sábado, 17 de setembro de 2011

TERRAÇOS



TERRACEAMENTO:
Terraço é um conjunto formado pela combinação de um canal (valeta), com um camalhão (monte de terra ou dique), construídos a intervalos dimensionados, no sentido transversal ao declive. É uma estrutura mecânica, suja construção envolve a movimentação de terra, através de cortes e aterros. Permite a contenção de enxurradas, forçando a absorção da água da chuva pelo solo, ou a drenagem lenta e segura do excesso de água.
                O principio de funcionamento do terraço baseia-se no parcelamento do declive, isto é, dividir uma rampa comprida (mais sujeita a erosão) em várias rampas menores, mais curtas (menos sujeitas a erosão). Cada terraço protege a faixa que está logo abaixo dele ao receber as águas da faixa que esta acima. A função do terraço, portanto, é reduzir a concentração e a velocidade da enxurrada, dando à água maior tempo para infiltração e limitando a sua capacidade de causar erosão. O terraço pode reduzir a perda de solo em até 70-80%, e a de água em até 100%.
                Quando um terraço é mal construído, poderá ocasionar muito mas danos do que benefícios. Isso se dá pelo fato de que, quando um terraço se rompe, a água nele armazenada em grande volume terá maior capacidade de provocar sulcos de erosão e até voçorocas, podendo levar a inutilização da área.
                O terraceamento está diretamente ligado aos seguintes fatores: tipo de solo, declividade do terreno e quantidade de chuvas.
                O tipo de solo em função de sua permeabilidade determinará o tipo de terraço a ser construído. A eficiência dos terraços diminui e as dificuldades de construção e manutenção aumentam à medida que aumenta o declive.

Classificação dos Terraços: podem ser classificados quanto a função que exercem.

Terraços em nível (de retenção, absorção ou de infiltração): é construído em nível (sobre uma curva de nível marcada no terreno) e tem suas extremidades fechadas. Sua função é armazenar o excedente de enxurrada por ele interceptado, para que infiltre lentamente no perfil do solo. É recomendado para terrenos com boa permeabilidade no perfil do solo e regiões de precipitações baixas e até 12% de declividade.
Vantagens: armazenam água no solo; não necessitam de locais para escoamento de água;
Desvantagens: maior risco de rompimento; exigência de limpezas mais freqüentes;

Terraços com gradiente, em desnível, com declividade ou escoamento: Apresenta declive suave, constante (uniforme) ou variável (progressivo), com uma ou duas extremidades abertas. Função, acumular o excedente de água e conduzi-la para fora da área protegida, até um canal escoadouro, sem que haja erosão no leito do canal. É recomendado para terrenos de permeabilidade baixa (lenta) ou moderada, para regiões de precipitações elevadas e declividade de até 20%.
Vantagens: menor risco de rompimento;
Desvantagens: desvio da água caída sobre a gleba; necessidade de locais apropriados para escoamento da água; maior dificuldade de locação.

A decisão de quando se utilizar terraço em nível ou com gradiente irá depender da permeabilidade do solo e do subsolo, da intensidade das chuvas e da necessidade de se conservar/aumentar a umidade do solo. Com estas práticas, além de controle da erosão, consegue-se manter os lençóis subterrâneos, reduzindo os problemas de falta de água.

Quanto a largura da base ou faixa de terra movimentada: a largura, ou base, de um terraço corresponde à área de movimentação de terra, incluindo canal e camalhão.

Terraço de Base Estreita: largura da base de 2-3m. É recomendado para locais em que não seja possível construir terraços de base média ou larga. De 12-18% de declividade.
Terraço de base média: de 3-6m de base; declividade de 8-12%. O canal deve ser cultivado, exige manutenção periódica, após cada safra, limpeza do canal, reconstrução e reerquimento do dique.
Terraço de base larga: de 6-12m de base, para relevo suave ondulado a ondulado, declividade de te 12%, recomendado entre 6-8%. Possibilita a utilização de máquinas no plantio, é construído em nível, alto custo de implantação.

Processo de construção de um terraço: podem ser classificados em Nichol’s e tipo Magnum.

Tipo Nichol’s ou canal: a terra é cortada e tombada sempre de cima para baixo, formando um canal relativamente profundo e de forma mais ou menos triangular. Deve-se utilizar o arado reversível para sua construção. A principal desvantagem deste tipo de terraço é que a faixa em que é construído o canal não pode ser aproveitado para o cultivo. É indicado para declives inferiores a 18%.

Tipo Magnum ou camalhão: corta-se a terra, dos dois lados, tombando-a para o centro, de modo a formar um camalhão entre dois canais. Apresenta canal mais largo e raso e uma maior capacidade de armazenamento que o tipo Nichol’s. A capacidade de armazenamento é determinada predominantemente pelo camalhão, pois a profundidade do corte corresponde a profundidade normal da aração. Declividade de 8 ou 12%.

Quanto a forma do perfil do terreno:

Terraço comum: é o tipo mais usado, é a combinação de um terraço com um camalhão construído em nível ou com gradiente, cuja função é interceptar a enxurrada, forçando sua absorção pelo solo ou a retirada do excesso de água de maneira mais lenta, sem provocar erosão. Declividade máxima de até 20%. Deve ser combinado com práticas vegetativas e sistemas de manejo que proporcionem proteção superficial, amenizando o impacto das gotas da chuva.

Tipo patamar: é construído através da movimentação de terra com cortes e aterros, que resultam em patamares em forma de escada. A plataforma do patamar deve apresentar pequena inclinação em direção ao seu interior e um pequeno dique, a fim de evitar o escoamento da água de um terraço para outro, p que poderia provocar erosão no talude. No patamar deve ser plantada a cultura e o talude dever ser coberto com vegetação rasteira (como grama por exemplo). Para solos permeáveis este terraço não é indicado é indicado para declividades acima de 20% e para culturas de alto valor econômico como a uva, pois este tipo de terraço possui um alto custo de construção. Controla a erosão e facilita as operações agrícolas.

Tipo banqueiras individuais ou patamar descontínuo: é indicado quando o terreno possui obstáculos como pedras ou afloramento de rochas ou existe deficiência de máquinas ou implementos para construção dos terraços do tipo patamar. São bancos construídos individualmente para cada planta, onde a movimentação de terra se dá apenas no local onde se vai cultivar. São indicados para culturas perenes como: café, árvores frutíferas, etc. São construídas em áreas com declividade bastante acentuadas, sendo impossível o uso de máquinas. Retira-se toda a camada superior mais fértil que é amontoada ao lado dá área onde vai ser construída a banqueta. Em seguida faz-se um corte no barranco e aproveita-se a terra retirada no corte para fazer o aterro. Vegeta-se com gramas a parte de aterro para melhor estabilidade e finalmente espalha-se a terra raspada da superfície, a fim de conservar a fertilidade da banqueta.

Tipo murundum: este tipo de terraço não é recomendado, pois não segue o dimensionamento adequado, raspa-se o horizonte A (superficial do solo) e vai amontoando para formar o camalhão de proporções avantajadas, podendo chegar a 2m de altura por 4m de largura. Normalmente é um tipo de terraço praticado para cultivo de cana-de-açúcar, mais não é indicado. Custo de construção elevado; retira a camada mais fértil do solo; apresenta erosão acentuada e esta sujeito a rompimento.

Tipo embutido: é mais difundido em áreas de cana-de-açúcar e sua forma assemelha-se à dos murunduns. É construído de modo que o canal tenha forma triangular, ficando o talude que separa o canal do camalhão praticamente na vertical. Apresenta pequena área inutilizada para o plantio

Quanto ao alinhamento: terraços não-paralelos e paralelos.

Terraços não-paralelos: são os mais comuns, pois são aqueles locados sobre as linhas de nivelas básicas. A distancia ou espaçamentos entre os terraços é variável ao longo da área. Por causa da declividade os terraços não ficam paralelos.

Paralelos: são construídos com espaçamentos constantes ao longo de toda sua extensão. Vantagem de reduzir o numero de linhas mortas e as curvas muito estreitas, economiza tempo no preparo, cultivo e colheita e ainda diminui prejuízos relativos a destruição de plantas devido a manobras das maquinas. Desvantagem de ter custo elevado de construção.

LEVANTAMENTO PRELIMINARES PARA CONSTRUÇÃO DE TERRAÇOS:

                Devem-se realizar amostragens de solos para determinação da textura, da permeabilidade e da presença de camadas no solo, de acordo com os seguintes passos:
a) Utilize um trado ou mesmo enxadão para retirada das amostras de solo. Enviar para laboratório para fazer análise física.
b) Devem-se analisar barrancos na beira da estrada que expõem o solo até a profundidade de 3-4m. Observe espetando uma faca na parede do barranco, se existem camadas mais duras.
c) Meça a declividade do terreno;
d) Obtenha informações sobre a quantidade de chuva que normalmente ocorre na região;
e) Determine a cultura que será explorada na área terraceada.

ESPAÇAMENTO ENTRE TERRENOS: distancia entre um terraço e outro. Espaçamento vertical e horizontal.

Espaçamento vertical (EV): diferença de nível entre eles, quanto metros desce de um terraço até outro ou distancia entre dois planos horizontais que passam por eles.
EV= (2+D%/X).0,305
EV= espaçamento vertical em metro; D%= declividade em percentagem; X= fator resultante da interação: solo, declividade, cobertura vegetal e tipo de terraço.

Espaçamento horizontal (EH): linha reta ou quantos metros separam os terraços, distancia entre dois planos verticais que passam por dois terraços.

FATORES QUE AFETAM O ESPAÇAMENTO ENTRE TERRAÇOS: o espaçamento entre dois terraços deve ser tal que a enxurrada que escorre entre eles não alcance a velocidade erosiva. Quanto maior a distancia entre terraços, menor o custo de construção por unidade de área. Os principais fatores que afetam a distancia entre terraços são: clima, solo, declividade, tipo de cultura e tipo de terraço. Onde a intensidade da chuva e a freqüência são elevadas, recomenda-se reduzir a distancia entre os terraços.
                A declividade afeta: o uso de máquinas; a velocidade da enxurrada; a infiltração de água no solo; a disponibilidade de água no solo; a energia da enxurrada.

COMPRIMENTO DOS TERRAÇOS:

Em Nível: teoricamente não tem limite de comprimento, mas por medida de segurança, recomenda-se construir “travesseiros”, que são pequenos diques ou barreiras de terra batida dentro do canal, distanciados de 100-200m, para evitar que no caso de rompimento toda a água acumulada nele vá a atingir o terraço de baixo.

Com Gradiente: os terraços em desnível devem apresentar uma pequena inclinação para um lado ou para os dois lados, para isso é necessário construir escoadouros nas extremidades do terraço ou um escoadouro central. O caimento do terraço pode ser para um dos lados ou para os dois lados, para dentro ou para fora da área. O comprimento recomendado é de 500-600m. Os terraços em gradiente necessitam de um local onde se possa jogar com segurança a água escoada por eles.



CONSTRUÇÃO DOS TERRAÇOS: na construção dos terraços são necessárias a escavação e desagregação da terra e a acumulação desta para formação do terraço. Os terraços podem ser construídos por meio de arados de aivecas ou de discos, lâminas terraceadoras, arados gradeadores, arados taipadores e motoniveladoras. Os terraceadores são mais indicados para construção de terraços de base larga em terrenos com declividade menor que 10%.
                A altura do terraço a ser construído depende de alguns aspectos: tipo de equipamento utilizado, habilidade do operador, tipo e condições do solo, tempo de sua construção, cobertura vegetal, regime pluviométrico, etc.

                MANUTENÇÃO DOS TERRAÇOS: as medidas a serem adotas podem ser classificadas em preventivas e corretivas.
PREVENTIVAS: -adotar espaçamento entre terraços e técnicas de manejo que resultem em adequado controle da erosão e diminuição do assoreamento dos canais; -efetuar o plantio em sulcos em nível ou com pequeno gradiente; -utilizar faixas de retenção acima dos canais dos terraços, a fim de reduzir a velocidade de escoamento superficial e conseqüentemente, a capacidade de transporte de sedimentos; -usar arado reversível, que movimenta a terra no sentido do aclive, para compensar o movimento descendente de terra provocado pela erosão e pelos implementos agrícolas; -cultivar também sobre os camalhões com plantas que assegurem alta percentagem de cobertura do solo; -utilizar terraços com gradiente em solos que apresentam horizonte com gradiente textural, como os Argissolos; -executar as operações de preparo, plantio e cultivo do solo paralelamente aos terraços; -evitar que as maquinas transitem sobre a crista dos camalhões.

CORRETIVAS: são aquelas que visam restaurar as dimensões e a integridade dos terraços, consistindo na remoção dos sedimentos depositados no canal e na adição/reposição de terra no camalhão. A manutenção depende do tipo de solo, da espécie cultivada, do equipamento utilizado e das condições pluviométricas da área. É necessário que, antes do preparo do solo seja feita a manutenção dos terraços, ou seja, a elevação do camalhão e a limpeza do canal.

PRINCIPAIS CAUSAS DO ROMPIMENTO DE TERRAÇOS:
- manejo inadequado do solo; -espaçamento excessivo entre terraços; -dimensionamento incorreto da seção transversal; -má locação dos terraços; -defeitos na construção, que fazem com que haja seções em que a crista do camalhão se encontra em cota mais baixa; -presença de galerias no terraço: buracos feitos por tatu, formigueiros, raízes podres, etc.; -presença de extremidades abertas nos terraços; -convergência para o terraço de águas vindas de fora da área terraceada, como estradas, carreadores e outras áreas vizinhas; -movimento de maquinas e animais sobre o camalhão, provocando o seu rebaixamento; -abertura de sulcos e covas no camalhão; -falta de manutenção e limpeza do canal; -ocorrencia de chuvas de alta intensidade; -construção de terraços em nível em solos de baixa permeabilidade; -presença de nascentes na área compreendida entre terraços.

TERRAÇO DE RETENÇÃO: tem a função de reter o escoamento superficial, auxiliar no controle da erosão hídrica, favorecer a infiltração da água no solo e promover a recarga do lençol freático. Tem grande importância no controle do assoreamento dos cursos d’água, na redução do transporte de agroquímicos para a fora da área, na prevenção dos mananciais e na regularização de vazões. Os aspectos mais importantes na construção são a altura, a seção transversal e o acabamento das extremidades do terraço.
Altura: quanto maior a altura do terraço, maior será a retenção e o armazenamento de água.
Seção Transversal: esta relacionada com a capacidade de armazenamento de um terraço, que deve ser dimensionada em função do volume de água que escoa sobre a superfície do solo. A forma da seção pode ser triangular ou trapezóide e deve ser definida no momento do projeto. A principal desvantagem está na dificuldade de realizar um bom acabamento da seção transversal.

FECHAMENTO DAS EXTREMIDADES DO TERRAÇO: são fechadas por estruturas que se constituem de um prolongamento do camalhão no sentido do aclive do terreno, denominados “bigodes” ou “travesseiros”. A altura do terraço é limitada pela cota mais baixa da crista do camalhão, a cota do camalhão deve está a aproximadamente 15cm acima da cota do bigode. Assim os bigodes asseguram a capacidade de armazenamento e ao mesmo tempo, funcionam como pontos de extravasamento do excesso de água proveniente do escoamento que ocorre quando a intensidade de precipitação for equivalente a um período de retorno maior do que aquele escolhido no momento de dimensionamento do terraço.

16 comentários:

  1. Respostas
    1. vamo parar ae rapaziada, tao de zoa com a minha cara??

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    2. tamo sim rapa aqui e favela negao

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  2. eçe syte é muinto mais melior de baum

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  3. oque é masi legau, équi, tudo vçoies tao lendo o meu comentario até o fim, depoisa de terminar de ler todo ele, vcs vao perceber que: nao tem nada a ver com nada, e mesmo assim vc continua lendo esste comentario, para saber o final

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  4. segundo meus conhecimentos adquiridos por pesquisas e buscas, tbm por leituras biblicas, todos irao ver que meu comentario nao tem sentido

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  5. Qual é o melhor terraço construído com arado ou terraceador?

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  6. Como eu calculo a altura da crista do terraço?

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