhas e ramos tenros das plantas, ocasionando um desfolhamento intenso e destruindo completamente os vegetais. Constata-se que árvores de Eucalpytus morrem quando suas folhas são cortadas por saúvas três vezes consecutivas, o que provavelmente deve referir-se a plantas novas. Estudos mostram que 10 sauveiros com 5 anos de idade ocupam uma área de 715 m² e consomem cerca de 21 kg de capim por dia, o equivalente ao que consome um boi em regime de pasto. Nessas circunstâncias, a saúva reduz em mais de 50% a capacidade dos pastos.

Métodos de controle: embora as condições ambientais se encarreguem da regulação de 99,95% das rainhas de formigas cortadeiras, antes mesmo que tenham fundado seus ninhos, a prática agrícola favorece o aumento populacional desses insetos, tornando-se necessária a intervenção do homem.

Controle cultural: é feito através de arações.

Controle químico: visa a destruição do formigueiro onde se encontra a rainha através de iscas. É usado também formicida líquido e gasoso, porém a forma mais pratica de se controlar é através de iscas granuladas por dispensar o uso de aplicadores, uma vez que as próprias formigas vão carrega-las para o sauveiro. As iscas são a base de sulfluramida (Mirex-S) e fipronil (Blitz), usadas em épocas secas que atuam por ingestão sobre jardineira (formigas menores cultivadoras do fungo). Atualmente, algumas empresas florestais vêm utilizando iscas granuladas colocadas em porta-iscas para evitar perda de material, contaminação do ambiente e reduzir custyos. A termonebulização é também aplicada.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p

FORTI, L. C.; BOARETTO, M. A. C. Formigas cortadeiras: biologia, ecologia, donos e controle. Botucatu – SP, 1997.61p.

Nº 21

Nome da praga: Neocuriella hexadactyla

Nome comum: paquinha

Ordem: Orthoptera

Local da coleta: horta (cenoura) – UESB

Data da coleta: 20/05/2005

Cultura que ataca: hortaliças (alface, alcachofra, almeirão, chicória, agrião, cenoura, etc.), arroz, algumas flores e folhagens ( cravo, crisântemo, margarida, avenca, etc.), tomate, berinjela, pimentão.

Descrição e biologia: o adulto mede cerca de 30 mm de comprimento e possui coloração escura. Têm asas anteriores do tipo tégmina, com nervuras bem visíveis. Pernas anteriores escavatórias e posteriores, saltatórias. São comumente encontradas em solos úmidos. Escavam galerias no solo, alimentando-se de raízes. Durante a noite, podem sair à superfície e atacar as partes das plantas ao nível do solo. As fêmeas fazem postura em ninhos subterrâneos. As formas jovens eclodem após duas semanas. E são desprovidas de asas.

Danos causados: alimentam das raízes, tubérculos e parte aérea das plantas novas, causando grandes danos às culturas.

Métodos de controle: quando a praga surge após a instalação da cultura, o emprego de iscas tóxicas é o mais aconselhado. Pode-se empregar a seguinte isca: 1 kg de farelo de trigo + 100g de açúcar + 0,5 L de água + 100g de inseticida. Entre os inseticidas, podem ser empregados triclorfon, carbaril ou cartap. Essa isca deve er distribuída pelos canteiros. Também pode-se fazer a aplicação de grânulos de diazinon, ou pulverização.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p

Nº 22

Nome da praga: Ceratitis capitata

Nome comum: mosca-da-fruta, mosca-do-mediterrâneo

Ordem: Diptera

Local da coleta: manga - Anagé

Data da coleta: 04/06/2005

Cultura que ataca: principalmente a citricultura, goiabeira, caquizeiro, carambola, macieira, pereira, marmeleira, jabuticabeira, mangueira, cafeeiro, anoneira, janbeiro, videira, entre outros.

Descrição e biologia: o adulto é uma mosca que mede cerca 4 a 5 mm de comprimento por 10 a 12 mm de envergadura, e é de coloração predominante amarela. Os olhos são castanho-violáceos . O tórax é preto na face superior, com desenhos simétricos brancos. O abdome é amarelo com duas listras transversais acinzentadas. As asas são de transparência rosada, com listras amarelas, sombreadas. Distngue-se facilmente o macho da fêmea , devido a este possuir na fronte e entre os olhos dois apêndices filiformes terminados em forma de espátula.

A fêmea após o acasalamento permanece a espera da maturação dos ovos; findo o período de pre- oviposição, quando se alimenta de proteínas e carboidratos para produzir ovos férteis, cuja duração é de aproximadamente onze dias, procura frutos que vai passar ao estado de maturação. Localizado o fruto, caminha sobre este a fim de encontrar o melhor local para a oviposição. Encontrado o local apropriado, introduz o ovipositor através da casca no mesocarpo. Em seguida, faz um movimento para alargar o orifício, a fim de fazer uma câmara onde coloca de 1 a 10 ovos, dependendo do fruto. O ovo é alongado, tem um milímetro de comprimento e assemelha-se a uma banana de coloração bem branca. O período de incubação é de 2 6 dias; eclodindo a larva, esta entra no endocarpo, ou polpa, fazendo galerias em direção ao centro. A larva completamente desenvolvida mede cerca de 8mm de comprimento, é de coloração branca amarelada , afilada na parte anterior e arredondada na, posterior. Quando retiradas de seu ambiente, dobram o corpo e soltam. Findo o período larval, que varia de 9 a 13 dias, as larvas abandonam os frutos e deixam-se cair no solo; em seguida aprofundam-se de 1 a 10 cm, de acordo com a consistência do solo, transformando-se em pupa. Esta tem a forma de um barril, mede cerca de 5 mm de comprimento e é de coloração marrom-escura. O período pupal varia de 10 a 12 dias, no verão, e até 20 dias no inverno. Findo esse período, emergem os adultos. A fêmea inicia a postura após 12 dias do acasalamento. O ciclo evolutivo completo é de 31 dias. Ela pode viver até 10 meses, colocando nesse período, cerca de 800 ovos.

Danos causados: as larvas podem destruir totalmente a polpa dos frutos, tornando-os imprestáveis ao consumo.

Métodos de controle: cultural - destruição das frutas silvestres nas proximidades dos pomares, não formar pomar próximo de cafezais pois este é um grande alvo destes insetos, catação de frutos atacados na copa e confinamento em buraco escavado no chão, com tela mosquiteira para permitir a saída dos parasitóides.

Biológico – é feito por meio de seus inimigos naturais, sendo os principais predadores: formigas, aranhas, estafilínideos, crisopídeos etc, e parasitóides como a vespa Diachasmimorpha longicaudata e outros. Ganaspis carvalhoi e Tetrastichus gifardianus, Nas lavouras orgânicas pode-se utilizar Metarhizium anisopliae (Metarril) aplicado no projeção da copa.

Químico - é feito através de iscas adocicadas contendo inseticidas. Gasta-se cerca de 100 litros de água, 5 litoros de melaço ou um litro de proteína hidrolizada. Sendo indicado os inseticidas dimetoato CE 400, malation PM 250, paration metílico CE 600, triclorfon CS 500, fention CE 500, etc.

Autocida: a técnica do inseto estéril tem sido utilizada no manejo da mosca-das-frutas, com liberações massais destes insetos.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p

Nº 23

Nome do predador: Chysoperla externa

Nome comum: crisopídeo

Ordem: Neuroptera

Local da coleta: urucum - UESB

Data da coleta: 15/0505

Cultura que ocorrem: urucum, manga, pastagens, milho, sorgo.

Pragas que predam: Pulgões, cochonilhas, ninfas de cigarrnhas, mosca-branca, psilídios, tripes, ovos e larvas pequenas de lepidópteros, ovos e larvas de besouros, larvas de dípteros e ácaros, entre outras.

Descrição e biologia: os ovos dos crisopídeos medem cerca de 0,7 a 2,3 mm são colocados na extremidade de um pedicelo, de tamanho variavél, e tem coloração amarelada ou verde, escurecendo com a idade. Os ovos são colocados em qualquer local, quando a espécie não possui adultos predadores, ou próximos às presas, quando os adultos também são predadores. Os adultos se alimentam de substâncias açucaradas de plantas (produtos de nectários florais ou néctar das flores) e daquelas produzidas por insetos (“honeydew”), tais como pulgões, cochonilhas etc. Dos ovos eclodem as larvas, que passam geralmente por três ínstares. As larvas rápidas e vorazes e apresenta mandíbulas e maxilas bem desenvolvidas e transformadas em estruturas compridas e pontiagudas. Essas estruturas não apresentam canais e sim sulcos que, sobrepostos, formam um canal de sucção. Após o último ínstar larval forma-se a pupa, revestida por um casulo arredondado. Antes de se transformar em adulto a pupa passa pela fase de adulto farato, rompe o casulo e se fixa em um substrato para a troca da exúvia. Do adulto farato emerge o adulto alado. Os adultos medem cerca de 1cm de comprimento. As larvas de C. externa não carregam lixo no dorso e não apresentam pêlos. Os crisopídeos são vorazes predadores de diversas pragas da citricultura, tais como: mosca-branca, pisílideo, lagarta-minadora, pulgões cochonilhas, etc.. Em razão desta variabilidade alimentar os crisopídeos encontram alimento durante todo o ano em pomar, garantindo sua manutenção no agroecossistema agrícola.

Bibliografia consultada:

PARRA, J.R.P.; OLIVEIRA, H.N.; PINTO, A.S. Guia Ilustrado de Pragas e Insetos Benéficos dos Citros. Piracicaba: A.S. Pinto. 2003. 140p.

PINTO, A. S.; PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.Guia ilustrado de pragas e insetos benéficos do milho e sorgo. Ribeirão Preto: A. S. Pinto, 2004. 108p.

Nº 24

Nome da praga: Zabrotes sp

Nome comum: caruncho

Ordem: Coleoptera

Local da coleta: feijão

Data da coleta: 15/05/2005

Cultura que ataca: Feijão

Descrição e biologia: são pequenos insetos castanhos-escuros, de 1,8 a 2,5mm de comprimento. As fêmeas são maiores que os machos e apresentam quatro manchas brancas no pronoto, que contrastam com a cor escura brilhante do corpo. Os élitros, quando em repouso, deixam à mostra o pigídeo. A larva é do tipo curculioniforme, passando diretamente do ovo para o interior da semente, e todo o desenvolvimento se dá nas galerias e câmara pupal por ela construída. Antes de pupar, a larva opércula um orifício de saída para o adulto. A pupa é de coloração branco-leitosa e sem pêlos com 3mm de comprimento, é bem maior que o adulto.

Prejuízos causados: trata-se de uma praga cosmopolita, que causa grandes prejuízos ao feijão armazenado, pois ataca os cotilédones, onde abre galerias, podendo destruí-los completamente. O feijão é armazenado ensacado e indica-se a fumigação seguida das medidas contra reinfestação

Bibliografia: GALLO, D. et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba SP:FEAQ,2002.

Nº 25

Nome da praga: Brassolis sophorae

Nome comum: lagarta-das-folhas e lagarta-das-palmeiras

Ordem: Lepidoptera

Local da coleta: coqueiro - Ituaçú

Data da coleta: 23/04/2005

Cultura que ataca: coqueiro e ocasionalmente cana-de-açúcar.

Descrição e biologia: o inseto adulto é uma borboleta de 80 a 100 mm de envergadura, de coloração geral marrom-escura. Suas asas anteriores e posteriores são atravessadas por uma faixa amarelo-alaranjado. Nas fêmeas, essas faixas apresentam-se mais largas na asa anterior e em forma de “Y”, além disso, têm o abdômen abaulado. Os ovos são depositados em grupos de 100 a 150 na base do folíolo e, em algumas vezes, na parte superior do tronco. Inicialmente, sua coloração é creme-esbranquiçada, mudando para rosada e a seguir cinza, já próximo à eclosão. A lagarta tem cabeça castanho-avermelhada e corpo com listras longitudinais morrom-escuras e claras, e é recoberto por fina pilosidade, chegando a medir 60 a 80 mm de comprimento no final de seu desenvolvimento. São lagartas que desfolham a planta e têm hábito noturno e gregário, permanecendo durante o dia, alojadas dentro de um “ninho”, que constroem com os folíolos, geralmente os da região mediana da folha. O ninho pode atingir 40 cm de comprimento por 10 cm de largura. Cada ninho possui, na parte inferior, um orifício por onde caem as fezes. As crisálidas têm coloração verde-clara e/ou marrom e mede 20 a 30 mm de comprimento por 10 mm de largura; fixa-se, pela extremidade do abdômen, nas axilas foliares no tronco e nos restos de cultura deixados no solo sob o coqueiral, onde permanecem de 11 a 15 dias, até a emergência do adulto. Essa praga é facilmente observada no campo pela presença dos ninhos, pelos excrementos caídos no chão, na área do coroamento da planta, ou pelo desfolhamento provocado.

Danos causados: as lagartas alimentam-se dos folíolos e podem destruir completamente a copa da planta, deixando apenas a ráquis das folhas, o que retarda o crescimento das plantas e reduz consideravelmente a produção.

Métodos de controle: mecânico: é feito pela coleta sistemática don ninhos e pela destruição manual das lagartas abrigadas no seu interior. A retirada dos ninhos deve ser feita com o auxílio de uma vara com podão (gancho) na extremidade e deve ser realizada em plantações nas quais o porte das plantas ainda permitam que a operação seja feira a partir do chão.

Biológico: as lagartas são parasitadas por um grande número de inimigos naturais, como Xanthozona melanopyga, Sphilochalcis morleyi, Brachimeria sp., Pulverizações com Bacillusthuringiensis, Bauveria spp. e Paecilomyces sp. podem ser eficientes no controle das pragas.

Químico: considerando-se a riqueza de microrganismos entomopatogênicos e a presença de predadores e parasitóides que regulam a população dessa praga no campo, é necessário muita cautela ao recomendar o uso de produtos químicos nos programas de manejo de B. sophorae.Pode ser feito pulverizações com o produto organofosforado Triclorfon a 50% (1,5 ml do i.a./ L de água). Produtos à base de B. thuringiensis

Bibliografia consultada:.

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p

Coco.Fitossanidade/ editor técnico Joana Maria Santos Ferreira; Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE). – Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2002. 136p. (Frutas do Brasil; 28)

Nº 26

Nome da praga: Pectinophora gossypiella

Nome comum: Lagarta-rosada

Ordem: Lepidoptera

Local da coletada: algodão - Anagé

Data da coleta: 04/06/2005

Cultura que ataca: algodão, quiabeiro.

Descrição e biologia: esta praga é um microlepidóptero. As lagartas são de coloração branca e apresentam a cabeça escura. Após a última muda de pele, apresentam coloração rósea amarelada e medem cerca de 12mm. O adulto possui 20 mm de envergadura e 9 mm de comprimento. O adulto é uma micromariposa de atividades noturnas. Os ovos são de coloração branco-esverdeada e são colocados isoladamente ou em grupos de 5 a 100 avos, nos botões florais, flores, brácteas, folhas e principalmente na base das maçãs verdes, ficando protegidos pelas brácteas. Perfuram as maçãs e, nelas penetrando, atingem as sementes. No fim do ciclo da cultura, muitas larvas e crisálidas, não passam até o próximo plantio, para a fase seguinte do seu ciclo evolutivo. O período larval é de 20 dias, mas pode ser prolongado em muitos meses, quando a lagarta entra em diapausa. Terminada a fase larval, as lagartas que estiverem nos capulhos não abertos fazem orifícios nestes e, saindo transformam-se em pupas em qualquer lugar da planta e do solo. As que permanecem no interior de maçãs, após abrirem o orifício, tecem casulos nas galerias que escavaram nas sementes e transformam-se em pupas. Após 10 dias emergem os adultos, que apresentam as asas posteriores bronzeadas.

Danos causados: as lagartas impedem a abertura das pétalas que tomam o aspecto de uma “roseta”, não havendo formação da maça. Além disso elas podem destruir total ou parcialmente tanto as fibras quanto as sementes. Conseqüentemente, a qualidade e a quantidade de fibras , bem como a quantidade de óleo da semente, são afetados. Um tipo de sintoma bem característico resultante do ataque da lagarta-rosada é o “carimã”, que é uma maçã defeituosa que não se abre normalmente.

Métodos de controle: a lagarta-rosada, imediatamente após a eclosão dos ovos, penetra no interior dos órgãos reprodutivos do algodoeiro, ficando protegida da ação dos defensivos. Grande parte das infestações origina-se dos restos da cultura anterior e dos locais de armazenamento e beneficiamento. A fase crítica do seu ataque se dá entre os 50 e 120 dias da emergência. Em virtude desses aspectos do comportamento da lagarta-rosada, o seu controle é complexo, exigindo a conjugação de diversos métodos de controle.

Cultural: queima do resíduo das usinas de beneficiamento; expurgo da semente ; eliminação de plantas hospedeiras (quiabeiro, vinagreiro), ou plantar longe das hospedeiras; regulador de crescimento, para evitar desenvolvimento vegetativo excessivo, uniformizar a abertura dos capulhos e antecipar a colheita; destruição dos restos da cultura, imediatamente após a colheita, arrancando e queimando, ou destruindo as soqueiras com roçadeiras; aração e gradagem para eliminação de larvas, crisálidas e formas em diapausa abrigadas em maçãs ou capulhos; rotação de cultura, preferivelmente com milho mais mucuna-preta ou cinza; é indicado o feromônio sexual especifíco "Gossiplure".

Químico: pulverização de parte aérea - fazer amostragens para determinar o nível de infestação.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

Nº 27

Nome da praga: Selenothrips rubrocinctus

Nome comum: Tripes

Ordem: Thysanoptera

Local da coletada: urucum

Data da coleta: 15/05/2005

Cultura que ataca: cacaueiro, cajueiro, urucum.

Descrição e biologia: o adulto mede 1,5 mm de comprimento, de coloração geral preta ou marrom-escura. A fêmea introduz os ovos sob a epiderme da folha e cobre-os com uma secreção que se torna escura ao secar. As formas jovens aparecem depois de 10 a 12 dias; são de coloração geral amarelada e com os dois primeiros segmentos abdominais vermelho. As formas jovens carregam, entre os pêlos terminais do abdome, uma pequena bolsa de excremento líquido. Os tripes alimentam-se na página inferior das folhas, de preferência nas proximidades das nervuras. Danos causados: suas picadas causam o aparecimento de manchas amarelas cloróticas que, após certo tempo, tornam-se marrons. Quando o ataque é intenso, causam a “queima” das folhas; estas caem, podendo a planta ser parcial ou totalmente desfolhada. Após a brotação, pode haver reinfestação, resultando no depauperamento da planta, conchecido como “emponteiramento” da copa do cacaueiro. Picando frutos novos a seiva escorre, e, em contato com o ar, esta oxida-se, conferindo ao fruto coloração marrom, conhecida como “ferrugem”.

Métodos de controle: o controle é feito com pulverização com inseticidas, baseando-se em recomendações da CEPLAC, endosulfan, carbaril, fenitrotion essas aplicações deverão ser realizadas no início dos períodos de frutificação, logo após o aparecimento dos primeiro sintomas de “ferrugem” nos frutos.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p.

Nº 28

Nome da praga: Ceroplastes sp

Nome comum: cochonilha

Ordem: Hemiptera

Local da coletada; goiabeira - UESB

Data da coleta: 24/05/2005

Cultura que ataca: Goiabeira e Açaizeiro

Descrição e biologia: são diversas as espécies de Ceroplastes que atacam a goiabeira, tendo tamanho variável. São cochonilhas, em geral, hemisféricas revestidas de cera branca. As cochonilhas sem o revestimento têm coloração parda. Atacam os ramos mais finos (brotos principalmente) e, também, folhas. A espécie Ceroplastes floridensis é uma das mais comuns.

Danos causados: sugam seiva dos ramos depauperando-os. Também pela eliminação de substância açucarada podem favorecer o aparecimento de fumagina.

Métodos de controle: cultural: catação manual, destruição e queima dos ramos muito infestados.

Químico: pulverização com óleos emulsionáveis principalmente na época da reprodução. O óleo não pode ser aplicado durante a florada. A adição de um inseticida fosforado aumenta a eficiência do tratamento.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p

Nº 29

Nome da praga: Toxoptera citricida

Nome comum: pulgão preto

Ordem: Hemiptera

Local da coletada: citros - UESB

Data da coleta: 03/05/2005

Cultura que ataca: citros

Descrição e biologia: é um inseto sugador, que apresenta formas ápteras e alados as quais ataca as plantas principalmente nas brotações, sugando lhes a seiva. Sua coloração é marrom na forma jovem e preta quando adultos. Reproduzem por partenogênese telítoca (fêmeas). Aparecem as fêmeas ápteras; havendo excesso de população, surgem as formas aladas que irão constituir novas colônias em outras plantas. As formas ápteras medem cerca de 2 mm e os alados 1,8 mm de comprimento.Pelo excesso de liquido açucarado que excreta pela codícula, o pulgão preto pode induzir a produção de fumagina, cujo fungo é altamente prejudicial à respiração e fotossíntese da planta formas ápteras e aladas que atacam as plantas, principalmente nos frutos novos sugando-lhes a seiva possuem a coloração marrom na forma adulta a coloração é preta. As formas ápteras medem 2 mm de comprimento e, as aladas 1,8mm.

Danos causados: Além de causarem atrofia e encarquilhamento das folhas e brotos novos pela sucção contínua da seiva, transmitem o vírus da “tristeza dos citrus” que é uma das mais sérias doenças da citricultura, podendo dizimar toda população, muito embora esse problema tenha sido resolvido com o uso de porta enxertos resistentes.

Métodos de controle: o controle químico pode ser feito através de pulverizações com inseticidas malation, aldicarb, deltametrina, diazion, enxofre. Recomenda-se suspender a aplicação 10 dias antes da colheita.

Bibliografia consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p

Nº 30

Nome da praga: Syntermes spp

Nome comum: cupim

Ordem: Isoptera

Local da coleta: UESB

Data: 15/05/05

Cultura que ataca: arroz

Descrição e biologia: os cupins possuem aparelho bucal mastigador e são polífagos, tornando-se pragas importantes para outras culturas.São insetos sociais de hábitos subterrâneos, que vivem em colônias constituidas por formas sexuadas e assexuadas. As sexuadas são representadas pelo casal real, que é áptero, e pelos cupins alados, que posteriormente, irão formar novas colônias. As assexuadas constituem a maior parte da população de cupins, sendo representadas pelos operários e soldados, os quais são de coloração branca e amarelo-clara desprovido de ocelos. O ataque dessa praga é mais intenso em solos arenosos, com baixa umidade, e que anteriomente tenham sido cultivados com arroz ou outras gramíneas, como cana-de-açúcar e pastagem.

Danos causados: constituem uma das mais prejudiciais pragas do arroz de sequeiro, porque podem reduzir a quantidade de plantas, com reflexos na produção. Os cupins alimentam-se do arroz semeado e também atacam o sistema radicular das plantas jovens, destruindo-as total ou parcialmente. As plantas atacadas mostram inicialmente um amarelecimento, e a completa destruição das raízes causa a morte da planta.

Métodos de controle: além do tratamento de sementes, para o cupim são recomendados: fipronil ou endosulfan.

Bibliografía consultada:

GALLO, D.et al Entomologia Agrícola. São Paulo: Ed. “FEALQ”, 2002. 920p

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após realizar este trabalho pude certificar a sua grandiosa importância, pois conseguir muito aprendizado sobre muitas pragas, seus prejuízos e principalmente sobre os mais variados métodos de controle. Dentre eles, o controle biológico teve bastante destaque, por ser uma importante alternativa para a produção de alimentos sem resíduos de inseticidas e acaricidas.

Vários estudos vêm demonstrando que os predadores têm potencial para serem utilizados em programas de controle biológico. Dentre eles os crisopídeos se sobressaem por apresentarem espécies que ocupam os mais variados agroecossistemas e nichos ecológicos.

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