quinta-feira, 26 de agosto de 2010

FEBRE AFTOSA

http://www.sic.org.br/PDF/Febre_Aftosa.pdf
FEBRE AFTOSA




A Doença - A febre aftosa é o grande problema da pecuária brasileira, hoje, mais do que uma doença do gado, ela é a doença de um país. É bem possível que o jovem criador ou o peão nunca tenham visto uma vaca afetada (assim se denominavam os animais com sintomas de aftosa), afinal de contas, são mais de 30 anos de vacinação obrigatória.
Tudo começou com as campanhas de controle da febre aftosa e o país investiu muito nisso. Hoje em dia, a palavra de ordem é erradicar, acabar com ela. E erradicar a aftosa no país é um ato possível e necessário, além de ser uma questão de maturidade e de postura diante do resto do mundo. Acabar com aftosa será o maior passo da pecuária brasileira em direção às criações de alto nível, realmente tecnificadas.
A febre aftosa é causada por um dos menores vírus encontrados na natureza (aftovírus) e sua capacidade de disseminação é impressionante, ocorrendo pela água, com os ventos, na sola da bota, na roda do caminhão e principalmente de animal para animal.
Bovinos, cabras, ovelhas e porcos transmitem entre si a doença e nesta lista também entram vários animais da fauna brasileira como o veado, a capivara, os porcos do mato, entre outros.
Atenção: O homem não está na lista, o vírus da febre aftosa não consegue infectar as nossas células. Existe sim, uma doença bastante comum denominada de Estomatite Herpética Aftosa que provoca aftas na boca do humano que é causada por outro vírus completamente diferente ao da aftosa.
A saliva do animal doente não é a única fonte de vírus para o ambiente, mais com certeza é a mais potente. Em geral é ela que contamina os caminhões, as aguadas, as instalações, os currais, os cochos de sal e ainda gera gotículas que facilitam a disseminação de animal para animal.

Como reconhecer - Febre é o primeiro sintoma. Quem lida com o rebanho percebe logo no começo do surto a presença de animais arrepiados, tristes, diferentes. Logo começam a surgir as aftas (na verdade vesículas) na boca, língua, gengiva, cascos, úbere, vulva, etc. Essas vesículas são bolhas cheias de líquidos muito ricos em vírus.
As conseqüências dessas lesões são sérias. As feridas nos cascos e na boca, junto com a febre, vão impedir o animal de pastar. Há perda de peso em torno de 10 a 15% e a queda de leite pode ser de até 60%. Além disso, 4 a 6 meses podem se passar até que um animal recupere seu potencial de conversão alimentar, reprodução e fertilidade.

Como tratar - O tratamento deve ser feito com a aplicação de soluções anti-sépticas nas feridas da boca e úbere. Os cascos, se possível, devem ser protegidos com bandagens. Os animais em tratamento devem ser rigorosamente isolados pois são fonte de infecção para outros animais. Mandar o material para laboratório é fundamental. Seu veterinário saberá como coletar e para onde enviar as amostras. Confirmada a doença, a propriedade é interditada e fiscalizada pelo órgão sanitário do estado.

Como evitar - Hoje em dia combater a aftosa é uma questão de consciência. A erradicação na sua propriedade e no país vai acontecer quando duas medidas básicas se tornarem automáticas: vacinação e vigilância sanitária.
Com relação às vacinas o criador pode ficar tranqüilo, o controle rígido do governo e a busca da qualidade pelos laboratórios fizeram com que os pecuaristas tivessem à disposição as vacinas mais cuidadosamente produzidas do mercado. O importante é aplicá-las bem. O esquema para manter seu rebanho protegido deve seguir algumas regras:
1- Mantenha as matrizes sempre imunizadas para ter seus bezerros protegidos.
2- Vacine os bezerros aos 4 meses de idade e dê o reforço 90 dias depois.
3- Revacine todos os animais a cada 6 meses.
Para maior segurança faça uma vacinação extra de seus animais que vão a leilões, feiras e exposições. Nessas ocasiões o gado poderá está entrando em contato com animais não protegidos, que podem está incubando a doença. Nunca deixe para vacinar na hora do evento, pois este é um tremendo erro e muito comum.
Animais recém adquiridos devem ser vacinados e ficar isolados do resto do rebanho por aproximadamente 15 dias, especialmente em se tratando de novilhas e garrotes.
A critério das autoridades sanitárias, e sob a responsabilidade delas, poderão ser adotados outros esquemas de vacinação.
No que diz respeito à vigilância sanitária, todos sabem que é uma função do governo, mas a responsabilidade é rigorosamente de todos. Nos últimos anos a cooperação entre produtores, empresas privadas e órgãos oficiais têm sido motivo de excelentes resultados no campo.
Quando o assunto é febre aftosa, não adianta querer saber só da época da campanha é preciso praticar, estimular os vizinhos, cooperar com o governo, tanto vacinando como pondo em prática as normas sanitárias. Respeite os controles de fronteiras, não entre no conto da nota fria, não jogue vacina fora e não deixe de vacinar !!!

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ARTIGO MUITO BOM SOBRE A FEVRE AFTOSA

Edviges Maristela Pituco
Médica Veterinária 
E-mail pituco@biologico.sp.gov.br
Centro de  Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal 


OU COPIE NO NAVEGADOR O LINK ABAIXO

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Febre Aftosa
 
A Febre aftosa é uma enfermidade altamente contagiosa que ataca a todos os animais de casco fendido, principalmente bovinos, suínos, ovinos e caprinos, e muito menos os carnívoros, mamíferos; os animais solípedes são resistentes. Dá-se em todas as idades, independente de sexo, raça, clima, etc., porém há diferenças de suscetividade de espécie.
A doença é produzida pelo menos por seis tipos de vírus, classificados como A,O,C,SAT-1,SAT-2 e SAT-3, sendo que os três últimos foram isolados na África e os demais apresentam ampla disseminação. Não há transmissores de aftosa, o vírus é vinculado pelo ar, pela água e alimentos, apesar de ser sensível ao calor e a luz.  
A imunidade contra um deles não protege contra os outros. Além disso, constataram-se alguns subtipos dos vírus citados, com a particularidade de que uns causam ataques mais graves que outros e alguns se propagam mais facilmente. Esta complexidade, apresenta um aspecto muito desfavorável, pois um animal atacado por um tipo de vírus, embora ofereça resistência ao mesmo, é ainda suscetível aos outros tipos e subtipos.
PREJUÍZOS CAUSADOS - A gravidade da aftosa não decorre das mortes que ocasiona, mas principalmente dos prejuízos econômicos, atingindo todos os pecuaristas, desde os pequenos até os grandes produtores. Causa em conseqüência da febre e da perda de apetite, sob as formas de quebra da produção leiteira, perda de peso, crescimento retardado e menor eficiência reprodutiva. Pode levar à morte, principalmente os animais jovens; As propriedades que têm animais doentes são interditadas; A exportação da carne e dos produtos derivados torna-se difícil; Provoca aborto e infertilidade; Os animais doentes podem adquirir com maior facilidade outras doenças, devido à sua fraqueza.
TRANSMISSÃO - A febre aftosa é uma doença extremamente infecciosa. O Vírus se isola em grandes concentrações no líquido das vesículas que se formam na mucosa da língua e nos tecidos moles em torno das unhas. O sangue contém grandes quantidades de vírus durante as fases iniciais da enfermidade, quando o animal é muito contagioso.
Quando as vesículas arrebentam, o vírus passa à saliva e com a baba infecta os alojamentos, os pastos e as estradas onde passa o animal doente. Resiste durante meses em carcaças congeladas, principalmente na medula óssea. Dura muito tempo na erva dos pastos e na forragem ensilada. Persiste por tempo prolongado na farinha de ossos, nos couros e nos fardos de feno.
Outras vezes o contágio é indireto e, nesse caso, o vírus é transportado através de alimentos, água, ar e pássaros. Também as pessoas que cuidam dos animais doentes levam em suas mãos, na roupa ou nos calçados, o vírus, o qual é capaz de contaminar animais sadios. Nos animais infectados naturalmente, o período de incubação, varia de dezoito horas e três semanas.
SINTOMAS - A elevação da temperatura e a diminuição do apetite são os primeiros indícios da infecção. O vírus ataca a boca, língua, estômago, intestinos, pele em torno das unhas e na coroa. No inicio, febre com papulas que se transformam em pústulas, em vesículas, que se rompem e dão aftas na língua, lábios, gengivas e entre os cascos, o animal baba muito e tem dificuldade de se alimentar. Devido às lesões entre os cascos, o animal tem dificuldade de se locomover. Nos dois primeiros dias a infecção progride pelo sangue produzindo febre; depois aparecem as vesículas na boca e no pé. Também surgem nas tetas. Então a febre desaparece, porém, a produção de leite cai e a manqueira aparece, bem como a mamite com todas as suas graves conseqüências.
As vesículas se rompem e libertam um líquido transparente ou turvo; aftas,  que aparecem após 24 a 48 horas, resultantes são dolorosas e podem sofre infecção secundária. A secreção de saliva aumenta e fios de baba começam a cair da boca. O animal mastiga produzindo ruído caracterizado, ao abrir a boca, chamado "beijo da aftosa". Nos ovinos e caprinos, as lesões das patas são características, enquanto que as da boca podem ser pequenas e passarem desapercebidas. Os surtos de aftosa surgem repentinamente e com muita freqüência; todos os animais suscetíveis do rebanho apresentam os sintomas praticamente ao mesmo tempo. A intensidade da doença é muito variável. Na forma leve, as perdas podem alcançar uns 3%, enquanto que nas graves alcançam 30 a 50%, porém, em média, a mortalidade é baixa nos adultos e elevada nos jovens , principalmente os em aleitamento, porque as mães não os deixam mamar. Os animais que sobrevivem, se recuperam dentro de vinte duas porém, às vezes, a recuperação é bastante demorada; alguns animais com lesões cardíacas são irrecuperáveis, bem como as perdas de tetas.
PROFILAXIA E CUIDADOS -
  • Nos países livres de febre aftosa o método geralmente empregado consiste no sacrifício dos animais doentes e suspeitos, destruição dos cadáveres e indenização dos proprietários.
  • Vacinação regular do gado de 6 em 6 meses a partir do 3º mês de idade ou quando o Médico Veterinário recomendar.
  • Os animais que receberam a primeira dose de vacina, deverão ser revacinados 90 dias após a primeira vacinação.
  • Suspeitando da existência da doença em sua propriedade ou na de vizinhos, avise imediatamente o Médico Veterinário.
  • Confirmada a doença, isole os animais doentes, proíba a entrada e saída de veículos, pessoas e animais, instale pedilúvios com desinfetantes e siga as orientações do Médico Veterinário.
  • Quando comprar animais, exija que os mesmos estejam vacinados.
  • Só faça o transporte com atestado de vacinação.
  • As vacas prenhes devem ser vacinadas a fim de que elas possam proteger o bezerro através do colostro.
  • A vacinação não causa aborto nos animais. Cuidados especiais devem ser tomados no manejo das vacas prenhes, pois é o mau manejo que poderá causar aborto e nunca a vacina.
  • Exija sempre que o revendedor acondicione bem e faça o transporte correto das vacinas.
  • Animais vindos de outras propriedades devem ser isolados, vacinados e observados por um período mínimo de 15 dias, antes de serem misturados com os outros animais da propriedade.
  • Nos recintos de exposições, feiras e remates, devem ser adotadas rígidas medidas de higiene e desinfecção, e se a situação exigir, as autoridades sanitárias podem suspender os referidos eventos.
  • É muito importante o pecuarista conhecer bem a Febre Aftosa, para que ao aparecer a doença em animais de seu rebanho, ele esteja capacitado para adotar medidas sanitárias, visando ao seu controle.
  • Siga corretamente as orientações do Médico Veterinário. É importante o contato freqüente com o Médico Veterinário, o qual estará sempre pronto a prestar os esclarecimentos necessários. VACINAÇÃO - No Brasil, o processo mais aconselhável é a vacinação periódica dos rebanhos, assim como a vacinação de todos os bovinos antes de qualquer viagem. Em geral a vacina contra a febre aftosa é aplicada, de 6 em 6 meses, a partir do 3º mês de idade. A vacinação contra a Febre Aftosa no Estado de São Paulo deve ser feita nos meses de MARÇO E SETEMBRO. Na aplicação devem ser obedecidas as recomendações do fabricante em relação à dosagem, tempo de validade, método de conservação e outros pormenores.
    CUIDADOS COM A VACINA - Antes da aplicação devem ser obedecidas as recomendações do fabricante e alguns cuidados devem ser rigorosamente observados, tais como:
  • Conservação Adequada das Vacinas;
  • As vacinas devem ser conservadas na temperatura entre 2 e 6 graus centígrados, em geladeiras domésticas ou em caixas térmicas com gelo;
  • É muito importante a conservação, pois tanto o congelamento quanto o calor inutilizam a eficiência da vacina;
  • O transporte das vacinas do revendedor até a propriedade deve ser sempre feito em caixas térmicas com gelo;
  • A dose a ser aplicada em cada animal deve ser aquela indicada no rótulo da vacina. Uma dosagem menor do que a indicada pelo fabricante não vai oferecer aos animais a proteção desejada;
  • Não devem ser utilizadas agulhas muito grossas, pois a vacina pode escorrer pelo orifício deixado no couro do animal pela agulha e em conseqüência, diminuir a quantidade de vacina aplicada;
  • A vacina deve ser aplicada embaixo da pele;
  • Os animais sadios deverão ser sempre vacinados, pois os doentes ou mal-alimentados, não respondem bem à vacinação e, nesses casos, é conveniente procurar orientação com o Médico Veterinário.
  • Os efeitos da vacina somente aparecem depois de 14 a 21 dias de sua aplicação. Se os animais apresentarem a doença antes desse prazo, é sinal que já estavam com a doença quando foram vacinados, mas ainda não tinham manifestado seus sintomas. TRATAMENTO - Em casos especiais pode ser empregado o soro de animais hiper-imunizados. São úteis as seguintes medidas coadjuvantes:
    1. desinfecção dos alojamentos com soda cáustica a 4% no leite de cal de caiação;
    2. fervura ou pasteurização do leite destinado à alimentação animal ou humana;
    3. uso de pedilúvios na entrada dos currais e estábulos;
    4. alojamentos limpos e ventilados;
    5. fornecimento aos animais de alimentos de fácil mastigação;
    6. lavagem da boca com soluções adstringentes e anti-sépticas;
    7. tratamento das feridas dos cascos e das tetas;
    8. administração de tônicos cardíacos, em certos casos de muita fraqueza.


    Lúcia Helena Salvetti De Cicco
    Diretora de Conteúdo e Editora Chefe
BIBLIOGRAFIA:
Millen, Eduardo, 1983
Guia Técnico Agropecuário - Veterinária e Zootecnia
Guia Rural Abril, 1988
    Editora Abril Coordenadoria de Defesa Agropecuária de SP

RETIRADO INTEGRALMENTE DO SITE SAUDE ANIMAL:
 Todos os direitos reservados ao site Saude Animal e aos autores citados acima!

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