sábado, 6 de setembro de 2014

MONITORAMENTO DE PRAGAS DA SOJA PARTE 1

MONITORAMENTO DE PRAGAS DA SOJA PARTE 1


1.0 - INTRODUÇÃO:

Este trabalho será dividido em várias partes para que possamos aprender o monitoramento
de pragas da soja de forma gradativa, com uma linguagem simples e de fácil entendimento.

Existem várias formas de se fazer o monitoramento de pragas assim como diversos métodos para realizá-lo. Cabe a cada empresa ou família, buscar a que melhor maneira e a que melhor se adapta a sua propriedade.

O foco inicial está na metodologia a ser empregada e aqui estaremos utilizando a mais 
comum metodologia a qual será detalhada a partir de agora.


2.0 - MATERIAIS E FERRAMENTAS:

Primeiro precisamos de ferramentas (materiais) que irão nos auxiliar na avaliação à campo,
estas ferramentas básicas são:


2.1. Trena ou metro: 
Foto 2: modelo de trena meramente ilustrativo. 
Fonte: http://www.pedreirao.com.br/wp-content/uploads/2012/06/trena.jpg

Função: será usada para medir a altura da planta e a distância de 1 metro linear onde procuramos saber quantas plantas existem em 1 metro de linda.



2.2: Lupa de no mínimo 10x de aumento:


Foto 3: modelo de lupa de boa qualidade meramente ilustrativa. 
Fonte: https://www.roldaojoias.com/data/arquivos/produtos/3352_gg.jpg

Função: a lupa é uma das ferramentas mais úteis para o técnico e/ou Engenheiro Agrônomo a campo, pois a mesma auxilia a visualização de ovos (postura de insetos) e esporos dos fungos, além de facilitar a visualização de manchas necróticas e cloroses nas folhas. A lupa ideal deve ter mínimo de 30x de aumento.



2.3: Garrafa térmica para reidratação: 



Foto 4: foto de uma garrafa térmica de boa qualidade meramente ilustrativa. 
Fonte: https://www.roldaojoias.com/data/arquivos/produtos/3352_gg.jpg

Função: armazenar algum tipo de líquido para reidratação do monitor de pragas. 



2.4: Mapa da área, que terá a função inicial de deixar o monitor situado na área para que não haja confusão nas identificações dos talhões:



Foto 5: modelo de um mapa de alguma propriedade contendo as subdivisões em talhões. 
Fonte: http://www.amatabrasil.com.br/arquivos/mapoteca/detalhe/ilha_verde_op_1953.jpg

Função: armazenar algum tipo de líquido para reidratação. Aconselho a cada funcionário ou monitor ter sua própria garrafa térmica e considero a mesma um item indispensável apesar de ser difícil de carregar.



2.5: Prancheta ou tablet com programa específico (MIP), contendo os dados necessários para preenchimento e posterior avaliação do Engenheiro Agrônomo responsável. Abaixo modelo de ficha sugerido pela EMBRAPA:



Foto 1: Ficha de monitoramento sugerida pela EMBRAPA.
Fonte: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/ficha_000g0gwu92o02wx5ok026zxpgtpdh87r.jpg


Este modelo de ficha poderá ser impresso e utilizado pelo produtor, basta clicar sobre a imagem e imprimi-la.


Função: a ficha de monitoramento servirá para contabilizarmos a quantidade de pragas e aparecimento de doenças no campo. Se houver alguma observação como: plantas daninhas, falha de plantio, mancha de nematoide, etc. poderemos colocar na mesma ficha, pois será de grande auxílio para o agrônomo na tomada de decisão.



2.6: Caneta esferográfica de cor preta ou azul:








Foto 6: caneta esferográfica de boa qualidade.
Fonte: http://meusonhar.com.br/wp-content/uploads/2014/11/sonhar-com-caneta.jpg

Função: anotações na ficha de monitoramento ou qualquer outra anotação e/ou observações.



2.7. Capa de chuva:




Foto 7: capa de chuva para proteção por eventuais precipitações.
Fonte: http://www.grupobt.com.br/wwwroot/produtos/218/Capa_de_Chuva_de_PVC.jpg


Função: proteção contra precipitação, ou, o orvalho no período da manhã quando a soja está grande.



2.8. Mochila:




Foto 8: se possível carregue tudo em uma mochila pequena
para evitar lesões a sua coluna vertebral.
Fonte: http://www.ffesportes.com.br/imagens/ffesportes.com.br/produtos/Mochilas/ff_mochila005.JPG


Função: levar os itens pequenos acima descritos.



2.9. Perneiras:




Foto 9: par de perneiras para proteção contra animais peçonhentos.
Fonte: http://www.fourseg.com/liq/upload/conteudo_editor/perneira5T.jpg

Função: proteção contra picadas de cobras.




2.10. Boné árabe, Chapéu, etc:



Foto 10: boné-árebe
Fonte: http://isolemar.com/wp-content/uploads/2013/04/bone-arabe.jpg

Função: proteção contra raios solares.



2.11. Protetor ou filtro solar mínimo fator 30:





Foto 11: protetor solar
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD1UDofdrI5Pf-0fdtiB4BuTnic4kpgRgqyuQYcmY-CeIlvjUw7rGvXkV077V35YZ2rjafBIoaX6SQ7OU_pZlvRJ00lp9LRPMlmE2a4vdcqJcP3-h0udFEnTm64KKZC2D4oM_EcPbbJRWp/s320/1101protetor-solar.jpg

Função: proteção contra raios solares.




2.12. Óculos de proteção:





Foto 12: óculos de proteção.
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD1UDofdrI5Pf-0fdtiB4BuTnic4kpgRgqyuQYcmY-CeIlvjUw7rGvXkV077V35YZ2rjafBIoaX6SQ7OU_pZlvRJ00lp9LRPMlmE2a4vdcqJcP3-h0udFEnTm64KKZC2D4oM_EcPbbJRWp/s320/1101protetor-solar.jpg

Função: proteção contra raios solares. Não utilizar o óculos no meio do talhão enquanto estiver realizando o monitoramento, pois atrapalha a visualização das pragas e doenças.



3.0.DICAS:

1. Procure carregar sempre o essencial, não leve muito peso. 

2. Sempre leve sua própria garrafa, pois desidratação é coisa séria.

3. Sempre leve um chapéu ou boné e sempre use o filtro solar. 

4. Utilize roupas claras de coloração branca preferencialmente, evite cores como amarelo e azul, pois estas cores podem atrair determinados insetos que podem provocar picadas, como as abelhas.

5. Nunca deixe de utilizar as perneiras, pois acidentes com animais peçonhentos são de extrema gravidade. É dever do empregador fornecer os EPI's aos funcionários e obrigação
do funcionário utiliza-lo; 


Foto 13: No centro da imagem uma cobra da espécie Jararaca. Fiquem muito atentos e sempre usem as suas perneiras. 
Esta foto foi tirada na Faz. Amizade no Município de Correntina-Ba, em janeiro de 2014.
Foto: Allandickson Morais



4 - Como é feito o monitoramento? 

O monitoramento geralmente é feito por duas pessoas que entram no talhão ao mesmo tempo e em pontos diferentes no mesmo. O caminhamento deve ser feito em ZIG-ZAG, em "V" ou em "W" também conhecido como caminhamento tipo "M".  

Devem ser feitos pelo menos 10 pontos em cada talhão, que pode ser dividido 5 para um monitor e outros 5 para o outro.

O primeiro passo ao chegar no talhão é definir com seu colega de monitoramento o caminhamento a ser feito, pois isso irá determinar o grau de esforço da dupla e a precisão do monitoramento. Feito a escolha cada um deve entrar em lugares distintos no talhão como mostram as fotos abaixo: 



4.1.Tipos de caminhamentos: 

4.1.1. Caminhamento em ZIG-ZAG:
Foto 14: caminhamento em zig-zag.
Fonte: http://amostragem.pragas.zip.net/images/Caminhamento.png

O caminhamento em zig-zag exigirá da dupla um maior esforço físico dos mesmos, só que se consegue cobrir mais homogeneamente a área a ser monitorada, resultando numa melhor efetividade.



4.1.2. Caminhamento em  "V":
Foto 15: caminhamento em "V".
Esquema Allandickson Morais 

O caminhamento em "V" é um caminhamento que exige menos esforço físico da dupla, más que pode ser efetivo desde que seja bem realizado.



4.1.3. Caminhamento em "W" ou "M":



Foto 16: caminhamento em "W" ou em "M".
Esquema Allandickson Morais 


O caminhamento em "W" ou em "M" é um dos caminhamentos mais realizados para o monitoramento da soja. Trata-se de um caminhamento que cobre bem a área e que ao menos tempo não exige tanto esforço dos monitores, portanto um caminhamento bom de ser utilizado em áreas acima de 50ha.

Existem inúmeros outros tipos de caminhamentos, sendo que não indico o chamado caminhamento em linha tipo "linha reta", pois pode haver furos ou falhas no monitoramento, o que pode acarretar em perda parcial ou total do talhão, por ataque de pragas e doenças.



Após definir-se o caminhamento a dupla provavelmente entrará num talhão onde as primeiras plantas terão emergido, tendo apenas o primeiro par de folhas cotiledonares.


É de suma importância que o monitor crie o hábito de estudar para que possa conhecer detalhes das pragas e doenças que irão aparecer no futuro. 

Uma das coisas que considero pertinente é o conhecimento sobre os estádios fenológicos da planta. Segue abaixo esquema para estudo.




Foto 17: a ilustração acima mostra todas fases de crescimento
da soja. Clique na imagem para ampliar




Foto 18: a ilustração acima mostra as fases de crescimento
da soja e as principais pragas que atacam em cada fase.
 Clique na imagem para ampliar

Fonte:http://www.pioneersementes.com.br/PublishingImages/Artigos/Cuidados-Soja-Nas-Fases-Iniciais-Crescimento-Fases-Importantes-Soja-Epoca-Maior-Probabilidade-Ataque-Insetos.jpg




5. Primeiro contato com a lavoura de soja:


Logo que você chega em um talhão recém plantado a imagem que vocês virão será provavelmente parecida com a imagem abaixo (Foto 19). Plantas recém emergidas com seu primeiro par de folhas cotiledonares e com seu primeiro par de folhas verdadeiras brotando ou recém brotadas. 



Foto 19:  talhão onde foi plantada a soja, 2 dias 
após a germinação das sementes.
Imagem: Allandickson Morais

Pois bem nesta fase provavelmente ainda não teremos as lagartas propriamente ditas em nossa lavoura e se tivermos ainda serão poucas. O foco aqui serão os ovos das lagartas e suas mariposas. Outro ponto importante seria o conhecimento das ervas-daninhas existentes na área o que provoca a disseminação de pragas e doenças no talhão.


Vamos começar falando de alguns ovos de lagartas que consideramos importantes sem falar em suas mariposas. Aqui não vou mostrar todos os tipos pois quero que vocês também se esforcem para buscar materiais de estudo.



Antes que eu me esqueça segue abaixo o link de um material ótimo para identificação e classificação das ervas-daninhas do Brasil.

LINK: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfwG0AK/manual-identificacao-plantas-infestantes



Estude muito bem este material disponível acima, será necessário ter uma conta no EBAH para fazer o Download.





5.1 - Alguns tipos de ovos ou posturas de lagartas:



5.1.1. Helicoverpa:

Praga mais temida atualmente por causa do seu alto poder destrutivo nas lavouras a Helicoverpa armígera tem o ovo de coloração amarelada. Pode ser confundido com o ovo da Heliothis variensis, pois as duas lagartas são consideradas Lagartas das Maçãs.


FOTO 20: No detalhe o ovo da Helicoverpa.
Fonte: http://www.cnpso.embrapa.br/helicoverpa/vagens_large/_1796339924.jpg



DICA: Não se preocupe com essa diferenciação inicial dos ovos dessas duas lagartas, pois o tratamento e o combate as duas pragas serão parecidos.



5.1.2. Spodoptera:


A Spodoptera frugiperda, ou, Lagarta Militar ou Lagarta do Cartucho do Milho: na foto baixo temos a massa de ovos ou postura em massa como é comumente chamada. É uma praga muito perigosa se não tratada com o devido respeito, pois é capaz de colocar entre 300-400 ovos ou mais de uma só vez. Alimenta-se com muita voracidade e provoca danos à cultura com muita rapidez.


FOTO 21: postura em massa da Spodoptera.
Fonte: http://bayercontralagartas.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/10/Spodoptera-eridanea_ovo1.jpg





5.1.3. Pseudoplusia includans ou Lagarta Falsa medideira:


Ovo da falsa medideira ou Pseudoplusia includans. Na verdade essa praga já possui outro nome Chrisodeixis includans, só que a chamaremos de Plusia ou Pseudoplusia ou Falsa medideira em nosso trabalho. Ovo de coloração branca ou transparente com ranhuras que partem do centro para as extremidades.


FOTO 22: postura da falsa medideira, com suas estrias longitudinais.
Fonte: http://bayercontralagartas.com.br/portal/wp-content/uploads/2013/10/Spodoptera-eridanea_ovo1.jpg
Fonte: http://www.ceresconsultoria.com.br/noticias/imagens/Wed%20Feb%2023%2020-54-55.jpg


DICA: costuma atacar a soja somente a partir da fase reprodutiva. Vamos abordar o assunto mais a frente onde irei detalhar cada praga separadamente.




5.2. Iniciando o monitoramento:



Após chegar no talhão, vamos inicialmente nos atentar para uniformidade da área e procurar não escolher os pontos que vamos parar. Verifique se existem ervas-daninhas, manchas de nematoides e/ou qualquer outra coisa que chame sua atenção. 

Pensando que o caminhamento também já foi decidido vamos adentrar e realizar o caminhamento parando 5 vezes para verificação das pragas e doenças.

Escolhido o ponto, pegue sua trena e meça 1 metro no chão como mostram as fotos a baixo.


Foto 23: mostrando as plantas com seus primeiros pares de folhas verdadeiras.
Trena medindo 1 metro a nível do solo.
Imagem: Allandickson Morais


Foto 24: plantas com um pouco mais de folhas verdadeiras.
Trena medindo 1 metro a nível do solo. É possível observar folhas raspadas pelas
lagartas.
Imagem: Allandickson Morais


Foto 15: mostrando as plantas com seus primeiros pares de folhas verdadeiras.


Foto 16: detalhe da folha aparentando ter deficiência nutricional ou 
alguma doença bacteriana ou viral. 
Obs.: não ser preocupe com isso no início, pois doenças na soja 
em fase inicial é são muito raras. Foque apenas nas pragas. 

Foto 17: no detalhe uma lagarta tipo grande alimentando-se 
das folhas jovens (Lagarta da maçã - Heliotes variensis).


Foto 18: com a utilização da lupa é possível observar detalhes da praga e das folhas.


O MATERIAL AINDA ESTÁ EM EDIÇÃO POR MIM ALLANDICKSON MORAIS. 
AVISAREI PELO MEU FACEBOOK QUANDO FICAR PRONTO.

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