quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mastite ou Mamite


Mastite ou Mamite





A mastite, mamite, peito inchado ou mal do úbere é uma inflamação do úbere ou glândula mamária causada por um ou mais diferentes tipos de microrganismos como os estreptococos, estafilococos, coliformes, pseudomonas, corinebactérias e leveduras, principalmente.
Ela é uma das principais doenças que afeta os rebanhos leiteiros do Brasil e do mundo, causadora de altos prejuízos que poderiam ser minimizados, em grande parte, com a prevenção. Os prejuízos gerados pela falta de prevenção da mastite vão além dos gastos com o tratamento. Devem ser contabilizadas as perdas de produção (entre 12% e 15% da produção total de leite), a possibilidade de inutilização do teto, com a respectiva perda de valor do animal e, em casos extremos, a morte do animal.
A mastite caracteriza-se pela alteração no aspecto do leite (leite com grumos, filamentos, cor diferente, pus, etc), diminuição da produção, inchaço do quarto de úbere afetado, podendo ocorrer febre e redução na ingestão de alimentos pelo animal.
Ela apresenta-se sob as formas clínica (quando apresenta sintomas visíveis no animal) e subclínica (quando não apresenta sintomas, inicialmente, porém existe a presença da bactéria no úbere). A mastite que já está instalada em um animal há algum tempo, conhecida como mastite crônica, é a que traz maior prejuízo, já que seus sintomas são brandos e não identificados facilmente e o  leite pode ou não apresentar alterações.
A contaminação da vaca pela mastite pode se dar de duas formas: pelo meio ambiente (mastite ambiental) ou de animal para animal (mastite contagiosa). A mastite ambiental é sempre clínica e aguda (provocada pelos coliformes), enquanto a contagiosa (provocada por estreptococos e estafilococos, principalmente) pode ocorrer com ou sem sintomas. Geralmente a mastite é causada por bactérias que entram no úbere devido ao contato com a ordenhadeira, lesões nos tetos (rachaduras), cortes por arame farpado, lesões nos esfíncteres etc, podendo ser prevenida com a higienização e regulagem periódica da ordenhadeira.
Também as condições ambientais em que a vaca vive podem ser causadoras do problema. As vacas devem ocupar lugares limpos e secos onde as limpezas devem ser diárias, já que as bactérias multiplicam-se em condições ideais de umidade, presença de resíduos orgânicos (esterco ou leite) e temperatura adequada (mais de 80 espécies de bactérias causadoras de mastite já foram identificadas!). Há ainda a causa genética, quando a mãe já apresentou problemas de mastite e passa para a filha a predisposição, o que não significa, necessariamente, o desenvolvimento da doença.
A pasteurização elimina as bactérias causadoras da mastite mas, não reduz as perdas para o produtor devido ao controle de qualidade do leite feito diariamente pelo serviço de inspeção das indústrias.
Uma das formas de se detectar a mastite é percebendo a presença de grumos (filamentos de pus) no leite ao se fazer o teste da caneca telada coando os primeiros jatos de leite. Outra forma é por um teste conhecido como CMT (California Mastitis Test) que é uma prova em que se mistura uma amostra de leite com um reagente específico (violeta de bromocresol) e conforme o aspecto da mistura, pode-se constatar ou  passar a se suspeitar da doença.

Formas de Prevenção:

  • Imersão dos tetos em solução desinfetante antes e após a ordenha, o que  se denomina pré-deeping e pós-deeping.
  • Tratamento imediato dos casos clínicos.
  •  Descarte das vacas com mastite crônica.
  • Proporcionar higiene (cama seca, limpa e se possível, feita com material inorgânico como areia), além de conforto na área de permanência dos animais (sombra, ventilação, etc).
  • Fornecer água limpa e livre de bactérias.
  • Proporcionar nutrição adequada com o balanceamento de energia, proteína e minerais.
  • Utilizar caneca de fundo preto, a fim de detectar a presença de grumos (pus).
  • Vacinar os animais periodicamente (há diferentes aplicações para diferentes bactérias causadoras de mastite).
  • O úbere e mãos do ordenhador devem ser lavados e desinfetados antes de cada ordenha e enxutos com toalhas individuais descartáveis.
  • As vacas afetadas devem ser separadas das sadias, agrupando-as de acordo com o grau de infecção. Ordenhe primeiro as sadias, passando para aquelas levemente afetadas e termine com as mais problemáticas.
  • Na ordenha mecânica, faça primeiramente a prova da caneca telada manualmente e só então, passe a ordenha mecânica. Mantenha a ordenhadeira bem regulada, limpa e desinfetada antes de cada ordenha.
  • Ao introduzir vacas em lactação no rebanho, recém adquiridas, comprove que elas não estejam com mastite.

Como Tratar

    Não há um tratamento único e eficaz para todas as mastites. As causas são tão diversas, que seria impossível indicar qualquer tratamento sem uma investigação bem feita. Tratamentos errados são tremendamente prejudiciais. O que se sabe, com alguma certeza, é que qualquer tratamento dá melhores resultados quando feito em vacas secas. Vários são os produtos recomendados mas, quando o problema é mastite, a intervenção do veterinário e essencial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentem este POST e cliquem nos anúcios de Publicidade para ajudar o nosso site a continuar sendo gratuíto!

Pesquisar no Agrohelp