TRONCOS: EUROPEU, AFRICANO E ASIÁTICO.
Tronco Europeu: Sub-Tronco Alpino : O sub-tronco Alpino compreende as seguintes raças: Saanen, Toggenburg e as chamadas “Alpinas”. RAÇAS LEITE.
Raça Saanen: são originários da Suiça, estão bastante difundidos no Nordeste brasileiro. Sendo bastante comum a sua exploração nas proximidades das grandes cidades, onde o comércio do leite é facilitado. A raça Saanen apresenta uma pelagem totalmente branca, mucosas róseas. Possui uma enorme aptidão para a produção de leite, mesmo sob condições de clima tropical. No entanto, são animais adequados para exploração em sistemas intensivos de criação. Os reprodutores Saanen podem ser utilizados em sistema de cruzamento com animais não especializados para introdução da capacidade leiteira. Em condições ótimas de clima, alimentação e sanidade uma cabra Saanen pode produzir até 20 vezes o seu peso em leite em uma única lactação
Raça Toggenburg: são originários da Suíça, possuem aptidão para produção de leite. Apresentam uma pelagem acinzentada, variando em tons, com listas brancas da orelha a região da boca, bem como de cor branca as extremidades dos membros.
Raça Alpina Francesa: conhecida também como raça Parda Alpina é juntamente com a Saanen uma das mais preferidas para criação no Brasil. Possuem pelos curtos, mucosas escuras, pelagem castanho-pardo (chamoisée) com listas pretas no chanfro e no dorso, ou seja, da nuca até a garupa, assim como de cor preta a parte distal dos membros. Apresentam uma satisfatória produção de leite com boa persistência de lactação.
Outras Raças Alpinas: Alpina americana (cinza com manchas pretas no dorso e listras na cabeça), Alpina Inglesa (preta com listras cinzas na cabeça, patas e posterior).
Tronco Europeu: Sub-Tronco Pireneu :
Raça Murciana: origem espanhola, da província da Múrcia. Pelagem preta ou vermelho-escura, mucosas e cacos escuros e pelos curtos. Apresenta alta aptidão para produção de leite com o úbere bem desenvolvido e considerável rusticidade, no entanto, por questões sanitárias do passado, é uma raça pouco difundida no Brasil.
Raça La Mancha: apresentam aptidão leiteira comparável às raças especializadas do sub-tronco Alpino, com maior produção de sólidos totais. Essa raça apresenta uma característica anatômica peculiar, a ausência de orelha ou quando presente observa-se apenas rudimentos do pavilhão externo.
Tronco Africano: compreende as raças mais voltadas para produção de carne, como a Anglonubiana, Bhuj, Mambrina e mais recentemente a Boer e a Savana.
Raça Anglonubiana: Formada na Inglaterra a partir de animais trazidos da África, é uma das mais difundidas no Nordeste brasileiro. Apresentam perfil convexo, orelhas pendulares, sendo aceitas todas as pelagens, exceto a branca. Os animais machos adultos pesam em torno de 70 kg e as fêmeas 55 kg. Considerada de aptidão dupla (carne e leite), é uma boa opção para cruzamentos com animais SRD criados em condições de Caatinga, melhorando o porte, o ganho de peso e a produção de leite do rebanho, sem perder a rusticidade e a capacidade de aproveitar bem as forragens naturais.
Raça Mambrina: é originária da Ásia, possui aptidão para carne e é bastante rústica. São facilmente reconhecidos por apresentarem porte avantajado, pelos compridos especialmente no posterior, perfil convexo, chifres retorcidos em forma de espiral e sobretudo, enormes orelhas pendulares e sedosas. Admite-se praticamente todas as pelagens.
Raça Bhuj: origem indiana, juntamente com a Mambrina eram chamadas de “cabras zebus”. É facilmente reconhecido pelo seu perfil ultraconvexo, pelagem preta com focinho e orelhas chitadas, o corpo comprido e pêlos longos principalmente no trem posterior. Não é recomendado p/ melhorar a produção de carne.
Raça Bôer: origem africana, animais rústicos e com excepcional aptidão para produção de carne. Difere dos caprinos mais conhecidos, são animais robustos, compactos e com um trem posterior bastante desenvolvido. A pelagem do Bôer deve ser branca, com mancha vermelha, ou castanha escura, na cabeça e parte do pescoço, podendo se estender até o peito. Normalmente possui chifres que se curvam para traz. Reprodutores Bôeres podem ser utilizados em sistemas de cruzamentos com cabras SRD ou outras raças de bom porte para obtenção de cabritos “meio sangue” com melhor desempenho produtivo.
Raças ou Tipos Locais: são oriundos de cruzamentos diversos e desordenados durante muitas gerações. Ex: Canindé, Marota, SRD, Moxotó, Repartida, Nambi.
ATENÇÃO: Os caprinos autóctones encontrados no Nordeste brasileiro possuem uma rusticidade extraordinária, mantendo-se em bom estado corporal em épocas e condições onde a maioria das outras espécies já se sucumbiu.
MANEJO REPRODUTIVO: está inserido em aspectos diversos como, por exemplo, a alimentação do rebanho, o processo de seleção e descarte de reprodutores e matrizes, controle de enfermidades, etc. I) Aumento da taxa de natalidade; II) Aum. da taxa de prolificidade; III) Dim. da taxa de mortalidade; Trato genital da fêmea: é composto pela vulva, canal vaginal, colo do útero (cérvice), corpo do útero, cornos uterinos, tubas uterinas (ovidutos) e ovários. A cérvice é uma estrutura rígida composta de vários anéis arrumados de forma irregular, o que dificulta ou mesmo impede a passagem do aplicador de sêmen no momento da inseminação artificial.
Puberdade: é o momento em que os animais iniciam a vida reprodutiva, ou seja, primeiro estro e ovulação nas fêmeas e da liberação do pênis e início da produção espermática no macho. A puberdade fisiológica ocorre aproximadamente aos quatro/cinco meses de idade, quando machos e fêmeas atingem 40 a 50% de seu peso adulto.
A castração deve ser executada o mais precocemente possível, pois quando realizada em animais jovens a recuperação é significativamente mais rápida. A castração em caprinos apresenta a vantagem adicional de melhoria da qualidade da carne, particularmente, no que se refere ao sabor e maciez. Pode ser realizada através: i) da retirada cirúrgica do testículo, em animais de qualquer idade ou ii) através da colocação de anéis de borracha a altura do cordão espermático, o qual impedindo o fluxo sanguíneo provoca a necrose por isquemia do tecido escrotal. Esta última técnica é recomendável para animais jovens, nos primeiros dias de vida.
- Poliéstricas Contínuas: apresentam estro o ano inteiro; Ex: “raças tropicais”; - Poliéstricas Estacionais: apresentam estro natural, ou seja, em determinada estação do ano; Ex: “raças do Tronco Europeu”;
Em elevadas latitudes, as cabras e ovelhas entram no período de inatividade sexual (Anestro), possuem fotoperíodo negativo. Ocorre alteração no padrão de melatonina em resposta a sinais fotoperódicos, interferindo na liberação de GnRH pelo hipotálamo.
Ciclo estral: é o nome dado ao conjunto de eventos reprodutivos fisiológicos e comportamentais que se repetem periodicamente, o qual pode ser subdividido em quatro fases fisiológicas distintas: proestro, estro, metaestro e diestro. Dura 21 dias p/ Caprinos e 16 p/ ovinos.
Estro é o período no qual a fêmea aceita o macho para cópula e, portanto, o momento adequado para a realização da inseminação artificial. O reconhecimento do momento do estro é de fundamental importância para a obtenção de bons índices reprodutivos. O estro da cabra e da ovelha dura normalmente 24 a 36 horas.
Reconhecimento do Estro: o mais simples e comum é o uso do Rufião ou da fêmea andrógena.
Os sinais que caracterizam uma fêmea em estro, são os seguintes:
- Inquietação; - Urina e berra com freqüência;
- Agita a cauda em movimentos rápidos; - Procura e se aproxima do macho
- Apresenta a vulva avermelhada, edemaciada e a vagina úmida;
- Há corrimento de um muco cristalino no início (semelhante a clara de ovo) e creme e viscoso no final do cio.
- Monta e aceita ser montada (por machos e fêmeas) – aceitar a monta é o sinal mais seguro de que a fêmea está em estro.
Monta Controlada: usa-se o rufião p/ identificar as fêmeas em estro e usa o reprodutor p/ cobrir as fêmeas, aumentando a relação macho/fêmea de 1:30 p/ 1:40 ou 1:50
Obs: Na I.A. o sêmem é depositado dentro da cérvice, ou dentro do corpo lúteo.
INTERVALO ENTRE PARTOS: é o período constituído pelo período de gestação e o período de serviço, a interferência sobre o IEP deve estar voltada para período de serviço. O período de serviço se refere ao espaço de tempo ocorrido entre o parto e a próxima fertilização. Este período é altamente influenciado por questões de ordem ambiental como, por exemplo, manejo reprodutivo, sanidade e alimentação. Esse período guarda uma estreita relação com o fenômeno da involução uterina (puerpério), o qual demanda cerca de 30 dias. O intervalo entre parto considerado ideal é aquele que considera o período de gestação mais três ciclos estrais, o que corresponde a aproximadamente 240 dias na cabra e na ovelha, resultando em três partos a cada dois anos.
Estação de Monta: estabelecimento de uma época definida de acasalamentos (estação de monta) possibilita, por conseqüência, a concentração dos nascimentos (estação de parto). Este procedimento não só facilita o descarte das fêmeas com problemas reprodutivos, como também, permite a obtenção de produtos uniformes para comercialização. A estação de monta recomendada para rebanhos caprinos e ovinos deve ter a duração de 42-49 dias, sendo que no ano de implantação desta prática a duração deverá ser um pouco maior, em torno de 60 dias. A estação de monta poderá ser feita quando se trabalha com todos os sistemas de acasalamentos, desde a monta a campo, monta controlada ou com a inseminação artificial.
A recomendação para caprinos e ovinos é o estabelecimento de um IEP de oito meses, obtendo-se três partos em dois anos.
SINCRONIZAÇÃO DO ESTRO: consiste em padronizar fisiologicamente um grupo de fêmeas com a finalidade de que fertilização seja realizada em um curto período de tempo. O processo de sincronização pode ser realizado através do uso de fármacos, controle de luz e do “efeito macho”.
FARMACOLOGIA: hormônios são utilizados p/ induzir o estro. O primeiro à ser usado é o Progesterona, que simula um corpo lúteo artificial. Deixa uma esponja por um período de tempo (depende do animal). Após cerca de 30hs, depois aplica-se o FSH e LH) e faz-se a I.A. após 55hs.
PELA LUZ: 16 de luz/dia, através de iluminação artificial, durante 60 dias. Após a retirada da iluminação o animal demora de 30-100 dias p/ entrar em estro.
EFEITO MACHO: à simples presença do macho pode estimular a reprodução. Retira-se o macho por 30 dias. Quando se reintroduz o macho as fêmeas entram em estro o que pode levar 30 dias. Baixo custo.
VANTAGENS DA I. A.:
- Reduz ou elimina o inconveniente da presença de reprodutores na propriedade;
- Permite a maximização do reprodutor, ou seja, permite que um reprodutor excepcional seja usado para fertilizar um maior número de fêmeas;
- Proporciona um rápido e seguro melhoramento genético, uma vez que os reprodutores doadores de sêmen são geneticamente superiores;
- Permite aos pequenos criadores a possibilidade utilização de reprodutores de alto valor comercial;
- Reduz ou previne a transmissão de doenças transmissíveis pelo coito;
- Permite a preservação do sêmen de reprodutores por longo tempo, inclusive dos que já morreram ou o uso de reprodutores que estejam impossibilitados de realizarem a monta;
- Favorece e induz o estabelecimento da escrituração zootécnica.
DESVANTAGEM: necessita de uma infra-estrutura mínima na propriedade.
A gestação do caprino é de +/- 150 dias;
CAEV: vírus associado ao colostro em caprinos. A ingestão diária de leite pode ser de 15% do PV do cabrito.
A marcação dos animais serve para controle zootécnico;
Aleitamento Artificial: 16-20% do PV, separação da cria após o parto ou após o colostro.
VANTAGENS: facilita o usos de sucedâneos (leite de vaca, soja, outros); auxilia o manejo reprodutivo; Diminui a possibilidade de contágio de enfermidades.
DESVANTAGENS: aumenta a mão-de-obra; pode trazer problemas de ordem sanitária (contaminações);
Desmame Precoce: 35 dias de Idade:
Desmame Tardio: 90 dias de idade;
Castração: em função do manejo reprodutivo e da interferência hormonal na maciez e sabor da carne;
Métodos: Anel de Borracha; Burdizzo (emasculador) e Cirurgia;
Alimentos Sólidos: Feno; Sal Mineral e Concentrado;
-- A relação de Ca e P, é maior nos caprinos, se a relação for pequena pode provocar a Ureolitiase ou Cálculo Renal nos Caprinos;
-- Perigo de contaminação pelo Cobre usado em alguns fungicidas. Esta pode ocorrer no consorciamento dos ovinos com a laranja;
DIFERENÇAS ENTRE CAPRINOS E OVINOS:
- Ausência de barba nos ovinos;
- Ausência de fossas lacrimais nos caprinos;
- Presença de glândulas nas patas posteriores de ovinos;
- Presença de glândulas odoríferas na cauda e na base dos chifres nos caprinos;
- A posição da cauda para cima nos caprinos e para baixo nos ovinos;
PUBERDADE: caprinos: 5-8meses; ovinos: 7-12meses;
CICLO ESTRAL: caprino: 21 dias; Ovino: 16 dias;
FASES DO CLICO ESTRAL:
- Pró Estro;
- Estro (cio); dura 30hs 4 dias Estrógeno
- Meta Estro;
- Diestro (período de descanso); 17 dias cabra e 12 dias ovelha => progesterona
Vacinação: Os animais devem receber vacina contra clostridioses aos 30 dias de idade, ainda que estejam protegidos pela imunidade passiva do colostro, há necessidade do desenvolvimento da imunidade ativa, ou seja, sua própria produção de anticorpos contra a enfermidade. Lembrar que para que as crias estejam protegidas até a vacinação, as mães devem ter sido vacinadas pelo menos 30 dias antes do parto, ou já estarem regularmente vacinadas. Ressalta-se ainda a necessidade de revacinação dos animais, 30 dias após a primeira dose, para assegurar a resposta imunológica adequada.
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