A CULTURA DO TOMATE
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Aspectos Gerais
Olerícola muito difundida, 2a em produção no Brasil, originária dos Andes, domesticada por índios mexicanos (chamada tomati, jitomate).
Botânica/Descrição/Variedades
Dicotiledoneae, Solanaceae, Lycopersicon esculentum, Mill, planta herbácea, caule flexível ramificado, flores amareladas em cachos, frutos alongados ou achatados vermelhos e amarelos, rosados. Espécies rasteiras e espécies trepadeiras (2,5m.)
Variedades
Tipo Santa Cruz: fruto alongado, bilocular, c/70-110g., representado por Angela Hiper, Angela Gigante, Angela 5.100, Kada, Santa Clara; tipo Salada ou Caqui-fruto grande, plurilocular, com 200-250g., representado por Tropic, Floradel, Carmel. Cachoeiro de Itapemirim, prefeitura, tem roqueso que dispensa uso de agrotóxico.
Usos
Polpa do fruto consumida "in natura", na culinária domestica compondo temperos diversos, saladas, "tira-gosto"; na indústria é matéria-prima para sucos, para molhos, para massas em culinária e outros. Admite-se uso medicinal.
Necessidades da Planta
Clima
Tropical (de altitude), sub-tropical, fresco, seco, alta luminosidade, planta precisa de variação de temperatura 20-25ºC no dia e 11-18ºC à noite; acima de 35ºC há prejuízo na frutificação, temperaturas baixas retardam germinação e desenvolvimento produzindo frutos mal-formados, ocos, leves. Chuvas: excessivas também prejudicam desenvolvimento e frutificação; planta requer em torno de 1.000 mm/ano bem distribuídos e, de ordinário, é plantado sob irrigação.
Solos
Permeáveis, profundos, boa drenagem e fertilidade, com bom teor de Ca e Mg, pH 6-6,5, areno-argilosos. Evitar plantios em terrenos inclinados, expostos ao vento frio, gargantas, baixadas frias. Solos excessivamente compactados, sujeitos a encharcamento são evitados.
Propagação
Comercial via mudas; produzidas em sementeiras e em viveiros (por copinhos ou bandejas).
Sementes
Adquiridas em revendas ou na própria lavoura através plantas robustas, sadias, frutos sadios (s/cancro) da variedade cultivada, sem rachaduras, sem podridão apical; frutos são espremidos, sementes colhidas em vasilhas não metálicas, fermentados por 96 horas (a 21ºC) para eliminar mucilagem.
Canteiros
Locais ensolarados, água próxima, fumigados, 1m. de largura x 5m. de comprimento, sulcos transversais (c/10cm. entre si) com 1cm. de profundidade que recebem 3g. de sementes/m2 desbastando-se 7 dias pós germinação para 3cm. entre plantinhas.
Catação de ervas, irrigação 2x/dia (6 e 17 horas), abrigo com 1m. de altura em tempo quente.
Copos de papel
Tiras de 11cm. de largura, enrolados em lata ou garrafa (6-7cm. de diâmetro) formando copo de 7cm. x 6cm. 50Kg. de jornal dão para formar 20.000 copinhos, para plantar 1 hectare.
Substrato formado por 20l. de terra fértil, pouco arenosa, 150g. supersimples, 30g. de cloreto de potássio, peneirado, fumigado (300cc brometo/m³/72 horas).
Necessários 4m3 de substrato e 200-300g. de sementes (lançando-se 3-4 sementes/copo cobertas com 1cm. de terra fina) para 20.000 copos. Irriga-se com crivo fino 2x/dia, desbasta-se para 2 plantas/copo 8 dias pós emergência.
Via sementeira muda apta em 25-50 dias; via copo muda apta em 15-25 dias.
Plantio
Aração (15-20cm.), gradagem, adubação de cova de 1Kg esterco misturado à 100-200g. da formula NPK 4-16-8 (cova 0,2m x 0,2m.)
Em sulcos de 0,4m. de largura x 0,15m. de profundidade, aduba-se com 2Kg esterco/m. linear mais 100-200g. NPK 4-16-8.
Tomate rasteiro em camalhões de 15-29cm. (alt.). Espaçamentos: 1m.x0,5m. para sulcos ou covas com 1 planta ou 1m.x0,7m. (2 plantas/cova). A muda é enterrada até os cotilédones , mudas com 10-15cm. de altura ou 4-6 folhas. Industrial 1m.x0,2-0,4m.
Tratos Culturais
Cultura no limpo (3-5 capinas), amontoas (15-20 dias pós plantio) formando camalhões 1ª, adubação cobertura quando aplica-se 50g. de sulfato de amônia/cova, 20-25 dias pós emergência. Nas seguintes adicionar 30g. de sulfato de potássio ao sulfato de amônia.
Irrigação diária até pegamento e depois 2-3/semanas. Plantas com 25-30cm. de altura (25 dias) faz-se tutoramento e amarrio (varas 2,2m. cruzadas e apoiadas em fio de arame liso 18, esticado por estacas grossas distantes de 10m., a 1,8m. de altura. Desbrotas semanais paralelamente aos amarrios, cultura com 2 hastes por planta uma principal e outra do 1º cacho.
Pragas e Doenças
rosca
vaquinha
pulgão
brocas
cancro
viroses
requeima
vírus
Colheita/Rendimento
Ciclo 4-7 meses. Colheita a partir de 80-110 dias por 60 dias; ponto de colheita vermelho, avermelhado ou verde-escuro (depende da distância do mercado); grupo I – tomates alongados e grupo II – formato globular; graúdo com diâmetro transversal 52mm. (I) e 120mm.
(II) ; médio com 47-52 (I) e 80-120mm. (II); pequeno com 40-47mm. (I) e 50-80mm. (II) e miúdo com 33-40mm. (I). Quanto a qualidade há tipos I, II, etc.. Embalagem caixa tipo K para 23 a 28Kg. de tomates.
Colhido o tomate deve ser deixado em repouso por 24 horas antes de ser embalado.
Fonte: www.seagri.ba.gov.br
Cultivares recomendados
a) - tipo santa-cruz
Ângela LC, ângela-gigante (super e hiper), santa-cruz-kada, santa-cruz-yokota ou sakai, ozawa 2, sandra e miguel-pereira.
b) - tipo salada
Ogata-fukuju, floralou, floradel e oishi.
Época de plantio
Na região Centro-Sul ( São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, inclusive Espírito Santo) a época de plantio varia de uma microrregião para outra em função do cultivar e do fator sócio - econômico. De modo geral, os cultivares santa-cruz são recomendados para o inverno e, o ângela, para o verão.
Espaçamento
1 x 0,7m. Podem ser plantados dois pés por cova com espaçamento maior conduzindo-se uma rama principal por planta; 1 x 0,8m, quando a época é propícia à ocorrência de requeima.
Sementes necessárias: 200 a 250g/ha.
Adubação
Termofosfato 1t/ha, torta-de-mamona 50g , farinha de ossos 50g, sulfato de magnésio e bórax 1g cada e o adubo químico (4-12-8) 350g por cova.
Com adubo nitrogenado em cobertura, 30g de na primeira vez e 10 a 30g nas subsequentes até seis vezes com intervalo de 15 dias.
O excesso de adubo nitrogenado é prejudicial a planta, pois causa necrose-salpicada e podridão-apical ( especialmente no tomate tipo salada e alguns cultivares mais suscetíveis).
A deficiência de N, Mg, Ca ou B pode ser sanada com aplicação foliar.
Tratos culturais
Semeação em copinho de papel e cobertura do canteiro com bagaço de cana ou casca de arroz são práticas recomendadas.
O desbaste do fruto é necessário no tomateiro tipo salada. Lavar bem as mão para evitar a disseminação de doenças durante os tratos culturais.
Irrigação
É importante manter o solo em umidade constante. A variação brusca da umidade do solo pode causar rachaduras e podridão-aplical nos frutos.
Combate à moléstias e pragas
Murchadeira ou murcha-bacteriana:
a) rotação de cultura com gramíneas (milho e arroz, incorporando o resto da cultura )
b) não irrigar com água usada e suspeita
c) tratamento do solo com 560g/m3 de brometo de metila.
Cancro-bacteriano
a) tratamento do solo do modo acima indicado
b) rotação da cultura com gramíneas ou leguminosas
c) tratamento de tutor com CuSO4 a 0,05%
d) sementes certificadas ou fementação de sementes durante 72 horas seguida de tratamento com antibiótico
e) pulverização com Peprosan, Miltox, Dacobre etc., na fase inicial da cultura
Talo-oco
a) combate aos insetos subterrâneos
b) evitar o plantio no lugar anteriormente ocupado por crucíferas ou solanáceas
c) pulverizar com fungicidas cúpricos logo após a operação de desbrota
Requeima
a) plantio em local alto e arejado
b) espaçamento amplo
c) rotação de cultura
d) uso de sementes sadias
e) pulverização até três vezes por semana com Mancozeb, Captafol, Diclone etc.
Pinta-preta
a) tratamento de sementes com Triran, Captan etc.
b) rotação de cultura
c) escolher local alto e arejado para cultura
d) pulverizações semanais de Maneb, Captafol, cobres fixos etc.
Murcha-de-fusarium
a) rotação de cultura
b) elevar o pH do solo com calagem
c) variedade resistente, quando disponível
Vira-cabeça
a) evitar o plantio na época de maior incidência
b) isolamento do canteiro e do campo das possíveis fontes de inóculo e dos vetores (tripses)
c) aplicação de inseticidas sistêmicos desde a fase de canteiro e combinar com pulverização foliar para controle de tripses em campo
Risca ou mosaico Y
a) uso de sementes sadias
b) tratamento de sementes com fosfato trissódico a 10% durante uma hora, seguido de lavagem em água corrente por dez horas
c) evitar contaminação durante as operações como repicagem, desbrota, amarração etc.
d) uso de copinho de papel na semeação para dispersar a repicagem
Amarelo-baixeiro e topo-amarelo
a) isolamento do canteiro e do campo
b) rotação de cultura
c) proteção do canteiro com barreira e com pulverização
Podridão-aplical
a) irrigação controlada para evitar a flutuação híbrica do solo
b) adubação nitrogenada equilibrada, principalmente com a forma NO3
c) manter pH 6 do solo com calagem
d) sob condições de maior incidência, evitar o uso de cultivares mais suscetíveis
Tripses
a) barreira de Crotalária juncea em volta da área de plantio
b) inseticidas fosforados como dimetoato e monocrotofos.
Broca pequena e grande do fruto
a) pulverização com carbaril, triclorfon, clorpirifos, enquanto os frutos estiverem pequenos, principalmente nas sépalas.
Microácaro e ácaro-rajado
a) acaricidas específicos.
Época de colheita
A colheita dos cultivares precoces inicia-se aos 95 dias após a semeação e dura de dois a três meses, dependendo do estado fitossanitário da lavoura.
Produção normal
200 a 400 caixas de 23Kg por mil pés ou 50 a 100t/ha.
Melhor rotação
Milho, abobrinha, abóbora-seca, couve-flor, repolho, feijão-vagem e ervilha, esses ultimos dois aproveitando-se dos espaldares. Deve ser evitada a solanácea, especialmente o pimentão.
Observações
O tomateiro não suporta geadas. No verão, com temperatura mínima noturna acima de 20º C, pode ocorrer a queda de frutos. O solo deve ser leve, poroso, profundo, rico e com pH no mínimo 6.
Fonte: www.agrov.com
Grupos de Tomate
Caqui
Saladete
Santa Cruz
Italiano
Cereja
Cores dos Tomates
Verde
Salada
Colorido
Vermelho
Molho
CALIBRES
CALIBRES - OBLONGO
40 menor que 50 pequeno
50 menor que 60 médio
60 menor que 70 grande
70 menor que 80 grande
maior ou igual a 80 grande
CALIBRES - REDONDO
50 menor que 60 pequeno
60 menor que 65 pequeno
65 menor que70 médio
70 menor que 80 médio
80 menor que 90 grande
90 menor que 100 grande
maior que 100 gigante
DEFEITOS GRAVES
Podridão
Dano patológico e/ou fisiológico que implique em qualquer grau de decomposição, desintegração ou fermentação dos tecidos.
Passado
Fruto que apresenta um avançado estágio de maturação e senescência, caracterizados principalmente pela perda de firmeza.
Dano por geada
Fruto que apresenta perda de consistência e zonas necrosadas provocadas pela ação da geada.
Podridão apical
Dano fisiológico caracterizado por necrose seca na região apical do fruto
Queimado
Fruto que apresenta zona de cor marrom , provocada pela ação do sol atingindo a polpa.
Dano Profundo
Lesão de origem mecânica, fisiológica ou causada por pragas com profundidade maior que 1,5 mm .
Dano superficial
Lesão de origem mecânica, fisiológica ou causada por pragas com profundidade menor que 1,5 mm.
Deformado
Alteração da forma característica da variedade ou cultivar
Manchado
Alteração na coloração normal do fruto, qualquer que seja sua origem. Considera-se defeito quando a parte afetada superar 10% (dez por cento) da superfície do fruto.
Imaturo
Fruto que não alcançou o estágio de maturação ideal ou comercial, ou seja, quando ainda não é visível o início de amarelecimento na região apical do fruto.
Ocado
Fruto que apresenta vazios, em função do mal desenvolvimento do conteúdo locular.
Fonte: www.hortibrasil.org.br
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